Fazendo o Homem Acreditar – A história do Super Homem que vale
Isso é um trabalho para o Zweist.
Podem se arder os haters, mas um fato é definitivo, o Super Homem é, e provavelmente sempre será, o maior herói de todos. Seu simbolo, a despeito das tentativas da DC de fuder com tudo, é mundialmente conhecido e praticamente toda criança, uma vez que seja já amarrou uma toalha no pescoço. E não foi para fingir ser o Thor.
Percebendo que há uma grave deficiência em literatura do Super Homem no Brasil, Felipe Morcelli do Terra Zero, buscou no Catarse financiamento para resolver esse problema. E o fez de forma magistral.
O livro cobre um imenso período de tempo, desde os períodos anteriores à criação do personagem, no conto “O Reino do Superman” até a verdadeira estréia na Action Comics 1. E segue aí, até chegar à fedorenta estréia do superhombre dos Novos 52.
Li o livro em uma tacada só e a única razão para a demora em fazer esse review foi para ler novamente. E lendo é fácil ver uma coisa importante sobre o Super. Muita gente o vê até mesmo sob uma luz religiosa, algo messiânica. A análise se aprofunda e pode até fazer sentido, não sei. Particularmente costumo pensar que, como teria dito Freud ao ser indagado sobre simbologia fálica e sobre os charutos que adorava: “as vezes, um charuto é só um charuto.”
Mas no caso do Super é realmente fácil de entender essa analogia.
Voltemos ao livro.
A abordagem de Morcelli vai da Era de Ouro, contando fatos interessantes sobre como o Super Homem (como tudo mais na época) foi usado como instrumento de propaganda na guerra, a vez que ele ajudou a destruir a Ku Klux Khan, o périodo de transição e transformação que levou até a Era de Prata, com as histórias mais bobas e estranhas, onde o bizarro parecia ser a ordem do dia e até os poderes do Azulão variavam loucamente.
Curiosamente, apesar de ser a tanto tempo, é nessa fase que os detratores do personagem parecem pensar quando dizem que não dá pra fazer histórias boas com um cara tão poderoso, capaz de assoprar planetas pra longe com um espirro ou reboca-los com facilidade.
Passando para a Era de Bronze, o filme, as famosas histórias de Allan Moore e a reconstrução do mito do Super Homem até chegar na Era Moderna, onde, sabe-se por que caralhos, deixaram Dan Jurgens responsável pelo personagem por um período imenso de tempo. E aí temos o Super Homem de mullets, a Morte, Super Homem Elétrico (“um herói para o novo milênio”…. meu Deus…), Azul e Vermelho e por aí vai. É plenamente compreensível que as pessoas possam não gostar do Super se começaram a ler nessa época. Mesmo com ótimos momentos, como a fase de John Byrne e tals.
Mas houveram, evidentemente ótimos momentos. All Star Superman está aí pra provar isso.
E o livro segue. Smallvile, os imbróglios jurídicos, os filmes, o superman dos Novos 52, os personagens “baseados” e homenagens.
Não tenho a pretensão de escrever melhor sobre esse livro do que o próprio Morcelli escreveu nele, exceto para dizer que é um livro que vale a pena, não só para os fãs do Super Homem mas para fãs de histórias em quadrinhos. E quem sabe, seja possível que as pessoas que tem preconceitos contra o Super reverem esses conceitos, em particular procurando as grandes histórias dele. Procurem ajuda nisso aqui.
O livro em si é primoroso. A diagramação, a escolha de imagens e a belíssima capa desenhada pelo godfather Daniel HDR, e mais uns posteres de uma galera que inclui nomes como Rod Reis e Rodney Bushemi, que talvez vocês conheçam de sites inferiores.
Mas vou sair um pouco do livro de novo, na verdade para uma opinião.
Uma das, se não for a principal razão do meu problema com os 52 é justamente o superman. Tenho uma visão do Super Homem algo grandiosa. Um pensamento assim, quando tudo está perdido, a esperança acabada, as pessoas olham para cima, vêem um relance do azul e vermelho e sentem que tudo vai ficar bem, Ele chegou pra nos ajudar quando cairmos.
E sinto que ainda falta isso ao novo superman. Não achei Man of Steel ruim, embora não seja um puta filme. Insisto contra os que mimizam sobre o Super Assassino, o quê eles fariam naquela situação? Mas não é por isso que ali está o superman e não o Super Homem.
O Super Homem não é o maior herói simplesmente por ser o primeiro ou o mais poderoso ou algo assim. É porque ele é uma inspiração para todos os outros, heróis ou não. Um deus humilde, que resolveu olhar pelo mundo ao invés de governa-lo ou receber adoração e tributos. Alguém para nos inspirar ao nosso melhor.
Por isso, enquanto a DC não consegue transformar seu superman em Super Homem, fico aqui com esse livro. Ah sim, e pra você que é muito jovem, muito burro ou os dois, o titulo do livro, Fazendo O Homem Acreditar, é uma referencia ao poster do filme do Super Homem de 1978, que era “você vai acreditar que um homem pode voar”.
Fiquem com um video lançado pela DC em homenagem aos 75 anos do herói que vale. Em 1:12 mim ele fica meio bosta (começa a parte de Dan Jurgens, dá uma melhorada e depois piora) mas enfim.
E para os verdadeiros heróis, 10 horas do tema do Super Homem. Grande Escócia!!
https://www.youtube.com/watch?v=QwtpWXmRLtA