Independência ou morte?
Aproveitando pra fazer um trocadalho terrível no título, :).
Fala, galera. Esse texto aqui é uma tentativa de falar porque eu acho que os jogos indies (abreviação de independentes) são a salvação desse mundo….. dos joguinhos. Lembrando que eu não sou um especialista, sou apenas um cara desocupado e que joga coisas desse tipo faz alguns anos.
Não é de hoje que vemos a indústria se rendendo aos jogos de baixo orçamento, de personalidade forte e de carisma incontestável. O fato é que, aparentemente, todo mundo está cansado da indústria AAA. AAA (ou Triplo A) é a caracterização de jogos de orçamento inimaginável, idealizado e executado por times enormes e que estão associados com grandes produtoras/distribuidoras. Não entendeu nada? São os Call of Duty, Assassins Creed e FIFA da vida.
Notou alguma coisa de comum entre essas franquias que mencionei? Elas são gigantes, vendem TUDO (e mais um pouco) e são lançadas periodicamente. Basicamente é o mesmo jogo que é atualizado um pouquinho todo ano. Os investimentos realizados neles são astronômicos (e incluem a manutenção da equipe, publicidade, incentivo a aprimoramentos gráficos e de jogabilidade, entre outros), logo a mudança não pode ser muito brutal, visto que já existe uma grande base de fãs/jogadores instalada. A necessidade de manter esse padrão garante jogos um tanto quanto medíocres.
E não me entendam mal. Você não deve parar de comprar jogos AAA. Muito pelo contrário, além do dinheiro ser seu, você sabe exatamente aquilo que te diverte. Então vá ser feliz. O que não significa, também, que eu não jogue jogos dessa “categoria”.
– “Mas Cgui, você está sendo hipócrita”
Não, o ponto é outro. Não sou desse tipo extremista que diz que SÓ jogos independentes prestam. Eu acredito que cada um tem seu valor dentro da posição que ocupa e da proposta que possui. O que não muda o fato de que me sinto exausto desses jogos não realizarem coisas novas e/ou significativas.
Há diversas exceções, em que jogos gigantescos conseguem seu lugar ao sol por serem tão originais quanto poderiam ser. Esses games acabam por ser bastante aclamados em críticas, mas sua vendagem e aceitação da massa do público ficam bem aquém de seu mérito. Talvez seja culpa da falta de divulgação, talvez seja a nossa culpa, como consumidores que não pesquisam o suficiente. Não importa. O que conta é que o abismo de distância entre uma realidade e outra é bem evidente, como é o caso de ICO, por exemplo.
E sabendo disso (sem contar o rolê infinito que dei pra chegar até esse ponto), volto a direcionar o assunto aos jogos independentes. Em geral, eles são feitos por times bem reduzidos, de pessoas apaixonadas e que nem sempre desenvolvem games por profissão, mas por hobbie. De qualquer forma isso não interfere, já que em ambos os casos um conceito é trabalhado e, com isso, as possibilidades de tratamento são infinitas, por ser algo bastante intimista, o que possibilita abordagens totalmente criativas. O visual retrô e “cru”, a jogabilidade diferenciada, a história maluca, a trilha sonora que por si só vale a jogatina são alguns dos pontos superficiais que tornam o jogo indie uma experiência, geralmente, diferente de tudo o que costumamos ver.
Juntanto isso com o fato de que podemos pesquisar/conhecer o trabalho daquele(s) que idealizou(aram) tal jogo, fica fácil de descobrir, ou ao menos entender, o que aquele mundo significa para ele(s). E o que passa a significar para nós que jogamos. Isso faz uma diferença enorme na hora de simpatizarmos por algo. Algo esse que geralmente não consegue ser tão gigante quanto um Triplo A, feito para massas e (POSSIVELMENTE) incapaz de manter uma conversa tão aberta conosco.
https://www.youtube.com/watch?v=qgwq0Ch56zE
Cagando uma regra violenta e abusando da boa vontade do mundo, eu acredito que com o tempo veremos mais e mais jogos de grandes produtoras com um escopo reduzido e que apelem para essa abordagem mais pessoal , como acontece com Valiant Hearts e Child of Light, ambos da gigante Ubisoft (a mais nova EA dessa indústria? Papo para outro artigolão) e que, além de tudo, apostam em um estilo de jogo totalmente diferente daquilo que víamos na própria empresa. Algo como um indie em proporções enormes. Apesar dos pesares, são jogos que provam que há espaço para obras menores e mais ousadas (que é, em essência, um indie) nesse meio.
Não que jogos como FIFA ou Call of Duty vão sumir, mas a indústria deve se adaptar ao “modo independente de ser”. Ainda mais do que temos nos adaptado em tempos atuais.
É essa indústria menos coxinha que eu gostaria ver (e acompanhar) daqui pra frente. De qualquer forma, os indie games possuem um espaço enorme no meu coração. Espaço esse que NUNCA será substituído!
E desculpa se algum tópico pareceu corrido demais. Ou pertinente de menos. Escrevi da maneira mais concisa possível… e ainda assim ficou um textolão enorme. Entretanto, acredito que dê pra entender o ponto que pretendia alcançar. Se tiverem algum comentário, sintam-se livres para deixar abaixo. Ou não. Só o fato de poder falar sobre isso já me deixa feliz, :). Abraços pra todo mundo.
Se você leu e se interessou um pouquinho mais por esse universo, saiba que temos uma caralha de textos sobre jogos indies. O Canal do Youtube 365 indies apresentou toneladas de jogos independentes incríveis. Você pode achar a eles perdidos aqui. E esses são alguns que recomendo fortemente:
– Valdis Story: Abyssal City
– This War of Mine
– Broforce
– Project Zomboid
– Bindind of Isaac: Rebirth
– Maldita Castilla
– Javel-ein
– Goat Simulator
– TIM_
– Run Jesus Run
– Hotline Miami (o segundo tá pra sair… BORA JOGAR!)
– Super T.I.M.E. Force
– Vox Populi, Vox Dei
– FEZ
– Chega de indicações! :D