Batman – O Nascimento do Demônio pt.1

Sentiram falta das análises da Eaglemoss? Nem eu.

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Ultimamente tenho tanta coisa comprada na pilha para ler\resenhar (com desenhos ou não) que a coleção da Eaglemoss ficou negligenciada na minha prateleira. Longe de ser pelo fato de que Hellblazer, Dredd, Monstro do Pântano, Hellboy, Demolidor e Conan sejam muito mais interessantes, na verdade é que… bem… ah, foda-se! É por isso mesmo.

Mas quando a história é boa a gente tem que tirar o chapéu, como é o caso desse encadernado (e do próximo). As histórias contidas aqui nessa edição são as graphics O Filho do Demônio e A Noiva do Demônio, roteirizadas por Mike W. Barr (autor da sensacional Camelot 3000) e desenhadas por Jerry Bingham e Tom Grindberg, respectivamente.

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Na primeira história acompanhamos Batman desbaratando o ataque de uma célula terrorista a um depósito de produtos químicos. Os terroristas tem marcados em seus corpos uma cicatriz no formato da letra Q. Apesar de salvar as pessoas, o detetive é gravemente ferido e acaba perdendo a consciência antes de conseguir chegar à Bat Caverna. Bruce acorda em seu refúgio e descobre que foi ajudado por Talia Al Ghul, que revela estar interessado nas atividades dos terroristas e que possui contas à acertar com seu líder.

Mais tarde a investigação leva à ligação do grupo com o pai de Talia, Ra’s Al Ghul. Batman viaja até a base de Ra’s, esperando contar com a ajuda de seu antigo inimigo nessa investigação. Segundo os dados levantados pelo herói, o líder da organização é um homem chamado Qayin. Ra’s revela que Qayin era um antigo amigo e pupilo, que acabou sucumbindo à curiosidade em relação aos Poços de Lázaro, e um dia, ao entrar nas instalações onde um deles se encontra, acidentalmente matou a esposa de Ra’s e mãe de Talia. Batman e Ra’s aceitam unir forças contra o  novo inimigo, e parte desse acordo inclui o casamento entre Bruce e Talia.

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Enquanto Batman começa a treinar as tropas de Ra’s, Qayin monta seu plano no inexpressivo país da Golatia, governado por militares e onde o vilão é tratado como um aliado que levará o nome do país a uma posição expressiva. Mas a verdade é que Qayin pretende acabar com Ra’s antes que o câncer em estágio terminal o mate. Os meses se passam e, além da vida de casado, Bruce recebe a notícia de que Talia está grávida, porém a ameaça de Qayin ameaça o futuro da recém família do cavaleiro das trevas.

A segunda graphic se passa pouco depois da primeira. Ra’s está pretendendo sequestrar um cientista que pesquisa uma fórmula de ozônio que se regenera para usá-lo em seu plano de limpeza global, porém Batman aparece para frustrar os planos do vilão. Esse é o primeiro embate entre os dois após os eventos de O Filho do Demônio.

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Com uma carga dramática não muito comum nas histórias em quadrinhos (pelo menos não nas atuais), o roteiro de Barr é bem elaborado e de fácil entendimento. Confesso que mesmo apesar do peso que essas histórias possuem eu nunca as havia lido, então tive uma grata surpresa, é bom ler algo do Batman nessa coleção que não seja do Jeph Loeb. A segunda parte da trilogia continua bem escrita e com um clima empolgante, mas acaba sendo inferir se comparada à primeira, tanto em enredo quanto em arte.

Em momento  algum a arte de Grindberg é ruim, muito pelo contrário, só que a arte de Jerry Bingham também presente na edição faz com que essa seja uma competição injusta. Tanto esteticamente quanto em narrativa e composição de páginas, Filho... se mostra uma hq excepcional.

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A história nos extras é Batman 232, de 1977, escrita por Denny O’Neil e desenhada por Neil Adams. Nela temos a primeira aparição de Ra’s Al Ghul, que vem pedindo o auxílio de Batman para resgatar sua filha Talia. Batman acaba aceitando pois aparentemente Robin foi sequestrado pela mesma organização criminosa. Detalhe: Talia já havia aparecido em uma edição de Batman.

Apesar  da qualidade, essa é uma edição pra se deixar passar por um simples motivo: a versão da Panini em capa cartonada é a metade do preço. Melhor deixar o dinheiro para comprar a parte 2.

Godoka
20/09/2016