Cavaleiro da Lua – Dois Encadernados, Uma Análise
E um pouco de preguiça.
Comprei o primeiro encadernado no impulso. Entrei na banca para ver se levaria mais alguma coisa além do volume da Salvat e lá estava ele. Preço bom, capa bonita, escrito por Warren Ellis. Por que não levar? Cheguei em casa, coloquei ele de lado e demorei alguns dias para tirá-lo do plástico. Me arrependi de não ter feito isso antes.
Geralmente Warren Ellis não alcança o mesmo êxito que tem quando escreve suas obras autorais ao escrever super heróis, muita gente detesta sua fase nos X Men, Extremis é uma boa história, mas mesmo assim anos luz atrás de coisas como Planetary e Transmetropolitan, por exemplo. Acho que já deu pra entender a pouca empolgação que tinha com essa hq, mesmo ela sendo escrita por um de meus autores favoritos. Ainda bem que estava enganado.
O primeiro volume, Dos Mortos, é uma das coisas (mais ou menos) atuais mais divertidas que já li. Nunca havia lido nada do personagem, só sabia que ele era um vigilante salvo por uma divindade egípcia e que era meio lelé, mas até aí não tinha nada que me chamasse atenção. Talvez esse seja o motivo pelo qual gostei das histórias, eu não tinha ideia do que esperar.
Outro grande trunfo do autor nesse primeiro encadernado foi fazer de cada edição uma história diferente, começo, meio e fim a cada 20 páginas, mais ou menos. Em cada história uma personalidade de Marc Spector sendo abordada, sem confundir o leitor em viagens demais. Outra coisa interessante é a quantidade de violência nas histórias, pra fazer qualquer fã do Justiceiro se sentir em casa. Eu pelo menos me senti assim.
Só que no segundo volume as coisas não foram bem assim.
Sai Ellis e entra Brian Wood. Sai o esquema de uma história por edição e entra um história só se desenvolvendo em seis revistas. Sai a empolgação.
Wood escreve bem, tem algumas partes da história realmente ótimas, mas parece que a mudança de escritor o do tipo de história foi um baita corta gozo. A mudança da arte de Declan Shavey para as mãos de Greg Smallwood e Giuseppe Camucoli também ajudam nessa quebra de ritmo. Os últimos dois desempenham muito bem os seus papéis, a narrativa de ambos é ótima, mas a arte de Shavey, mesmo simples em muitos pontos, casava muito bem com a ambientação urbana e escura da revista.
Ainda é uma boa história, não sei se vão lançar outros volumes, e se lançarem provavelmente eu vou comprá-los, mas parece que ficou faltando alguma coisa que tinha lá no começo.