Quase verti lágrimas ao receber esse encadernado.
Foi um pouco mais de uma longa semana esperando pela chegada dessa obra prima pelo correio, e valeu a pena. Sem enrolação, bora pros tópicos!

• Roteiro: Precisa dizer? Um dos contos de super heróis definitivo. Waid criou além de uma história memorável, uma reflexão sobre os heróis clássicos para as nova gerações. Todo mundo aqui conheceu a Era Image, mesmo que de ouvir falar. Heróis maus, violentos, que matam o bandido, já que bandido bom é bandido morto. Mas onde entra o real significado de “herói” no meio disso? Onde está a bondade, o exemplo, a responsabilidade com a vida e com os próprio poderes? Reino do Amanhã é uma conto sobre o retorno dos valores clássicos, sobre o que pode acontecer quando os justos ficam calados, sobre como o “super” não é nada sem o “humano”. Esse é o grande ponto, quando Kal-El se afastou da humanidade, ele perdeu seu bem mais precioso, ser Clark Kent, ser humano. O maior herói da história não usa capa, nem é superforte, ou viaja na velocidade de luz. O grande herói, no verdadeiro sentido da palavra, é um senhor de idade avançada que havia perdido quase toda a fé na humanidade, e esse quase faz uma diferença e tanto. Eu posso escrever um texto de 40,5 motivos aqui e ficar rodando atrás do meu próprio rabo, então me contento a dizer: FODA!

• Arte: precisa dizer também? Tem gente que conheço que não curte o Alex Ross, o argumento usado geralmente é que o realismo das pinturas tira um pouco do clima de hq de super heróis. Bem, eu discordo. As páginas pintadas por Ross merecem ser apreciadas com cuidado e com carinho. Especialmente nessa história vale a pena gastar mais alguns minutos a procura de easter eggs e personagens escondidos, como o Sombra, Rorscharch e o Monstro do Pântano.

• Acabamento: coisa linda de Deus! Capa fosca, título em destaque com letras douradas, formato gigante e papelito muy bueno! Só teve uma cagadinha: o meu exemplar veio com cola extravasada na parte interna da contracapa, mas é uma coisa insignificante.

• Extras: 120 PÁGINAS DE EXTRAS! Parecer sobre os personagens principais e outros não tão principais assim, histórico de todas as aparições e citações a Reino do Amanhã em outras mídias, genealogia dos personagens, método de construção de uma página por Alex Ross, perguntas sobre a graphic novel respondidas por Waid, compilado de citações e easter eggs, uma caralhada de artes extras do Ross, posfácio por Clark Norman Ross, pai de Alex e modelo usado para a criação de Norman Mccay. É muita coisa! A Panini resolveu levar o termo “edição definitiva” ao extremo.

• Preço: salgado, bem salgado. 89 reais é um preço muito alto, mas vale a pena. Reino do Amanhã é uma daquelas obras consideradas leitura obrigatória pra todo fã de quadrinhos, junte isso mais a caralhada de extras e a apresentação do encadernado e no fim não parece tão caro. Eu ia indicar o link da Saraiva onde paguei 20 reais mais barato, mas já esgotou (se foderam). E como um bom falido, parcelei em suaves prestações no cartão de crédito, também conhecido como o demônio em forma de retângulo plástico.

Nota final: 11!

Essa nota dou sem arrependimentos. A Panini mostrou que quando quer brincar de editora de verdade eles fazem o serviço bem feito.

E não percam o próximo review, garanto que vai ser de matar!