Review Evil- Resident Evil: Vendetta
Mais um filme QUE VALE de Resident Evil!
Paul W.S. Anderson e Milla Jovovich conseguiram DESTRUIR toda a mitologia de uma franquia de jogos com sua aberrante série de filmes que carregavam de forma HERÉTICA o título de “Resident Evil”. Dando uma colher de chá pra duplinha, o primeiro filme foi aceitável, pois era novidade na época, mas foi a partir do segundo filme que Odete caiu do bonde e o Cabaré de Xola era inaugurado.
Misturando MUITO MAL personagens de vários jogos, colocando os protagonistas desses jogos como coadjuvantes disformes e transformando Alice, personagem de Jovovich, em um Tetsuo de saias e em sinônimo de “Quem é essa?” para os novos jogadores da série que iriam procurar os filmes posteriormente, os 6 filmes foram um inexplicável sucesso! Sério, eu não entendo isso até hoje! Os filmes não apenas falham como adaptações como também falham em ser um filme de ação de qualidade! É tudo muito tosco, com CG vagabundo, situações que não se sustentam em si e a forçação de barra do Paul W. S. Anderson de fazer sua mulher o ícone supremo feminino da porradaria! Sim, ele e a Milla Jovovich são casados, caso você não saiba…
Mas a Capcom, que não é boba nem nada, viu o lucro que estes filmes deram mas também viu que tinha uma parcela grande do público que queria ver os personagens dos jogos protagonizarem seus filmes sendo eles mesmos, não um bando de coadjuvantes que nem lembravam suas contra-partes só pra servirem de escada na trama que enaltecia a tal Alice. E, por isso, ela resolveu produzir os filmes da série Resident Evil em CG, os quais não apenas não distorceriam as tramas originais dos jogos, pois se passariam entre eles de forma independente e, em alguns casos (como no segundo) serviriam como um prelúdio dos jogos vindouros, como atenderiam os fãs desgostosos com os longas do cinema. E agora chega o terceiro capítulo dessa franquia, Resident Evil: Vendetta.
Como já falei em um post anterior, que você pode ler AQUI, o primeiro filme, Resident Evil: Degeneration, era lento e arrastadinho mas, ainda assim, bem divertido. O segundo, Resident Evil: Damnation, era mais frenético e melhor animado também. Resident Evil: Vendetta retoma o ritmo lento do primeiro mas calca suas poucas cenas de ação no ritmo vertiginoso do segundo. Mas não confunda lentidão com tédio! O filme tem um ritmo lento mas tem uma trama que, apesar de genérica, é bem trabalhada.
Antes é preciso dizer que o protagonista dos dois primeiros longas era Leon S. Kennedy, um dos mais ( se não O MAIS) populares personagens da saga Resident Evil, sendo que ele dividiu a cena com sua parceira original do clássico Resident Evil 2 em Degeneration, Claire Redfield. Em RE: Vendetta, o irmão de Claire, Chris Redfield, estela do primeiro jogo, é quem protagoniza ao lado de Rebecca Chambers, também do primeiro jogo, com Leon só aparecendo uns bons 35 minutos de filme já rodados (excetuando a cena inicial do longa, que é com ele).
A trama é a seguinte: Uma agente chamada Cathy White estava infiltrada na organização de um traficante de armas biológicas chamado Glenn Arias. No entando, Cathy e seu filho, Zack, desaparecem e Chris, junto a um time de operações especiais, vai a uma velha mansão onde Arias parece ter uma de suas bases de operações com o intuito de prendê-lo e resgatar Cathy e Zack. No entanto, tudo dá errado e Crhis descobre que Cathy e Zack foram transformados em zumbis pelo novo vírus desenvolvido por Arias, vírus esse que tem a capacidade de tornar os zumbis seletivos quanto a quem atacam, deixando os seus “chefes” imunes aos seus instintos assassinos. Chris quase é morto mas acaba salvo pela equipe de apoio em um helicóptero. Como Cathy era amiga de Chris, a coisa se torna pessoal.
Em um laboratório, Rebeca Chambers trabalha em uma vacina para o novo vírus. É quando o laboratório é invadido pelos asseclas de Arias, que acabam por infectar todos no local. Rebecca escapa por pouco oa aplicar o antidoto em si mesma. Agora ela e Chris vão em busca de reforço na forma de Leon e vão partir pra cima de Arias, que pretende espalhar o vírus por toda Nova Iorque.
