Trindade

Porque usar o nome completo desse encadernado no título seria sacanagem.

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Lançado originalmente em três partes em 2003, Trindade se passa em uma era que testemunha o alvorecer dos super heróis. A cidade de Metrópolis (e o mundo) estão sobre a guarda do Superman, símbolo máximo de virtude e justiça, enquanto Gotham City é vigiada pelo sombrio e enigmático Batman em sua cruzada contra o crime organizado e algumas bizarrices. Por mais que pareçam (e sejam) perfeitos opostos, seus objetivos em comum já os uniram algumas vezes, já mostrando sinais de uma até então frágil amizade.

Nesse mundo Ra’s Al Ghul e Batman já se cruzaram algumas boas vezes. O plano de Ra’s agora parece ser mais megalomaníaco que de costume, e para que ele seja concluído o eco terrorista busca alianças um tanto quanto inusitadas. Inicialmente Ra’s descobre onde Lex Luthor mantém Bizarro preso pelo menos até que ele possa controlá-lo e o liberta, além de usar a inteligência limitada do clone defeituoso de Kal-El para manipulá-lo.

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Outra aliada do vilão milenar é uma guerreira desconhecida que atende pelo nome de Diana. Além do seu exímio talento para o combate corpo a corpo, Diana exibe uma enorme capacidade de liderança. A moça evita falar de onde vem, mas mostra um certo rancor em relação às regras e pessoas de sua terra natal. A presença dessa mulher misteriosa, além de um incidente internacional levam a Mulher Maravilha, na época começando a se aventurar pelo mundo do patriarcado,  a firmar uma aliança breve com os outros dois heróis. Mas antes de partir para cima dos vilões, os mocinhos terão que resolver as sua própria desavenças.

O meu primeiro contato com Matt Wagner foi em Um Conto de Batman: Faces, minissérie em três edições lançada aqui no Brasil pela Editora Abril no seu formato original em 1993. Tanto em Faces, quanto aqui em Trindade Wagner é responsável tanto pelo roteiro quanto pela arte, e outra coisa semelhante nas duas é a qualidade da história. Não deve ser nada fácil escrever sobre as três figuras centrais da DC Comics em títulos separados, imagina então quando eles estão juntos, mas o autor consegue com louvor. Além de uma excelente história de super heróis, é também uma excelente história de origem.

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Os desenhos também são muito bons, lembrando (salvo as devidas proporções) o trabalho de nomes como Bruce Timm e Darwyn Cooke, equilibrando o estilo entre o cartum e o clássico. As cores ficaram por conta de Dave Stewart, um nome mais do que conhecido para os fãs de Hellboy. Esse é um dos volumes da Eaglemoss que contam com extras além da galeria de capas, que são quatro páginas de esboços e concepts do autor. A história extra é  uma republicação de World’s Finest 71, de 1964. Na história vemos o primeiro encontro e caso solucionado por ação conjunta de Batman e Superman, e para isso eles trocam de identidade. É, eu sei.

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Infelizmente essa é mais uma das revistas da Eaglemoss que fica difícil de recomendar devido o alto preço. É uma história boa? É ótima, passei anos procurando ela nos sites de scan. Tem coisa ruim sendo vendida por aí por preço igual? Ô se tem! Tem coisa tão boa ou melhor sendo vendida por um preço menor? Também tem. Minha opinião? Nessa vocês estão sozinhos, decidam aí e depois me falem.

Godoka
26/01/2017