30 anos do Mário – Um pouco de Super Mario Bros
Vou começar com três palavras. Nintendo, Miyamoto e Mario. Eis algumas certezas universais.
Se existem videogames hoje é graças a união desses três nomes.
Graças a Atari cagando no pau (não sozinha na verdade), o mercado de games simplesmente implodiu em 1983. Então foi preciso uma solução vir do outro lado do oceano Pacifico.
Shigeru Miyamoto lançou pela Nintendo, pros arcades, Donkey Kong. E ali você controlava a primeira aparição do Mario, ainda como o carpinteiro Jumpman. As pessoas começaram a voltar aos fliperamas.
A Nintendo, espertamente, lançou nos Eua o NES. E isso foi um feito. Naquela época os lojistas, traumatizados com o desastre da Atari queiram distancia de videogames, então a Nintendo lançou o NES como um brinquedo. Por isso até a presença do robozinho, R.O.B.
E ali, em toda sua glória de 8 bits, estava Super Mario Bros. A Nintendo já havia lançado para árcade uma sequencia de Donkey Kong, Donkey Kong Jr, onde Mario era o vilão e Mario Bros, com o Mario vermelho e o Mario verde lutando contra tartarugas num esgoto.
Mas Super Mario Bros era diferente. Progressão lateral. O primeiro nível, o lendário Level 1-1 é um tutorial extremamente bem bolado, tanto que foi um dos últimos níveis a serem feitos.
Miyamoto não pega o jogador pela mão. Ele faz as coisas serem extremamente intuitivas. Há dois botões, pulo e corrida. Você vê o Goomba chegando logo de cara e seu primeiro instinto é pular por sobre ele, já que você notou não ter um botão de ataque. Pode ser que você acabe caindo em cima do Goomba e perceba que pode mata-lo assim.
Avance um pouco e vai notar enormes blocos brilhantes com uma interrogação. Eles pedem para ser atingidos para que revelem seu conteúdo misterioso. Uma moeda. Fica claro que elas podem ser coletadas. Um golpe em outra caixa libera um cogumelo, ligeiramente diferente daquele que te atacou antes.
Então a solução é pular pra cima ou por sobre ele. Você provavelmente vai atingir o bloco de interrogação, agora com outra cor e acertar o cogumelo e presto! Ele te faz crescer. O que sai das caixas é bom pra você.
Você nota que se usar a corrida e o salto juntos, o pulo é mais alto e mais distante. Entrar nos canos é um pouco mais críptico, na primeira vez depende de alguma sorte descobrir que é possível, a menos que você tenha jogado o Mario Bros do arcade e lembre que é possível entrar pelos canos.
O aprendizado prossegue em outros momentos. Encontrar a Flor de Fogo, que finalmente lhe dá alguma forma de ataque fora os saltos. Nadar. Descobrir sem querer as warp zones. E descobrir que a princesa está em outro castelo. Ao contrário dos jogos de atari, esse é um jogo longo.
A jogabilidade é impecável em sua simplicidade. Você tem controle total e pode até mudar ligeiramente de direção durante um salto. Se você morrer, a culpa é sua. O jogo te dá as ferramentas para avançar e é justo com elas. Mas não é um jogo fácil e pode ficar extremamente difícil em alguns pontos, beirando a frustração.
E não importa se você é um hater do Mario. Qualquer pessoa que tenha jogado nos últimos, sei lá, vinte anos, e não reconheça a música do Level 1-1 nos primeiros 2 acordes é um pulha e uma falha como ser humano. Simples assim.
Afirmo e sustento que esse é simplesmente um dos (se não O) jogo mais importante da historia. Houveram Donkey Kong e tals, mas se não fosse por Super Mario Bros vender o NES, provavelmente não haveria nada. Talvez outro jogo conseguisse fazer isso (e dados os lançamentos na época, duvido) mas isso não aconteceu.
Foram Super Mario Bros, Shigeru Miyamoto e a Nintendo que salvaram o mundo da destruição.