Como eu disse, a trama é simples e básica, mas bem trabalhada. O grande problema aqui está no vilão, o tal Glenn Arias. Ele soa como um tipo de Wesker sem óculos e mais megalomaníaco, e tem alguns momentos sem pé em nem cabeça em seus planos. Não vou dar spoilers mas, basta dizer que em determinada parte do filme o cara revela um plano muito parecido com o do Darkseid no desenho dos Superamigos, o qual consistia em casar com a Mulher Maravilha. O vilão flutua do cara lógico e frio pra um maluco completo de uma hora pra outra em vários momentos do longa.
O filme tem duração de 1:37hr, sendo que os 15 minutos iniciais trazem aquele climão de terror do jogo original, tem sua pisada no frio pra explicações e draminhas pessoais (no caso, do Leon) e volta a acelerar pelos 30 minuto finais. E QUE MINUTOS FINAIS! As cenas de ação estão LINDAS, com muito das coreografias de luta, seja mano a mano, seja com armas ou seja MANO A MANO COM ARMAS, tendo sido claramente inspiradas por John Wick, o filme de ação estrelado por Keanu Reeves que, ao meu ver, inaugurou um novo estilo de se fazer filmes de ação em Hollywood. O resultado é de uma plasticidade belíssima e coreografias inspiradíssimas. No entanto, esteja avisado, alguns momentos da luta são bem surreais, como Chris e Arias trocando porradas enquanto atiram no melhor estilo Equilibrium, portanto, se você é daquelas pessoas que prezam por realismo, talvez isso o incomode. Aliás, se você é uma pessoa que preza por realismo, não existe a menor razão pra você ver este filme, sejamos francos…
E, por falar em surrealismo, vamos falar de Leon S. Kennedy. Quem assistiu RE: Damnation, sabe que o sujeito foi alçado a qualidade de super-herói, quase desenvolvendo super poderes. O cara toma porrada, é jogado contra paredes por um gigante com super força e, ainda assim, levanta como se nada tivesse acontecido. Aqui a coisa fica ainda mais atenuada pelo fato de que Chris toma porrada e fica desnorteado, cai, mostra que sente dor e, em uma cena, é jogado contra uma parede e fica no chão com as mãos nas costelas por um tempo, de modo realista. Já o mesmo acontece com Leon que levanta, sem nem estragar a franja, e volta pra porrada. The Overpower is strong in this one! Aliás, bem que já está na hora de mudar esse cortezinho de cabelo do sujeito, né não? Essa franjinha emo não passa lá muita credibilidade heroica…
Sobre a qualidade técnica, o CG está muito bom, com uma riqueza de detalhes muito bacana, chegando até a mostrar sinais na pele do Chris, e com as expressões faciais dos personagens passando tanto realismo que você chega a pensar “será que a Kristen Stewart e o Steven Seagal já pensaram em usar dublês digitais POR UM FILME INTEIRO?”.O único momento em que a qualidade parece cair drasticamente é na cena onde Leon é perseguido pelos cães zumbis. A rua e os carros parecem mal renderizados, com os carros sendo os mais prejudicados, sem a sensação real do metal e com seus fundo lisos quando capotam. Os cachorros também não passam realismo e parecem ser feitos de borracha, já que não se nota pelos neles, sem falar que parecem grandes demais e que quando pulam sobre um carro…eles o amassam como se pesassem uns 200 kg.
https://www.youtube.com/watch?v=jgfa-OJht58
Enfim, no geral, Resident Evil: Vendetta tem seus probleminhas mas, como disse no post anterior sobre o filme, mesmo que fosse HORRÍVEL seria melhor que todos os seis filmes estrelados pelas Milla Jovovich JUNTOS. O que não é o caso! O filme diverte e te faz querer mais. Em termos de ritmo, Damnation ainda é superior, mas Vendetta cumpre o que promete e nos entrega um Resident Evil genuíno. E que venham muitos mais desses!
Nota:8,0
PS: esqueci de citar um absurdo, mas pode ser considerado spoilers por alguns, por isso pare de ler aqui caso não queia tomar um spoiler, mesmo que pequeno. Acontece que quando Arias se funde ao Diego, o Bane genérico, e se torna um monstrão que está prestes a matar Leon, a mulher da equipe do Chris, cujo nome não lembro, mete um baita tiro de sniper nele com uma arma super poderosa. Acontece que ela não apenas erra o tiro, apenas ferindo Arias e matando só a parte do Diego (eles se tornam um tipo de Tyrant), como ela destrói um quarteirão inteiro de prédios com esse disparo no melhor estilo de um Angel de Evangelion. Quem precisa de vilões com uma heroína dessas…?