13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi
Você não está dando ordens. Você está no meu mundo agora.
Não é segredo que Michael Bay está por trás de muitos desastres em forma de filme e eu, como apreciador de robôs gigantes, já tenho motivo para amaldiçoa-lo até a 100ª geração.
No entanto, o cara já fez um ou outro filme legal, como Bad Boys e A Rocha. Já esse, 13 Horas, bem, é realmente bom.
É baseado no livro de mesmo nome, que relata um episodio que aconteceu em 2012, pouco ouvimos falar aqui na grande Zona Leste chamada Brasil mas teve significativo papel nas eleições americanas.
Em 2012, a Líbia não era o paraiso que ainda não é hoje. Após a horripilante morte de Khadafi, o país mergulhou numa bagunça generalizada e muitos paizes fecharam suas missões diplomáticas para a segurança de suas equipes. Os Eua no entanto ainda mantinham duas, uma na capital Tripoli, um consulado, e outra na segunda maior cidade, Benghazi, um pequeno posto diplomático, aonde chega o novo embaixador, J. Christopher Stevens.
Próximo dali, a sempre simpática CIA mantinha um posto secreto apelidado de O Anexo, protegido por uma equipe de uma empresa militar privada, a Global Response Staff (GRS).
A coisa começa a atingir o ventilador quando, durante a noite, não por acaso era 11 de setembro, o Posto é atacado por militantes da Ansar al-Sharia. Os guardas do local, uma milicia supostamente aliada chamada Brigada dos Mártires de 17 de Fevereiro se mandam sem lutar. O embaixador e outro funcionario se escondem numa sala segura, mas não muito. Quer dizer, não quando os militantes resolvem queimar o predio todo.
O pessoal do Anexo consegue ver o incendio resolvem ir ajudar, no que são impedidos pelo chefe de operações, alegando que a saida deles (os seis caras da GRS) tornaria o Anexo vulnerável. Depois de muita demora, eles acabam conseguindo ir até o Posto e começam a tentar salvar a equipe diplomática e depois o próprio Anexo e eles mesmos.
“Por que isso influenciou as eleiçoes americanas, Zuievo?”
Bem Timmy, há tremendas controversias sobre o papel das altas figuras ali, leia-se, as pessoas no outro lado do Atlantico. A demora em permitir que a equipe da GRS fosse em socorro da missão diplomática e depois a falta do muito pedido apoio aéreo.
Naquela época Hillary Clinton era a Secretária de Estado e Obama dizia ao mundo que a Primavera Árabe havia pacificado a região e tudo era lindo e rosa. Mas, aí que está o mas, para manter tudo assim era preciso que Obama fosse reeleito, dali a poucos meses. Uma operação de larga escala poria tudo a perder.
O filme na verdade é até mais simpatico com Obama/Hillary do que muita gente afirma ter sido a verdade. Segundo o Departamento de Estado não haviam aviões disponiveis naquele momento que chegassem a tempo. Outras fontes afirmam que havia pelo menos um AC-130H Spectre a meros 45 minutos dali, numa base na Sicilia.
Há também o fato que o Chefe de Equipe do Departamento de Defesa Jeremy Bash informou que haviam forças prontas para serem despachadas para lá, duas horas apos o inicio do ataque. Nada aconteceu, feijoada.
Há muitos outros pontos, que vão ficando progressivamente mais graves, mas fogem ao escopo desse post.
Um amigo me chamou atenção para um ponto curioso, de que em filmes como esse ou Falcão Negro em Perigo, morrem tão poucos americanos para duzias de combatentes inimigos. De acordo com especialistas, é devido ao treinamento. O soldado tem a estranha mania de buscar cobertura, o militante costuma sair correndo e atirando como dita o Grande Livro de Guerra de Zapp Brannigan.
Vale a pena destacar a muito foda trilha sonora.
Não é um filme onde “a América salva o dia”, quase que o contrário, e é um bom filme de guerra. E bem, é um Michael Bay contido. Quem sabe ele poderia ser mais assim.