THE ART OF SELF-DEFENSE

Um filme…”esquizofrênico”.

.Tempos atrás tinha visto o trailer de The Art of Self-Defense e pensado “Olha, um filme com o Jesse Eisenberg (a quem chamo de ‘Michael Cera genérico’ sempre que esqueço seu nome) aprendendo karatê. Parece que vai ser divertido!”. E, de fato, o trailer o vende como uma comédia com alguns toques mais sombrios em certos pontos.

Porém o filme escala de um jeito e por caminhos tão estranhos que oi humor vai ficando de lado e dando lugar a um clima de bad vibe GIGANTE! Tudo que você vai ler a partir de agora foi retirado do grupo dos Superamiches no Whatsapp e são minhas impressões assim que acabei de ver o filme:

Casey é um tipico perdedor de filme de comédia de Hollywood que trabalha como contador, ninguém gosta dele por ser “esquisito”, vive com seu cachorrinho e tals. Um dia é assaltado por duas pessoas numa moto que tem a gentileza de perguntar se ele tá armado antes. Ele acaba descobrindo que não eram apenas duas pessoas mas toda uma gangue que o espancam. Com isso ele meio que tem uma crise de panico que não o deixa mais sair a noite. Ele resolve comprar uma arma mas descobre que tem que esperar 2 semanas até poder tê-la de fato. Nesse meio tempo conhece um dojo de Karatê, se matricula e acaba pegando gosto ´pela coisa tanto que dispensa a arma quando avisam que ele pode ir pegar. Só que o mestre todo zen dele e o tal dojo não são bem o que parecem. Não é preciso muito pra entender qual a treta por trás da galera do Dojo.

Velho, esse filme vai da comédia pro drama, passando por comédia besteirol. pulando pra um thriller, presta aquela homenagem a Clube da Luta e termina com você se perguntando “Mas não tem policia nessa cidade não?”

Pior que o filme é lento e fica meio chato em alguns momentos e alguma viradas da trama fazem parecer que o roteirista teve episódios de bipolaridade durante o processo de escrita. Nada é muito bem desenvolvido, é só tipo “OIha, esse sujeito faz isso. Aceita aí e vê o resto do filme”
O trailer vende o filme como send algo com o humor tipo Kick Ass, violento mas ainda engraçado. Mas tem hora que o clima tá tão pesado que você não consegue nem esboçar um sorriso
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Voltando aqui pra desenvolver mais algumas coisas. A primeira e até interessante mas jamais trabalhada no filme é o fato que Casey claramente tem problemas psicológicos pesados que só se agravam com o episódio do espancamento e ainda mais quando ele fica obcecado pelo Karatê. Ele chega não ir trabalhar por um longo período de tão obcecado e se sente impotente quando não está usando sua faixa na cintura, que é um tipo de âncora pra lembrá-lo que ele pode revidar. Mas,como eu disse, o filme não se aprofunda nisso. Aliás, o filme só coloca a pontinha do dedo na beira dessa água mas vai pra longe porque tá gelada.

Punch Throat GIF by The Art Of Self-Defense - Find & Share on GIPHY

A segunda ´é que o Karatê nunca é o centro da trama. Não espere ver Jesse Eisenberg em elaboradas cenas de combate, até porque, no pouco que ele aparece lutando, fica claro que ele é PÉSSIMO nisso! E isso nem é um grande problema, pois o filme se foca mais no tal Sensei mexendo com a cabeça dele e maneira sutil no começo e indo pra extremos com o passar do filme.

Se o roteiro tem essa mudança de tom subito constante que me incomodou, o mesmo não pode ser dito do elenco. Todos muito bem dento de seus papéis,com destaque pra Alessando Nivola, que faz o Sensei (sim, ele se chama Sensei o filme quase todo), que compõe um manipulador de fala mansa além de misógino a níveis absurdos que é facilmente odiável.

A despeito de todos os problemas que eu apontei,o filme não é ruim! Os maiores problemas dele são a mudança de tom e o desenvolvimento raso do plot twist. Ainda assim, é um filme que me segurou pelas 1:40hr. Não sei se recomendaria. Mas se você ficou curioso pra ver, veja! Pode ser que atenda mais seu gosto que o meu. Mas, pra mim,é…

NOTA: 6,0