Review Tagarela: Deadpool Clássico #01!

Ou “Quando a palavra ‘Clássico’ causa tanto incomodo em leitores mais xiitas”.

Olha só, negadinha, como todo mundo sabe, Deadpool virou um fenômeno mundial graças ao filme lançado no inicio do ano passado, o qual abriu a mente das produtoras com direitos de adaptações de quadrinhos para o fato que nem tudo precisa ser PG-13 pra vender. Com isso, a Panini resolveu lançar uma série de encadernados compilando as primeiras aventuras solo do personagem, os quais são chamado de “Deadpool Clássico”, título que gera enorme desconforto nos fãs de quadrinhos mais velhos e até em alguns mais novos que levam tudo a sério demais e acham que Deadpool é um pecado, uma ABOMINAÇÃO em forma de quadrinhos graças a CRETINA história de sua origem fora deles.

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Como todo mundo sabe (se não sabe vai saber agora), Deadpool foi criado pelo “””desenhista””” Rob Liefeld, conhecido por ter o talento de um moleque de 12 anos aprendendo perpetuamente a desenhar sem muito sucesso, e pela falta de vergonha na cara na hora de copiar desenhos e até páginas inteiras de outros artistas COMPETENTES DE VERDADE. E, como nos anos 90 os artistas da Marvel (não sei se da DC também) ganhavam royalties por cada personagem novo criado, Liefeld “criava” um atrás do outro, mas sempre sendo cópias descaradas de algum personagem de sucesso, como o Cable, que nada mais era que uma cópia do Exterminador do Futuro (braço mecânico, olho brilhante e vindo do futuro…), ou mix de vários personagens, como é o caso do próprio Deadpool, que é a cruza descarada do Exterminador da DC com o visual chupinhado do Homem-Aranha.

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Ao lado do roteirista Fabian Nicieza, Liefeld jogou o personagem em uma trama de merda (coisa em que a dupla era ESPECIALISTA) nas páginas de The New Mutants Nº98, onde o personagem era um tanto quanto diferente do que viria a ser conhecido depois, sendo um cara de poucas piadas, mais sisudo e com até a personalidade sendo chupinhada do Exterminador. Por alguma razão, o personagem parece ter feito sucesso. Ou não, talvez só insistiram mesmo. E ele passou por duas mini-série, uma roteirizada pelo Fabian Nicieza com desenhos do, na época, novato Joe Madureira e seu traço ainda em formação (ainda engatinhava naquele lance “mangático” que eu adorava nos anos 90) e, posteriormente, uma mini-série roteirizada por…pasmem…Mark Waid! E com os desenhos duvidosos do Ian Churchill que revesava algumas páginas com os não menos duvidosos Lee Weeks e Ken Lashley  (eles podem ter melhorado com o tempo mas, na época, eram HORRÍVEIS).

Primeira aparição do personagem nesse desenhos “belíssimo” do Mestre L. Que obra prima…

E foi a partir dessa mini-série com roteiros do Mark Waid que o Deadpool DE VERDADE nasceu, na minha opinião, quando chegou as mãos do roteirista Joe Kelly em 1998, pra mim o verdadeiro pai do personagem pois deu toda a personalidade “engraçaralha” que conhecemos e foi a fase dele que serviu de base para o tão famoso filme do personagem. Kelly deu um tom bem humorado as tramas do personagem sem esquecer dos dramas pessoais e do lado humano do homem por trás da máscara. Falando assim parece até algo realmente profundo mas, perto do que o Nicieza fazia junto ao Liefeld, era algo realmente notável e…muito bom! E os encadernados da Panini passam por todas essas fazes. A seguir, farei um pequeno review do primeiro dos quatro encadernados lançados até agora e continuarei analisando um a um em posts posteriores. Comecemos:

