Cacete, já faz um tempinho que li essa revista!

Mas como a preguiça fala mais alto, não vou ler de novo pra fazer o review. Na verdade nem precisa.

Em 2001 essa minissérie foi lançada, tendo como responsáveis pela bagaça Paul Jenkins (conhecido também pela minissérie dos Inumanos, que nunca li) nos  roteiros e Andy Kubert (o irmão Kubbert menos pior) nos desenhos. A história se inicia em 1800 e alguma coisa, tem como ponto de apoio a jovem Rose uma jovem órfã que vai trabalhar na mansão da família Howlett.

Além de Rose, a história se concentra em outros dois personagens. Um deles é o Cão, filho do jardineira da mansão chamado Logan e que sofre constantemente com a agressividade do pai, principalmente quando este está bêbado, o que é a maior parte do tempo. O outro é o jovem James Howlett, um garoto triste, tímido e introvertido que passa a maior parte do tempo de cama devido a sua saúde extremamente frágil. Existem outros personagens importantes, como John, o pai de James e Logan, o jardineiro, mas o cerne da trama são os dois jovens. Se você não está afim de spoilers de 2001 (ano de lançamento  da história) eu sugiro que pare de ler aqui.

Acabei lendo essa história pela primeira vez agora, então não foi surpresa pra mim descobrir que o frágil James veio a se tornar o quase imortal Wolverine, mas devo supor que tal revelação na época deve ter causado um certo espanto, graças também ao grande teor trágico do momento  da revelação. Se tem uma palavra que define a história como um todo, a palavra é bem essa: tragédia. Mesmo com o passar do tempo, a constante que se mantém é o sofrimento dos personagens principais, sempre superando arduamente alguma dificuldade só para se deparar com outra coisa pior logo a frente.

Outra coisa a se destacar é a quantidade de personagens desprezíveis nessa revista, desde o avô de James, passando por Logan o jardineiro, a mãe de James e o cozinheiro filho da puta que atormenta a vida do protagonista quando a história avança. Para uma história alardeada como a origem do Wolverine e os fatos que moldaram a sua personalidade, a narrativa deixa tudo isso meio vago, até mal desenvolvido. Muito da história é sobre o relacionamento de James com Rose, a ruiva primordial na vida do herói.

Quanto aos desenhos, eu sinceramente esperava algo pior quando vi quem era o responsável pelos mesmos. A arte na época não sofreu o processo de finalização, sendo colorida diretamente do lápis, e isso acaba sendo um ponto bastante positivo, principalmente na ambientação da história. O problema na minha opinião é que Andy Kubert  dá umas deslizadas feias em algumas expressões faciais, tornando-as ou muito parecidas eu até mesmo grotescas. Pra dar um exemplo, em uma cena que que aparece uma alcateia, um dos lobos tá com cara de que acabou de levar um fio terra inesperado, o bicho tá com uma cara de susto desgraçada.Se tem algo realmente bonito em todo o volume, com certeza são as capas assinadas por Joe Quesada, usando em alguns momentos um jogo de luz e sombra que lembra o trabalho do Jae Lee.

Enfim, acabei achando essa história um tanto quanto decepcionante. Talvez seja porque estava esperando muito, e o resultado é apenas ok, talvez porque o grande trunfo do Wolverine era o fato de ninguém conhecer o seu passado, vai saber…