A série que eu não recomendo você a assistir.  Sério, passe longe. Salve-se. CORRA!

Esses dias estava de bobeira pelos vales da internet, quando me deparei com um poster com a Famke Janssen, sobre a segunda temporada de Hemlock Grove. Como é tempo de vacas magras, resolvi dar uma chance pra série. Fiquei feliz por ser curtinha. 13 episódios de 45/58 mins. Uma produção original Netflix, baseado em um livro.

A série tem uma fotografia linda, com um estilo visual que lembra filmes dos anos 70 (mas se passa atualmente), e tanto pela imagem, quanto pelo som, sempre fica um clima tenso no ar.  Como se todos estivessem escondendo algo e algo ruim estivesse pra acontecer, mesmo nas cenas mais triviais. Principalmente por a série ser sutil. E isso me agradou muito. Ela vai dando dicas, todo tempo do que está acontecendo, mas sempre escondendo informações. Muitas coisas eu acabei sacando dois ou três episódios antes, enquanto outros me pegaram de surpresa MESMO. Desde coisas muito erradas, até “explodir-cabeças”. O ponto ruim é que ela exige paciência.  O ritmo é bem lento e só vai sentido quando você olha de trás pra frente. Como as coisas vão preenchendo os buracos por ter omitido o ponto de vista de alguns personagens, mudando completamente a visão geral da coisa.

Então, se você não gosta de série com muitos peitinhos, esquartejamento,  mocinho sendo bandido e o bandido sendo o mocinho no final, personagens que te irritam morrendo, personagens que você tolera morrendo e personagens que você realmente gostou morrendo ou sofrendo. Não assista. Ah, em alguns momentos tem um pouco de draminha adolescente. Principalmente nos primeiros episódios.  Mas isso é muito pelos personagens estarem ainda na escola. Entrando ou saindo do ensino médio.  Mas isso pelas entrevistas do produtor, Eli Roth (O urso Judeu), isso foi proposital. Já que todos nos sentimos como monstros em algum momento da adolescência.

Os personagens mais dignos de nota são:

Olivia Godfrey (Famke Janssen): A Rainha da cidade. Ninguém sabe de onde veio, quem é a família original dela. É viúva do irmão mais novo dos Godfreys, JR. Comando as empresas Godfrey, é fria, sarcástica, sensual, consegue tudo que quer. E ela não importa com quem ela tenha que ferir no caminho. Todos tem medo dela. E fazem bem quanto a isso.

Roman Godfrey (Bill Skarsgard): É o riquinho mimado, bad boy, solitário e herdeiro da fortuna Godfrey por parte de pai. Tem sonhos bizarros e propensão a machucar qualquer um no seu caminho. Protege principalmente a prima Letha (gostosinha, mas chatzzZZzz) e a irmã “especial”.  É um dos protagonistas. Bebe, fuma, cheira e come putas.

Shelley Godfrey ( Amazon Eve/ Michael Andreae/ Nicole Boivin/ Niamh Wilson ): a melhor personagem e a que me fez insistir em assistir a série durante o piloto.  Até pela estranheza da cena. Imagine um corredor de escola quando, com passos pesados, arfando de forma pesada, surge uma garota com 2,07 de altura, com cabelo preto e liso caido sobre a cara, caminhando enquanto uma luz púrpura refletindo por baixo do cabelo e as luzes do corredor começam a piscar.  Ela possui parte do rosto e corpo deformado. Além da incapacidade de falar, necessitando de um iphone com aplicativo que fala o que ela escreve. Como muitos vão a descrevendo, Shelley (óbvia referência a Mary Shelly e o Monstro de Frankenstein), ela é um anjo em um corpo monstruoso.  É até engraçado como o único personagem realmente bom e é que mais causa repulsa visualmente. A explicação da sua deformação é explicada ao longo da temporada.

Peter Rumancek (Landon Liboiron): garoto descendente de ciganos. Introspectivo, controlado, com jeitão descompromissado, meio vagabundo mesmo.  Se muda no inicio do verão pra Hemlock Grove. Onde se aproximando de Roman e Shelley, apesar dos aviso da mãe para não se meter com os Godfrey. É um dos protagonistas da série, sofre preconceito pois logo no primeiro episódio, espalham na escola o boato que ele é um lobisomem.  Se fode pra caramba. Na real todo mundo se fode, ao longo da primeira temporada, mas ele é um dos que mais apanha. Ele apesar de tudo é o mais “mocinho” da dupla.  E junto com o Roman, tem a melhor química da série.  De amizade mesmo, sem parecer aquela coisa “casa de libra”.

Tem mais um bocado de personagens, vítimas de ataques, pessoas próximas as vítimas, pessoas que misteriosas que vão surgindo conforme a coisa vai se desenrolando. Personagens muito bem trabalhados, mas que se eu falar, pode estragar as surpresas e o gostinho de sacar qual é a de cada personagem.  Por isso eu digo, não assista. O final da temporada é um banho de sangue que te faz perguntar “PQP, não tem como continuar daqui” . Promete ser só o começo. A segunda temporada estréia 11 de julho.