The Taking of Deborah Logan
Devo ser a única pessoa que ainda ai atrás desse tipo de filme.
Eu confesso, realmente gosto de filmes de terror estilo found footage, conhecido popularmente como “câmera tremida que deixa com dor de cabeça”. O estilo que praticamente surgiu com o lançamento de A Bruxa de Blair me conquistou desde a primeira vez que vi o filme, pouco depois de seu lançamento. Mas, mesmo gostando, devo admitir que é um estilo já extremamente saturado de produções com qualidade que transitam entre o medíocre e o horrível, apesar de de vez em quando alguma obra cair no gosto da povo e da crítica, como Rec, V/H/S ou Cloverfield, por exemplo.
The Taking of Deborah Logan (2014) infelizmente cai no grande acervo de found footages medíocres e cheio de clichês. Na história, uma jovem estudante de medicina resolve realizar um filme mostrando o cotidiano de uma paciente nos primeiros estágios do Mal de Alzheimer para sua conclusão de curso. A paciente em questão é Debora, uma senhora reservada que mora em uma cidadezinha no interior da puta que pariu nos Estados Unidos. Após ser diagnosticada com a doença, sua única filha Sarah retorna para morar com a mesma. No filme evidencia que a relação entre as duas não é das melhores. Sarah conseguiu convencer Deborah a participar das filmagens pois elas estão com sérios problemas econômicos.
A doença de Deborah começa a evoluir de maneira muito acelerada, além de estar acompanhada de sintomas completamente atípicos. Fora isso, as câmeras instaladas na casa começam a evidenciar fenômenos estranhos, todos relacionados à senhora em questão. A medida que o filme avança, somos apresentados a uma antiga história da cidade, que foi construída próximo a um rio e uma rede de cavernas nas quais uma tribo indígena antiga realizava rituais que incluíam sacrifícios humanos.
Nos anos setenta, um pediatra local foi acusado de matar quatro garotas de idades entre 10 e 12 anos. Os corpos das garotas foram encontrados nos arredores do rio, apresentando sinais de canibalismo e marcadas com fogo na testa. A marca em questão era um serpente, símbolo do deus cultuado pela antiga tribo da região e utilizado em rituais que visavam a obtenção de vida eterna. O médico em questão estava em estágio terminal de uma doença sem cura. Para se completar o ritual, era necessário sacrificar 4 garotas, mas o médico desapareceu após a morte da quarta menina. E, de alguma maneira, a evolução da doença de Deborah e a história do médico estão ligadas.
Bem, como eu já disse, o filme é bem mais ou menos, no final a balança pende muito levemente pro lado positivo. A ideia de se abordar o impacto de uma doença debilitante e por vezes devastadora não só pro paciente, mas para família é interessante, mas foi muito mal aproveitada. O filme logo muda para o velho filme sobre possessão com cenas de sustos, sem investir em criar o mínimo de tensão. As atuações são bem fracas e você simplesmente não cria empatia com personagem algum e o final é a coisa mais previsível possível. Como eu me divirto com pouca coisa, acabei achando legalzinho, mas um espectador um pouco mais exigente não seria tão amistoso com o filme, e com razão.
E a título de curiosidade, dessa vez não fui enganado pelo trailer, mas pelo simples fato de que não assisti o trailer. Dessa vez foi pior, o filme me fisgou por um simples gif de uma cena que encontrei em minhas andanças pelas interwebs. Sim, eu sei que é ridículo admitir isso, mas vai dizer que essa porra aí em baixo não impressiona?
https://youtu.be/uRZPHQ2eXgY