Patrulha do Destino por Grant Morrison – Uma Análise do que Saiu Até agora

Meu nojinho em relação ao Morrison vai diminuindo aos poucos.

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Até mesmo aqueles que não defendem o careca escocês com unhas e dentes elogiam a fase dele como roteirista de um dos grupos mais bizarros e carismáticos da  DC Comics, só que esse material parecia fadado ao esquecimento. porém, ultimamente a Panini tem dado uma atenção um tanto quanto inédita ao material antigo da Vertigo, mesmo que sejam lançados em edições de qualidade gráfica questionável. Era impossível deixar esse material passar sem conferir, não apenas pelas recomendações múltiplas, mas por  uma regra básica que eu sigo: se alguma revista possui em sua capa uma arte assinada por Brian Bolland ela tem 85% de chance de ser um bom material.

O primeiro encadernado já apresenta profundas mudanças. Rhea Jones, a Mulher Gigante, está em coma, Cliff Steele, o Homem Robô se internou em um hospital psiquiátrico para lidar com seus demônios e Larry Trainor está se recuperando em um hospital após eventos que o separaram de sua contraparte negativa. Porém o Homem Negativo encontra Larry e se refunde a ele, juntamente com a doutora Eleanor Poole, criando o ser hermafrodita que atende pelo nome de Rebis.

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Steele é convencido a voltar à ativa, e acaba ajudando e recrutando Kay Challis, mais conhecida como Crazy Jane. Jane foi uma garota violentada quando criança, que para fugir dos abusos acabou desenvolvendo um transtorno de múltiplas personalidades, 64 catalogadas até o momento, e após o advento da bomba genética (não vou explicar, se vira caçando na wikipédia) todas elas possuem poderes meta humanos. O time se completa com a jovem e simpática Dorothy Spinner, outra pessoa afetada pela bomba genética, que lhe conferiu a capacidade de materializar pensamentos, mas transformou suas feições em algo simiesco.

Heróis bizarros não merecem nada menos que inimigos igualmente bizarros, e isso tem de sobra nas páginas das hqs. Os Tesouras, Rubro Jack, Maldito-Seja e sua esposa Querida-Volte-Logo, a insólita Irmandade do Dadá, e a espiral de loucura segue arrebatando a atenção a cada página. Morrison realmente estava inspirado para escrever essas histórias, fugindo bastante do lugar comum dos grupos de super heróis que resolvem tudo na base da porrada. Porém se engana quem pensa que não existe ação nas páginas, muito pelo contrário.

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O desenhista principal do título era Richard Case, que possui um belo traço que combina o clássico com o estilizado, formando uma combinação perfeita com o roteiro. O visual de seus personagens é muito bom, mas são nos cenários oníricos que o cara voa baixo, algumas vezes usando o recurso de colagens. A partir do segundo encadernado as capas passaram a ser de autoria de Simon Bisley, que ame ou odeie, manja das bizarrices.

Até agora foram lançados três encadernados: Rastejango dos Escombros, A Pintura que Devorou Paris e Rua Paraíso Abaixo, porém os dois próximos volumes já estão na pré venda, Ônibus Mágico e Supermusculatura. O preço de capa circula na faixa de 25 reais, e cada edição possui aproximadamente 200-240 páginas em papel jornal xexelento, mas que pelo menos não fede à morte como os Coleção Histórica Marvel. Dinheiro bem gasto.

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Godoka
26/10/2016