Al Bundy vs The World
“Ah… lar, doce inferno.”
Vamos ver uma coisinha de tempo idos.
1987. A Fox acabara se ser colocada no ar, e foi contratado um cara muito jovem para ser produtor de séries da parada. Ele entrou em contato com dois escritores e lhes deu carta branca. A ideia era fazer uma sitcom que fosse diferente das outras. Onde a familia não se reunisse feliz na mesa do jantar no fim do episódio. E que inclusive não aprendesse nada e continuasse tão miserável quanto antes.
Algo como uma familia real. E isso foi dois anos antes de Os Simpsons.
O show era Maried …. with Children (algo como Casados … e com filhos, no Brasil ficou sendo Um Amor de Familia. A ironia foi encontrada morta numa floresta).
Tudo ia bem, até que uma dona de casa chamada Terry Rakolta viu um episodio da terceira temporada. Lá estava Al Bundy, babando por uma guria de lingerie, enquanto esperava sua esposa, Peg, comprar alguma coisa.
Isso foi o bastante para Rakolta começar uma campanha para os patrocinadores do programa, pedindo que retirassem a grana. E foi fazer campanha em todos jornais e emissoras que pudesse. Sua campanha foi bem sucedida. A principio.
Os patrocinadores realmente começaram a cancelar os contratos. Mas a Fox segurou as pontas por algum tempo. E os indices de audiencia começaram a subir como foguetes.
Conseguem imaginar algo assim acontecendo agora, uma produtora de, bem, seja lá o que for, dando uma banana para a reclamação dos desocupados, apoiando suas equipes criativas e se mantendo fiel a visão original da coisa e principalmente, fiel ao seu público?
Houve um tempo em que mesmo a Fox podia fazer algo que prestasse e resistir a onda de babaquice. Hoje, poucos tem essa coragem de não se permitirem ser intimidados.
E Ed O’neill, antes de ser amaldiçoado com Modern Family, era um heroi.