Viagem ao Topo da Terra

Pode uma adaptação francesa de um mangá ser chamada de anime…?

Essa é uma pergunta que não vou responder pois ela é irrelevante. O que é relevante é que Viagem ao Topo da Terra ( “Le Sommet des Deux”, algo como “O Cume dos Deuses” no original) é uma pequena pérola da animação que está no catálogo da Netflix após ser um dos selecionados do Festival Internacional de Cannes.

A trama acompanha o repórter fotojornalista Fukamashi, que se dedica a registrar o mundo do alpinismo. Porém, as coisas andam sem grandes novidades e emoções até que Fukamachi se depara com um sujeito tentado lhe vender uma câmera supostamente pertencente a um dos primeiros montanhistas a escalar o Everest e que desapareceu durante a empreitada. Inicialmente Fukamachi ignora o sujeito, mas muda de ideia ao ver que um misterioso homem toma a câmera do sujeito. Ele reconhece o misterioso homem como sendo Habu Joji, um talentoso escalador do passado que sumiu misteriosamente. A partir daí acompanhamos Fukamashi tentando encontrar Habu para acompanha-lo em sua empreitada de escalar ele mesmo o Everest além de conhecermos o passado de Habu e sua obsessão por se tornar um escalador perfeito.

O longa metragem, dirigido por Patrick Imbert, é uma adaptação do mangá “K” escrito por Shiro Tosaki e desenhado por Jiro Taniguchi, esse último pode ser reconhecido por muitos pelo recente lançamento da editora Pipoca e Nanquim, o mangá “As Crônicas da Era do Gelo”. Porém, esse é mais um daqueles casos onde se baseiam em um material desconhecido, pegam apenas o conceito central e transformam em algo diferente e até MELHOR, pois o mangá em volume único tinha um tom de aventura de seriado tipo McGuiver. Pra visualizar melhor, imaginem que colocaram os filmes Limite Vertical e Risco Total num liquidificador e transformaram numa série de TV de uns cinco episódios. É basicamente isso. O filme pega essa premissa, joga no lixo, e transforma na história de um repórter que fica fascinado pela história de um homem obcecado por um feito que ele não sabe se conseguirá executar. No meio do caminho temos drama, tensão e reflexão muito bem dosados

O longa é absurdamente bem animado e os cenários montanhosos são LINDOS! O longa tem um ritmo lento que não incomoda, a não ser no início do terceiro ato, onde a lentidão se faz sentir um pouco. As cenas de tensão durante as escaladas são de roer as unhas e ficar sentado na ponta do sofá e conhecer os pormenores de uma escalada é realmente fascinante ( estou muito “fascinado” hoje, né? Tô me sentindo o Fera do desenho no X-Men).

Enfim, review curto pra indicar essa ótima animação que vai agradar até quem não gosta de “DESEINHO”. E review curto também porque estou escrevendo pelo celular e como tenho mãos de gorila, elas começaram a doer por ficarem segurando esse tabletezinho eletrônico minúsculo por tanto tempo, tudo isso graças a meu notebook de uso comum e preserva que resolveram morrer no mesmo dia e só Deus sabe quando vou ter outro. Mas, enfim, é como dizem os franceses: Sei lá, viu!?.

E pra Viagem ao Topo da Terra é

NOTA: 8,5