Demolidor #12
Esse é o primeiro número dos encadernados do Homem Sem Medo após a excelente fase de Mark Waid. Será que vale o investimento?
A nova dupla criativa é composta pelo roteirista Charles Soule e o medalhão Ron Garney nos desenhos. Na história, Matt Murdock obteve a sua identidade secreta e retornou para Nova York. Apenas seu melhor amigo Foggy Nelson, curado do câncer, sabe que Murdock e o Demolidor são a mesma pessoa, mas o seu relacionamento continua bastante abalado. O herói agora adotou um uniforme diferente, negro com botas e luvas vermelhas, e o ex-advogado agora tenta uma nova carreira na promotoria pública.
Em outro ponto da cidade, Chinatown, o jovem Samuel Chung, imigrante ilegal tenta se desdobrar entre dois empregos. O primeiro emprego é simples, forma e lhe garante sustento, trabalhando como faxineiro na Universidade de Columbia. O outro emprego ultimamente não lhe traz nada além de dor de cabeça, atuando em seu bairro como o vigilante conhecido como Ponto Cego, usando um traje projetado por ele mesmo que lhe garante invisibilidade, mas come metade do seu salário como faxineiro em pilhas.
Murdock vê em Sammy um pouco de si mesmo quando mais jovem e o acolhe como aprendiz. Além disso os dois possuem um alvo em comum, um líder religioso e criminoso conhecido como Dezdedos, cuja seita está envolvida em uma série de atividades criminosas. Quando o promotor Matt Murdock deixa Dezdedos escapar, só restam os heróis Demolidor e Ponto Cego lutarem para livrar o bairro chinês.
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Ok, não é uma tarefa fácil substituir um nome de peso como Mark Waid em uma das principais revistas da Marvel, ainda por cima quando esse trabalho foi enormemente elogiado e premiado. história começa até bem, Ponto Cego é um personagem interessante e com potencial. O problema é que o clima não se sustenta muito, a história é bem cheia de altos e baixos, com uns momentos bem chatos. O lado promotor de Murdock é bem deixado de lado, e quando aparece é maçante, a relação entre Foggy e Matt também foi sumariamente deixada de lado.
Até mesmo a arte do Ron Garney está abaixo daquilo que se espera dele, quem já viu o encadernado Thor: O Amaldiçoado (resenhado aqui no site) sabe do que eu estou falando. É estranho ver o clima heroico e um tanto alegre retomado por Waid simplesmente ser deixado de lado pra retornar com as histórias violentas e sombrias que ditaram a regra e estavam saturadas já a algum tempo.
Enfim, essa nova fase do Demolidor não é aquele pesadelo todo que me pintaram, mas também não é algo que dá pra chamar de bom. Vou continuar acompanhando, mas não muito animado.
PS: Gostei do novo uniforme.