Godzoka por Godilla
Depois daquele filme bosta de 1998, Hollywood tinha o dever moral de fazer algo bom.
Esse filme é com certeza um dos melhores do ano, ou pode ser só a minha fanboyzisse falando alto. Mas antes da enxurrada de elogios, uma sinopse cagada. O filme começa com uma bela introdução que ao mesmo tempo afasta e reutiliza a origem nuclear do pai de todos os monstros gigantes, Godzilla não é mais a consequência das bombas nucleares, mas a sua origem. Depois avançamos para 15 anos no passado a partir dos dias atuais (uia!), onde o cientista Dr. Ken Watanabi investiga o desmoronamento de uma mina onde se acreditava conter uma vasta jazida de urânio na Finlândia. Na realidade a caverna é o túmulo de uma gigantesca criatura ancestral e guarda o que parece ser um esporo/ovo/coiso que não se chocou, além de outra coisa/ova/negócio que desapareceu por um outro lado da caverna.
Ainda na mesma época conhecemos o Dr. Heisenberg, sua esposa e filho. O Dr. Heisenberg é o pica grossa de uma usina nuclear no Japão e ultimamente anda embucetado das ideias devido a ocorrência de tremores nas imediações na usina em que trabalha como chefe (ou seja, não trabalha) enquanto sua mulher é quem realmente vai pro serviço pesado na usina. Um terremoto causa uma fissura em uma das caldeiras, matando a Senhora Heisenberg e destruindo toda a usina. Aqui acaba a parte no passado.
Corta pro futuro e vemos o Mercúrio voltando pra casa depois de 14 meses trabalhando no esquadrão antibombas do exército. Provavelmente algum país do oriente médio tinha muito petróleo e precisava de um pouco de liberdade. Durante uns amassos com sua mulher Feiticeira Escarlate (JEPH LOEB WAS RIGHT!), Mercúrio recebe um telefonema do Japão dizendo que o seu pai, Dr. Heisenberg, tinha feito cagada e tava encarcerado na terra do zói puxado. Mercúrio então resolve ir no Japão pra tentar livrar a cara e se reaproximar do velho empata foda.
Já no Japão, Mercúrio tira Heisenberg do xilindró e tenta convencer o cara, obcecado em tentar provar que o acidente que destruiu a usina e matou a sua esposa não foi um simples terremoto, a ir pra casa e curtir os parentes que ainda estão vivos. Só que Dr. Heisenberg resolve ir pela última vez na sua antiga casa agora batizada delicadamente de ZONA DE QUARENTENA NUCLEAR para resgatar seus antigos disquetes de Doom e putaria zipada em múltiplos volumes. Eles resgatam as paradas mas são capturados pela polícia japonesa, conhecida como Uzomi.
Em vez de serem levados para fora da quarentena, eles são levados justamente para o epicentro da radiação, que não tem porra nenhuma de radiação mas o esporo que havia sumido da caverna a 15 anos atrás e está vivo, supostamente se alimentando da radiação da antiga usina. O casulo se rompe e dele sai um besouro fodão capaz de disparar pulsos eletromagnéticos e que se alimenta de radiação. No meia da putaria de tiro, porrada e bomba o Dr Heisenberg acaba batendo as botas e o Dr Ken Watanabi expila a todos que só um ser tão antigo quanto este pode matar o bicho e resolver a porra toda: Gojira. Daí pra frente tem mais um pouco de drama pontuado com uma cena de ação aqui e outra ali até a grande porradaria entre monstros gigantes no final. Fim da sinopse grande pra caraleo.
Na boa? Pra um filme que eu não botava muita fé, acabei me surpreendendo positivamente. Tudo bem que o grande chamariz do filme que é o Godzilla teve uma aparição bem curta, mas foi na medida, melhor pecar pela falta do que pelo excesso nesse caso. Os atores estão muito bem em seus papéis, a parte do drama humano no filme foi bem desenvolvido e o clímax do filme (o pega pra capar dos bichos) foi na medida certa. Os efeitos especiais estão muito bons também.
Quanto a parte dos monstros, gostei bastante da nova origem do monstrengolão, o fato de serem criaturas que viveram em um período em que a radioatividade do planeta era altíssima e isso meio que justificar os “poderes” de cada me pareceu uma explicação razoável. Uma coisa que me empolgou pra caramba pois eu pensei que seria descartada foi o bafo atômico do Godzilla, que agora não é mais atômico, mas isso não vem ao caso. Eu ficaria muito puto se resolvessem descartar uma das características mais clássica do personagem, mas ao invés disso resolveram colocá-la de uma maneira FO-DA-PA-CA-RA-LHO!
Enfim, esqueçam o trailer que passa a impressão de que o mundo iria pra merda com o despertar do gigante que vale, pois o Godzilla é o verdadeiro herói da porra toda!
PS: Tem uns spoilers por aí no texto.
PS2: Os MUTOS são bons vilões, mas, na boa, só existe um adversário voador à altura de Godzilla…