Deadpool Clássico #01

O primeiro volume desta série contém justamente as duas primeiras mini-séries acima citadas. A primeira tem o título original de “The Circle Chase” ou “Perseguição Circular” e é tortuosamente dividida em 4 partes com o roteiro DE MERDA do Fabian Nicieza e a arte fedendo a anos 90 do Joe Madureira. Na trama, todo os mercenários estão atrás de algo que um personagem chamado Tolliver deixou após sua morte, eventos mostrados em histórias da X-Force que eu não tenho a minima vontade de conhecer. Essa mini nada mais é que uma desculpa porca e nojenta pra colocar o Deadpool correndo e trocando sopapos com um monte de personagens que você não faz ideia de que buraco saíram e não dá a minima, e só serve pra te situar no que vem a seguir, na mini escrita pelo Mark Waid, que é uma sequencia direta. Ah, e também explica por que não vemos a Vanessa ( conhecida como Copycat,que é, SIM, mutante) e grande amor do Wade, nas histórias posteriores do personagem. Acontece que ela, mesmo com um baita rombo no estomago, dá um pé na bunda do Mercenário Tagarela. Que linda história de amor…

Esta é uma das páginas onde vemos que o desenho e o roteiro não costumavam conversar muito…Wade e Vanessa se beijam e FALAM AO MESMO TEMPO! Sem falar nas expressões faciais totalmente incondizentes com os diálogos. Uma bela bosta…

Em seguida temos uma melhorada na trama com a mini roteirizada pelo senhor Mark Waid intitulada apenas de “Deadpool”. Sendo uma sequencia direta de “Perseguição Circular”, a mini mostra Deadpool amargurado pela perda da Vanessa mas sem muito tempo pra se lamentar, já que começa a ser perseguido por um grupo de mercenários altamente armado dos anos 90,  o que significa armaduras high-tech espalhafatosas e armas de cano quadrado, mandados por Black Tom Cassidy, o qual está morrendo com um tipo misterioso de câncer e vê no fator de cura overpower do Mercenário Tagarela sua chance de salvação. Para tanto, além dos mercenários, Black Tom manda o Fanático à caça do Deadpool, o qual nutre um imenso sentimento fraternal por Black Tom e fará de tudo para por as mãos em Wade Wilson.

Assim como em “Perseguição Circular”, essa mini também é uma desculpa pra fazer uma história com ação non-stop do Deadpool, no entanto Mark Waid consegue um resultado MUITO SUPERIOR ao obtido pelo pífio Fabian Nicieza por não entupir a trama com um monte de personagens secundários caçando o Deadpool e por introduzir a Siryn como novo interesse romântico do personagem e ainda integra-la a trama de forma orgânica. Aliás, é esse relacionamento conturbado de ambos que ganha alguns dos melhores momentos na fase do Joe Kelly.

Nos desenhos temos Ian Churchil, que eu costumava confundir com o Patrick Rolo, desenhista do Mortal Kombat da Malibu Comis que foi publicado pela Editora Escala nos anos 90 aqui no Brasil, e eu ADORAVA! Acho que por isso eu gostei tanto dos desenhos do Churchill quando li essa mini pela primeira vez em Grandes Heróis Marvel 63. Apenas anos depois é que comecei a notar que o cara cometia uns erros grotescos de anatomia…mas o pior é que eu ainda gosto do estilo angular do traço do cara, e quando você compara com os “fill ins” do Lee Weeks e do Ken Lashley na história, aí parece que o cara é o Alex Ross!

Fill In do Lee Weeks. Socorro…

 

Fill In do Ken Lashley. É…até que não era tao ruim… pelo menos NESSA PÁGINA!

 

Capa do Patrick Rolo para o Mortal Kombat da Malibu Comics, caso você tenha ficado curioso mas com preguiça de pesquisar…

No fim, Deadpool Clássico #01 é algo mais pra quem gosta MESMO do personagem ou pra quem gosta de ter a coleção completinha por TOC mesmo. Eu, particularmente, comprei mais pelo carinho que tenho pela mini do Mark Waid do que pela qualidade do encadernado como um todo, tanto que só resolvi comprar depois de ter comprado o número 2, justamente com a fase do Joe Kelly. O saldo final é : Não procure com tanto afinco esta edição, pode pular direto pra 2 sem peso na consciência, se preferir.

Nota: 6,0

E, no próximo post, finalmente  começa a fase que vale do Mercenário Tagarela em Deadpool Clássico#02! Não perca! Ou perca…problema seu…