Essa semana resolvi fazer um agrado aos neuronios de todo mundo e balancear as coisas com bons gibis.

E podem chorar os haters e derramar os milkshakes, mas atualmente isso significa DC.

Há algum tempo a editora está publicando séries com personagens clássicos dos desenhos da Hanna Barbera, nem vou me aprofundar nesse mérito, mas vejo como provas que nem tudo que a editora está publicando é digno de atenção.

Mas então é hora de subir a escada da relevancia e chegar ao panteão das divindades da animação, os Looney Tunes.

A ideia é a seguinte, publicar one-shots com crossovers entre um personagem da DC e os Tunes, mas não como já foi feito em umas capas variantes um tempo atrás. Os Tunes são inseridos na historia e desenhados como personagens da DC e não cartoons.

É uma premissa absurda, mas absurdo é o métier dos Looney Tunes desde sempre. E o resultado tem sido bem mais que satisfatório. Tem sido foda.

Batman-Elmer Fudd

Escrita por Tom King e muito bem desenhada por Lee Weeks, é uma trama meio noir, com Hortelino “taçando toelhos”, melhor dizendo, buscando vingança pelas ruas de Gotham, atrás do responsável pela morte da mulher que ama, e o culpado é Bruce Wayne.

Há a aparição de vários outros Looney Tunes em versões humanas, mas bem reconheciveis, até alguns mais obscuros numa historia que poderia ser facilmente colocada no universo regular do Batman.

E há uma outra historia, num estilo mais clássico dos desenhos, onde o Morcegão é colocado na mira de Hortelino, já que afinal é Temporada de Morcego.

Jonah Hex – Yosemite Sam

Jimmy Palmioti e o sempre foda e sumido Mark Texeira trazem uma historia com um Eufrazino fodão, coisa que ele já era, mas é que enfrentava o Pernalonga e isso pesava contra ele. Aqui, Eufrazino encontra uma rica mina de ouro, durante a Corrida do Ouro no Colorado, quase é traido por seus sócios e despacha os caras.

Quando está voltando pra cidade, encontra um circo itinerante e salva um de seus membros de se afogar num riacho. Um galo antropomorfico imenso.

Na cidade, Eufrazino resolve contratar Hex como guarda costas enquanto resolve as partes legais do registro de sua mina. Só que as coisas não vão tão bem e ambos, com a ajuda do Frangolino tem que enfrentar um bando que quer tomar posse da mina.

Palmioti conseguiu escrever uma otima historia do Jonah Hex e capturar bem a personalidade do Eufrazino, um cara nervosão que xinga tudo.

A segunda historia, por Bill Matheny e Dave Alvarez é meio que uma sequencia, com Hex e Eufrazino caçando um urso por uma recompensa. Não é tão boa quanto a historia principal ou a extra do Hortelino/Batman, mas é ok.

Wonder Woman – Tazmanian Devil

Diana certamente se fudeu aqui, pois seu crossover é com uma força da natureza que devora tigres, leões, elefantes, bufalos…

A historia de Tony Bedard e Barry Kitson mostra Diana procurando Taz nas florestas enquanto lembra de seu primeiro encontro, anos atrás, antes dela sair de Themyscira, quando ela tem que usar métodos dignos do Pernalonga para confrontar a fera, que deixa claro que também a devoraria, juntamente com burros, girafas, octopodes, rinocerontes…

Na verdade ela precisa da ajuda do Taz para encontrar um amuleto mistico e enfrentar a feiticeira Circe.

A historia é um tanto mais fraca que as anteriores, e não gostei muito do visual do Taz. Mas não está ruim. Mais fraca apenas. E poucas vezes a pouco mencionada habilidade de Diana de entender animais foi mais util do que aqui, já que ela pode se comunicar com o Taz além dos grunhidos de uma criatura que come ursos, javalis, gatos, morcegos, leitões, antilopes, furões, gazelas…

A historia extra mostra Diana cantando sobre a Guerra de Troia para ajudar Taz a dormir e fazer a digestão das cabras, bodes, avestruzes, chacais, dingos, zebras, raposas, penguins….

Lobo – RoadRunner

Depois de anos confiando na ACME, o Coiote resolve contratar O Homem para pegar o Papa Léguas.

Bill Morrison e Kelley Jones mostram uma historia onde o Coiote era um coiote comum, até que foi capturado e submetido a experimentos que transformaram a ele e à um papa leguas igualmente comum em versões parecidas com as do desenho. E é mesmo o que escrevi ali em cima.

Tem alguns detalhes bem sacados, como quando o Coiote, Wily E. Coiote, super genio, encontra o cachorro Sam que o confunde com Ralph, o lobo. Eles apareceram em uns dois ou três desenhos bem legais.

Ou o Coiote usando placas para falar com o Lobo no espaço.

Só que Lobo está no meio de outro trampo. Ele aceita com uma condição, o Coiote termina o trabalho pra ele, enquanto ele mesmo caça o Papa Leguas.

Na historia extra, Lobo é ameaçado de ser processado caso não complete as páginas necessarias na revista, então ele tem que caçar o Papa Leguas desta vez no estilo dos desenhos.

Essa coisa é genial

Martian Manhunter – Marvin The Martian

Talvez o mais obvio dos crossovers.

Ajax (J’onn J’onzz é o caralho) constroi uma versão do portal que o trouxe à Terra, após receber um alerta telepatico em sua lingua  natal. Isso acaba trazendo Marvin, vindo de outro universo. O nanico pretende destruir a Terra com o Modulador Espacial Explosivo Q-36, pois em seu universo os humanos destruiram os marcianos.

Então Ajax acaba tendo que enfrentar o ódio de Marvin e os medos e desconfianças dos humanos.

A história extra é ainda melhor. Desta vez naquele Marte estranho dos velhos cartoons do Pernalonga, Ajax interrompe sem querer os planos de Marvin. Ambos ficam surpresos ao descobrirem que o outro é um Marciano, e Marvin ainda mais, porque Ajax tem poderes e ele não. Então ele começa a planejar como roubar esses poderes.

Legion of Super Heroes – Bugs Bunny

Sam Humphries e o veterano Tom Grummett mostram uma história em que a Legião precisa trazer do passado uma de suas maiores inspirações, Superboy, para salvar a vida da Supergirl, atingida por uma doença alienigena. Apenas ele pode trazer um raro elemento quimico, o Illidiun Phosdex, que foi exaurido no século 24,5. Maldito Duck Dodgers.

O problema é que acabam trazendo o Pernalonga no lugar.

A historia tem momentos otimos, como um quadrinho que todos estão pensando em seus problemas: Braniac 5 frustrado em não conseguir ajudar a mulher que ama, a Moça Relampago triste pela morte dos pais e o irmão ter se tornado mau, o Ultra Rapaz por não conseguir falar com a Eterea como se sente, e o Lobo Cinzento pensando que deveria comer um bifão.

Ela é diferente das outras porque o Pernalonga que aparece é o do cartoon, não uma versão, sei lá, DCificada dele.

A história extra é praticamente um remake Looney Tunes da primeira, mas em menos páginas.

No fim das contas, é uma série bem legal. A unica ausencia digna de nota e bastante significativa até, é que não houve um Lanterna Verde – Patolino. Por que, não imagino. Talvez justamente pelo fato de já ter tido um no desenho do Duck Dodgers, mas como realmente ficaram faltando Looney Tunes importantes como Gaguinho ou sei lá, Mulher Gato – Frajola, pode ser que apareça em uma série vindoura.

Mas por hoje é só pessoal.