Bem Vindo a Pogoren

Dia 1

Sempre gostei de escrever, é algo que consegue me deixar completamente isolado do mundo enquanto o faço, e fugir um pouco desta loucura não faria mal. Não espere ler um drama épico ou um best seller, gostar de escrever não significa obrigatoriamente escrever bem. Estamos em 4 pessoas aqui nessa casa aos pedaços, além de mim tem o Bruno, Katia e Pavle. É bom não estar mais sozinho e vagando por aí com medo de morrer enquanto dorme. O medo não foi embora, mas pelo menos me sinto um pouco mais seguro

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Dia 2

Nossas provisões não vão durar por muito tempo, além disso precisamos de madeira para fazermos alguns reparos e fortificar a casa, além de outros materiais para fazer nossa estadia aqui a mais decente possível. Sinto falta da minha casa, da minha rotina sem grandes emoções e de noites tranquilas, mas o que sinto mais falta sem dúvida é do som da risada do meu filho. Quando esse pesadelo acabar eu pretendo dar a ele um enterro apropriado.

Dia 5

Bruno se ofereceu para sair em busca de provisões, espero que nada de mal aconteça com ele. Ele levou nosso único pé de cabra, o que significa que o vigia desta noite (no caso eu) está de mãos nuas caso algo de ruim aconteça. As noites estão sendo bastante tranquilas, mas alguns vizinhos nos disseram que bandos de saqueadores tentaram invadir suas casas, alguns até conseguiram. Malditos bandidos, como se essas merdas de soldados e rebeldes já não fossem o suficiente. Katia não está muito bem, mas temos remédios, ela vai melhoram com um pouco de repouso e uma refeição decente. É engraçado como a nossa noção de decência se altera tanto de acordo com a situação.

Dia 9

Finalmente temos comida! Pensei que morreríamos de fome, isso seria muito injusto, estamos lutando tanto! Pavle retornou ontem com a mochila cheia de comida alguns remédios. Todos ficamos tão extasiados, menos Pavle, que logo quando chegou foi se deitar. Suas roupas estavam manchadas de sangue, mas eu não notei nenhum ferimento nele. Eu sei que estamos em guerra, mas tem que ser assim? Não quero que pense algo errado de mim ou me julgue como ingrato, eu estou feliz pelo fato de viver mais um dia. Só que, mesmo assim, não consigo ficar totalmente confortável. Mais alguém vai ter que morrer para que eu viva mais um dia?

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This War of Mine é um jogo de guerra completamente não usual. Chega de tiro em primeira pessoa, chega de bravos soldados lutando contra inimigos malvados em nome de um bem maior. No jogo você controla um grupo de sobreviventes que precisam trabalhar em grupo pra saírem vivos desse caos. O jogo se inicia sempre com 3 pessoas na casa, cada uma com uma habilidade e uma capacidade de carregar mantimentos. Durante o dia você constrói equipamentos ou utensílios para a casa, realiza escambo ou até mesmo ajuda seus vizinhos que vêm na sua porta implorando ajuda. No período da noite um de seus personagens sai para procurar mantimentos, o que muitas vezes implica em saquear ou até mesmo matar.

Nada é fácil nesse jogo. Não é fácil decidir quem merece comer e quem vai ficar com fome, ou quem se cura e quem continua ferido. Também não é fácil saquear ou matar alguém, o seu poder de fogo é limitado e você é apenas um civil tentando sobreviver. Na verdade tem algo fácil nesse jogo: morrer. E como na vida real, quem morre não volta.

A jogabilidade é toda em point and click, muito boa e simples de jogar. O visual é sensacional, belo, simples e bem sombrio, combinando perfeitamente com a atmosfera do jogo. Se alguém não conhece ainda eu sugiro que corra atrás, pois esse é sem dúvida um dos melhores jogos de 2014. Segue abaixo um gameplay dele, mas não levem muito em conta o que é visto no gameplay, de cara ele pode parecer até chato quando se assiste, mas jogando a experiência é incrível.

Godoka
13/01/2015