A Atomística aplicada ao fracionamento de bandejas de isopor
Um pÓstE altamente recomendado ao Vinnie.
Extraído da Wikipédia:
“Atomismo (em grego antigo: ἄτομον atomon o que não pode ser cortado, indivisível) é uma filosofia natural que se desenvolveu em várias tradições antigas. Os atomistas teorizaram que a natureza consiste em dois princípios fundamentais: átomo e vazio. Ao contrário de seu homônimo científico moderno em teoria atômica, os átomos filosóficos vêm em uma variedade infinita de formas e tamanhos cada uma delas sendo indestrutíveis, imutáveis e cercadas por um vazio onde colidem com os outros ou se reúnem em juntos formando arranjos. O aglomerado de diferentes formas, arranjos e posições dão origem a várias substâncias macroscópicas no mundo.”
Nos enfadonhos anos de faculdade, imerso no mais profundo tédio, tinha eu como “escape” a mania de fracionar as embalagens de isopor das bandejinhas de frios que continham presunto e queijo advindos dos mercados. Ontem, imerso nas memórias dos dias idos, lembrei-me de tal fato quando estava diante de uma bandejinha dessas. Sendo assim, nada mais elucidativo, penso eu, que escrever um pÓstE escrutinando tão importante questão. Afinal, não é chato ter que quebrar aquelas bandejas em pedaços disformes e aleatórios? Não é mais interessante fazê-lo de modo preciso e ordenado seguindo um encadeamento lógico?
Pois bem. Vamos aos materiais. Além das bandejas você precisará de instrumentos cortantes. Aqui utilizei três tipos de facas. Pode ser interessante que você faça o teste com o maior número de coisas possíveis. Não só as facas de sua casa como também a de vizinhos e conhecidos se achar melhor. Lembrando que se você não fizer vários testes algo pode acontecer. Você sabe disso.
De cima para baixo: faca de carnes, faca de pão e faca de mesa.
Além das facas, instrumentos como régua e lápis podem lhe trazer maior conforto em colocar um melhor ordenamento no modo de realizar os cortes e divisões com maior precisão (pois se você não fizer da forma correta, algo pode acontecer). Instrumentos diversos como compasso, paquímetro, medidores a laser e lupas podem também ser utilizados. Fica a seu critério o grau de ordem que você quer impor ao mundo.
Pois bem, o fracionamento da bandeja pode se dar de diversos modos, seguindo diversos padrões geométricos. Também faz-se importante um elevado número de testes vez que fazer algo errado pode trazer consequências que só você sabe.
Método 01: fracionamento manual
Iniciei com um método mais rústico empregando apenas as mãos para quebrar os pedacinhos de isopor da bandeja. O ponto positivo desta técnica é a praticidade vez que não exige demasiado planejamento. O inconveniente é o fato da dificuldade de se conseguir padrões mais parecidos entre as lasquinhas de isopor e isso pode ser um problema. Outro ponto negativo é que as coisas poderiam ser diferentes se você tivesse feito algo diferente.
Método 02: fracionamento por meio de objetos cortantes e análise geométrica
Um dos pontos positivos desta técnica é que ela lhe possibilita maior controle na forma que os pedacinhos terão ao final de tudo. Para tal, é conveniente o uso de instrumentos (réguas, esquadros, lápis, compasso, etc) que vão lhe possibilitar fazer os cortes de forma mais ordenada. O ponto negativo é que as coisas poderiam ser diferentes se você tomar decisões diferentes (e você sabe disso).
- Fracionamento por faca de cortar pão
Apesar da robustez da faca de cortar pão, a mesma não possibilitou cortes com arestas “lisas” e também levou a um certo “esfarelamento” do isopor e isso é um problema. É importante que as arestas sejam lisas de modo a evitar que algo indesejável aconteça.
- Fracionamento por faca de cortar carne
Aqui a robustez do instrumento contribuiu, ao lado de sua linha de corte, num melhor acabamento das arestas dos quadradinhos. Das três testadas foi a que melhor desempenho apresentou (talvez seja interessante testar outras facas como a Ginsu ou a faca AK-47 para melhores avaliações).
- Fracionamento por faca de mesa
Apesar da facilidade de manipular, a mesma também não contribuiu para alcançar arestas mais lisas, e isso é um problema, como já mencionado.
Bem, agora que você já escolheu o melhor método de corte fica no ar uma outra questão: qual a forma geométrica devo utilizar? Círcular, oval, retangular, triangular, hexagonal? O ideal é utilizar formas simples, mas também é interessante testar as mais diversas formas e optar por aquela que não vai trazer nenhuma catástrofe à você ou a conhecidos.
Escolhida sua forma geométrica favorita, agora recai uma outra questão fundamental: até que ponto (tamanho) se dará o fracionamento?
De modo a otimizar seu tempo é ideal que não se gaste demasiado esforço promovendo demasiados cortes. Contudo, poucos cortes podem levar a algum problema oculto que lhe espreita por aí. Ainda assim, você é livre para fracionar a matéria o quanto quiser (claro, de acordo com a Física Quântica não é bem assim). Você pode chegar a níveis moleculares, realizando cortes nanométricos na estrutura de poliestireno expandido ou, quem sabe, chegar a níveis tais que promova o rompimento da molécula e com mais afinco, do próprio átomo e seus constituintes.
Use a faca AK-47 e quebre prótons em seus quarks constintuíntes com um sorriso no rosto. E isso pensando em termos 3D. Vá além: quebre o próprio tecido do espaço-tempo. Fracione as cordas dodecadimensionais. Crie e destrua Universos a seu bel-prazer. Os devaneios de Plank são o seu limite!
Depois de tudo ordenadamente finalizado, como deve ser, você tem o alívio de ter em sua mente a certeza de ter contribuído para a ordem e paz no Universo (ainda que paradoxalmente levando em conta as implicações termodinâmicas de entropia) . E aquela plaquinha aberrante tornou-se então um sem número de pequenos pedacinhos que agora se apresentam como uma trouxinha e cabem numa pequena sacolinha plástica. Não é maravilhoso?
Antes de finalizar, convém salientar que você pode empregar métodos semelhantes no fracionamento de cascas de frutas, por exemplo. Uma compulsiva e obsessiva vida a todos e até o próximo pÓstE.