Investigação Amiches- Poder Executivo executando
Porque temos ainda tem muito a aprender sobre ter um presidente foda.
Sei muito bem que o Superamiches, sendo apolítico, não é o melhor lugar para discutir esse tópico, mas inspirado por uma salutar conversa entre o ex-futuro-atual-passado Traveco Mistico e o Inferno no FB algum tempo atrás, resolvi escrever um pouco.
Pesquisei um tempo e descobri pouca coisa sobre os presidentes brasileiros nos tópicos que aqui serão abordados. O que me levou a seguinte situação. Ou a maioria dos nossos presidentes não foram realmente fodões ou, o que é igualmente provável, não foram registradas as historias que mostrariam esse importante lado da politica.
De forma que vou mencionar então dois casca-grossas bem documentados, os presidentes americanos Andrew Jackson e Theodore Roosevelt.
Andrew Jackson seria, para os padrões de hoje, declarado legalmente insano.
A festa de sua posse foi menos “festa de gala” e mais “ solta o pancadão”, durou vários dias e deixou um monte de gente baratinada pela Casa Branca.
Mas afinal, estamos falando de um sujeito que derrotou 8000 soldados ingleses nos arredores de Nova Orleans. Com ajuda de piratas. Piratas porra! Os ingleses perderam mais de 2000 e todos os oficiais de comando. O lado de Jackson e seus piratas teve 13 mortes. Ele aproveitou que estava ali e libertou os escravos.
Jackson tinha também o costume de aceitar duelos, ou provoca-los. Duelos do tipo “um- dois-três- virem e atirem”. O numero é incerto, qualquer coisa entre treze e cem duelos. Em um certo duelo, contra um sujeito chamado Charles Dickinson, Jackson, cavalheiramente ofereceu que Dickinson atirasse primeiro. O tiro acertou mas, previsivelmente, não afetou Andrew Jackson que imediatamente revidou. Dickinson, não sendo feito de metal como o futuro presidente morreu na hora. Jackson não se incomodou em tirar a bala. Pelos próximos 19 anos. Dizem que ele tinha tantas balas no corpo que quando andava, fazia um barulho como um saquinho de moedas.
Andrew Jackson teve a honra de ser o primeiro presidente a ser alvo de um atendado. Mas meras balas fabricadas pelo homem não o podiam feri-lo. O assassino, Richard Lawrence , um maluco que pensava ser o Rei da Inglaterra, atirou em Jackson e a sua arma falhou. Jackson partiu pra cima dele com sua bengala (que era a origem de seu apelido Old Hickory, o “Velho Nogueira. “ o apelido pegou porque ele costumava usar a bengala de madeira de nogueira para bater nas pessoas). Lawrence puxou outra arma. E ela falhou também.
Jackson e outras pessoas dominaram o candidato a assassino. Ao testarem as armas, ambas funcionaram perfeitamente. A explicação é óbvia. As balas temeram por sua existência e se recusaram a deixar a arma.
No fim da vida, em seu leito de morte, Jackson se arrependeu de suas más ações e….. HÁ!! Pegadinha do Mallandro!!
Ele teria dito “ Só tenho dois arrependimentos na vida. Não ter atirado em Henry Clay e não ter enforcado John C. Calhoun.” O detalhe é que Calhoun era o vice presidente.
Jackson era realmente um lunático violento e imprevisível e completamente hardcore.
Então temos Theodore Roosevelt. Muitos devem se lembrar dele sendo interpretado por Robim Willians em Uma Noite no Museu. A interpretação do saudoso ator teria enfurecido Roosevelt em níveis godzilescos.
Roosevelt nasceu na costa leste americana, e tinha tudo para ser um bosta. Magro, riquinho, asmático, a receita perfeita para um roqueiro brasileiro atual. Mas os Poderes Superiores tinham outros planos para ele. Ou melhor dizendo, Roosevelt tinha outros planos para si mesmo. E mandou os Poderes Superiores às favas.
Começou então um regime de exercícios, o que o tornou campeão de boxe. E juntou a isso uma faixa preta de Jiujitsu. Resolveu então procurar um lugar onde pudesse se testar e na época, o lugar era o Oeste americano.
Lá, se tornou um cowboy e foi se tornando o casca-grossa que visualizava ser. O sujeito foi de tudo, desde rancheiro, assistente de xerife, comissário de policia, governador, explorador…. e por ai vai.
Assumiu então o comando de uma tropa de cavalaria que se tornou lendária, os Rough Riders e lá realizou vários feitos militares.
Acabou sendo atraído para a politica, e se elegendo governador. Era época de mudanças nos EUAses e ali surgiam grandes fortunas, que iriam moldar o país, e mesmo o mundo. Mas alguns de seus discursos desagradavam uns sujeitinhos poderosos.
Ele foi forçado então, praticamente à sua revelia, a assumir a vice-presidencia na chapa de Mckinley. Pode parecer importante, mas era essencialmente um funeral politico. O vice presidente tinha relevância zero. EXCETO se acontecesse exatamente o que aconteceu. Mckinley foi assassinado e Roosevelt assumiu a previdência.
E exatamente como Morgan, Rockfeller e os outros ricaços temiam, Roosevelt partiu pra cima deles e atacou os grandes monopólios, os Trusts.
Pode ter relação com isso, ou não, o fato dele ter sido baleado a caminho de um comício, no peito. Felizmente, ele trazia no bolso do paletó um grosso discurso dobrado, o que aliado ao seu poder causou apenas um ferimento pouco grave. Claro, o sangramento não o impediu de discursar por 50 minutos.
Num certo momento, ele passou a receber muitas cartas de regimentos de cavalaria, com soldados reclamando de terem que cavalgar 25 milhas ( cerca de 40 quilômetros) todo dia durante o treinamento. No auge de seus 51 anos, Roosvelt pegou um cavalo e cavalgou 100 milhas ( 160 quilometros!!!) em um dia. Isso teve o efeito de fazer todos aqueles frouxos pararem de reclamar.
A politica externa de Roosevelt é muito criticada, a chamada politica do “Big Stick”, o porretão. É uma alusão à uma frase dele: “fale com suavidade, mas tenha à mão um porrete bem grande.” É parte da Doutrina Monroe. É um ditado africano a proposito.
Ou seja, seja razoável, mas imponha sua força.
Apesar de sua interpretação errônea em Uma Noite no Museu, Roosevelt teve pelo menos dois grandes méritos na ficção. Ele foi a inspiração do Dr Robotnick (Eggman são meus ovos) e mais importante, seus caminhos se cruzaram duas vezes, a primeira, quando era um jovem cowboy no oeste, a segunda, anos mais tarde já como presidente, com o Tio Patinhas, o personagem mais legal da Disney (e estou incluindo Star Wars e Marvel nessa pilha).
E quantos sujeitos ganharam um Nobel da Paz por seus esforços em acabar com a guerra entre a Russia e o Japão e depois ficou puto porque o presidente americano na época da Primeira Guerra, queria manter o país fora do conflito com a Alemanha?
Há muito mais sobre Theodore Roosevelt (o canal do panamá, a história do filhote de urso que gerou os ursinhos de pelúcia ou a viagem que fez na Amazonia junto com outro sujeito hardcore, Candido Rondon), mas uma frase dita por um politico quando da morte de Roosevelt resume tudo:
“A morte teve que pega-lo dormindo, se Roosevelt estivesse acordado, teria havido uma briga.”