Disgaea PC
Dood.
Após vários anos, finalmente irá ser lançada pelo Steam um dos melhores jogos tipo “Tactics”, Disgaea Hour of Darkness, que saiu originalmente para PS2.
Feito pela veterana no gênero, a Nippon Ichi (que ainda não era veterana quando o jogo foi lançado), esse é o primeiro da série, que nos consoles já está indo pro sexto capitulo, embora não sejam sequencias diretas, muitas vezes compartilham personagens.
Mas enfim. A historia.
No submundo, a demonia Etna está tentando despertar o rei dos demônios, o Overlord dali, Laharl, de seu sono de vários séculos. Ela consegue após algumas tentativas e explica a situação a ele. Durante seu sono, outros demônios tomaram partes do Netherworld e estão se rebelando contra ele.
Laharl resolve colocar aqueles babacas em seus lugares, mas está muito enfraquecido e precisa começar, digamos, por baixo, até recuperar suas forças.
As coisas se complicam por causa da intervenção das forças do Céu, que enviam uma assassina, Flone, e dos humanos, que mandam CAPITÃO GORDON, DEFENSOR DA HUMANIDADE!
Então, Laharl, ajudado por Etna (mais ou menos ajudado, ela deixa claro que tentaria trai-lo se tiver a chance. Ele não liga, afinal, são demônios e só respeitam o poder) e os lacaios que lhe restaram, começa a viajar pelo inferno para restabelecer seu domínio.
O sistema de batalhas é, a principio o mesmo de outros jogos do tipo, você luta em um cenário isométrico, e move suas unidades pelo grid, trocando turnos contra o computador. As sutilezas é que fazem a diferença. Faça dois ou mais personagens atacar ao mesmo tempo para iniciar um Combo, com potencial de dano altissimo, que ainda ajuda a subir seus pontos de missão e ganhar suculentos itens no fim da luta.
Há áreas coloridas que dão um tipo de status, positivo ou negativo, em quem está na zona de efeito, são os Geo Panels. E os status podem ser algo tão simples quanto, sei lá, mais 20% de dano num ataque, ou tão ignorante quanto imunidade à dano. Essas áreas são controladas por piramides, os Geo Symbol, que podem ser deslocados ou destruídos. A destruição acaba com o efeito e causa dano nas unidades na área da cor. Para deslocar, há dois comandos, Lift e Throw, Levantar e Jogar, e então arremessar a piramide. É possível levantar outras unidades e isso gera muitas possibilidades estratégicas.
E então você tem algum item e quer dar um upgrade nele, algum item qualquer. Uma lança, digamos. Basta selecionar até o Item World, uma sequencia de batalhas, em dungeons aleatórios, e ir vencendo. Após uma quantidade de lutas, você consegue uma melhoria nos status da arma. É possível sair ao encontrar um portal, mas sem chegar ao nível certo, ou localizar e libertar um personagem especifico, o Guardião, não há mudança. Mas é possível retomar o processo no nível de onde foi abandonado.
Aquela pergunta, “o que você levaria para uma ilha deserta?”, no caso de um jogo, minha escolha mais provável seria esse. Ele é, pra todos os efeitos, infinito, quase como um jogo de Atari. Me acompanhe nesse raciocínio.
Pelo Item Word é possível aumentar o level de qualquer item ou peça de equipamento. E há literalmente centenas de itens. Cada personagem pode ser upado até o ignorante nível 9999. Não 99. Dois digitos a mais.
E mais. Se quiser, é possivel Transmigrar um personagem, fazendo ele com level 1 de novo, mas mantendo status elevadissimos. E começar a subir os levels de novo. E já mencionei que é possivel, com poder o suficiente, mandar ataques que causam MILHÕES de pontos de dano?
Falando nos personagens, há dois tipos. Os personagens nomeados, com algum papel na historia. Esses tem poderes e aparência únicas. Os outros são as unidades que você pode recrutar. Há vários tipos e classes deles, além dos monstros. Há mudanças entre sexos, mas na maioria dos casos a diferença nisso seria meramente cosmética. Normalmente há três ou quatro evoluções de cada unidade, indicada pela mudança de cores nela. Cada evolução tem poderes maiores que a anterior, mas as vezes os poderes mudam, de forma que pode ser vantajoso ficar com a unidade onde está e aumentar só os status dela.
Em um certo momento, ficam abertas as quests opcionais para invadir Netherworlds de outras dimensões e derrotar os Overlords locais.
As lojas do castelo disponibilizam toda essa infinidade de itens, mas não de uma vez, e nem no esquema normal de melhorar os itens conforme seu level aumenta. É preciso que o Congresso do Submundo aprove.
O processo é simples. Você apresenta ao Congresso a medida pra melhorar os itens de cura por exemplo. Os congressistas podem aprovar ou não. Isso costuma mudar dependendo da medida apresentada (naturalmente maiores vantagens são mais difíceis de aprovar), da sua popularidade com os congressistas e de sorte. E por sorte, entenda-se suborno. É possível melhorar a opinião de um congressista sobre você lhe dando itens. Mas, sendo uma cambada de demônios, eles podem acabar votando contra você de toda forma. Uma forma de reverter uma votação perdida é literalmente enchendo os políticos de porrada. Isso resolve o assunto, mas os rancorosos congressistas começam a ficar de má vontade com suas propostas.
O Congresso não se resume a isso, é preciso passar por eles, com variados graus de dificuldade para recrutar novas unidades por exemplo.
Os gráficos, em especial dessa versão estão muito melhores que os da versão original, naturalmente, e há muitos efeitos, principalmente nos ignorantes especiais.
A trilha sonora é também muito boa, com temas bem casados com a situação e bastante variados. Há, que eu saiba, duas opções de dublagem. Como não poderia deixar de ser, a dublagem japonesa acaba combinando mais com os personagens, então ainda bem pela opção do texto em inglês.
Um aspecto que sempre é discutido é o clima. Há muito humor na história, do tipo bem absurdo, como as aparições dos Prism Rangers ou as interações com os Prinnies, os estranhos pinguins que aparecem em todos os jogos da série (e são a forma que as almas dos pecadores assumem, e são obrigados a trabalhar para os demônios), mas há também alguns momentos mais sérios e até melancólicos. O passado de vários personagens não é exatamente um campo florido. Mesmo assim, a maioria deles, mesmo os secundários são engraçados e bem feitos.
A historia, os personagens e o clima em geram foram interessantes o bastante para garantir uma série em anime, com os mesmos dubladores do jogo e 12 episódios . Naturalmente, o anime segue o jogo em certos pontos, mas teve que aparar aqui e ali.
Disgaea é uma boa para fãs do gênero tático pela complexidade possível (e a quantidade absurda de níveis, dano e outros absurdos em geral). O jogo é generoso com os tutoriais, mesmo não pegando o jogador pela não. Então é fácil assimilar a vasta quantidade de coisas a serem feitas e os novatos não ficam necessariamente perdidos.
Então essa versão, além de ter gráficos melhores e tal, tem também os conteúdos do remake de PSP, Afternoon of Darkness , com novas lutas, um modo história chamado Etna Mode, com uma realidade alternativa onde Etna acaba matando Laharl ao tentar acorda-lo e tem que lidar com os problemas por conta própria, e outras coisinhas mais, além de coisinhas tipicas do Steam como Badges e tal.
O jogo pode ser absurdamente difícil, de uma forma que grind ajuda, mas geralmente, para seguir a historia, basta usar estratégia.