Babylon 5
Um fracasso de grande sucesso.
No dia 26 de janeiro de 1994 estreou nas gringas Babylon 5. E é por isso que tenho mais tolerância com o Straczynski do que ele faz por merecer.
Mas vamos lá.
Após um primeiro contato desastroso que causou a guerra Terra-Minbari, e que terminou de forma misteriosa, com os minbari se rendendo prestes a aniquilar a Terra, foi iniciado o programa Babylon, uma série de estações espaciais imensas, dedicadas a unir os povos do espaço e impedir novas guerras. Era a última e melhor esperança para a paz.
Eles falharam.
As três primeiras foram destruídas antes de serem finalizadas, por sabotagem. A gigantesca Babylon 4 desapareceu 24 horas depois de ficar operacional.
A ultima e menor delas, Babylon 5 se manteve ativa e virou um cruzamento de raças de toda parte da galáxia com a Terra tentando intermediar acordos e tratados. O que pode ficar difícil, já que internamente as coisas também não vão bem, com a Aliança Terrestre se tornando mais autoritária e fazendo maior uso da Psi-Corps, uma policia que utiliza telepatas.
A série teve 5 temporadas e seis longas feitos para tv e não se pode dizer que falhou em sua missão. O planejamento original, cinco temporadas, foi cumprido. Ainda que a quarta tenha fechado muitas pontas, pois havia um receio que a série não fosse ser renovada.
Cada temporada tem um “tema” central, mas todas ligadas por um arco maior, a guerra contra uma raça misteriosa chamada Shadows.
Há uma certa polemica sobre essa série e outra série de estação espacial que estreou bem próxima, Deep Space 9, do universo de Star Trek. Segundo historias, Straczynski apresentou o conceito, bastante completo com a “bíblia” da produção, roteiros, designs, background de personagens, coisa pra caralho, para a Paramount, que não se interessou.
E dois meses depois que o canal Warner anunciou a produção de Babylon 5, a Paramount anunciou DS9. Isso não impediu, porém, que Majel Barrett, a viúva de Gene Roddenbery participasse de alguns episódios. Diabos, Walter Koenig, o bom e velho Chekov, fazia um personagem importante.
Após tanto tempo, os efeitos especiais realmente envelheceram. Não ficaram ruins, mas as naves são CGs bastante óbvios, ainda que as, muitas batalhas espaciais não tenham perdido a força. Mas é interessante notar o cuidado com partes da produção, como por exemplo o sistema de voo dos caças Fury. Eles não fazem curvas no espaço e sim alteram sua direção com pequenos propulsores espalhados pela nave.
A trilha sonora, no entanto, continua ótima.
A série trata de vários temas como ordem, caos, autoritarismos, religião, guerra e sacrificios, tanto os que a guerra causa, quanto os necessários para manter a paz. Ela vai um pouco mais para uma visão mais cinica e critica, mas seus raros momentos de idealismo são brilhantes.
Uma das inspirações mais claras para Babylon 5 é Tolkien, tanto na abordagem de algumas raças, como os misticos Minbari fazendo de elfos quanto até mesmo a aparição de um personagem chamado Lórien.
Como acontece também com outras séries de FC, Babylon 5 gerou um spin-off, Cruzade, que acabou prematuramente, vitima principalmente de interferências da direção do canal, a TNT. Da mesma forma, a primeira temporada, embora essencial para se entender bem a série, é a mais fraca, se comparando com as outras.
E considerando que a série teve que lidar com atores com problemas severos de esquizofrenia entre outros problemas, um orçamento bastante limitado e o estranhamento de uma forma nova de conduzir séries, usando arcos de histórias (o normal até B5 era uma historia ter começo, meio e fim no mesmo episodio, no máximo em dois), é surpreendente que tenha chego até onde queria.
Está no meu top 5 séries de ficção cientifica, ainda que seja muito dificil de achar legendado por aqui, mesmo tendo sido exibida por completo na Fox.