O kabuki é uma antiga forma de arte japonesa. E misturar com cinema pode ser estranho, mas os apreciadores do cinema arte, o cinema feito para causar reflexões sobre a natureza humana, um cinema mais filosófico com certeza

podem ir tomar no meio do cu. O negócio aqui é cinema bom, mesmo que seja ruim.

E ninguém deste lado de Roger Corman manja tanto de boa ruindade quanto a produtora Troma. Criadora, entre outras obras imortais, do TOXIC AVENGER, A Camisinha Assassina e Tromeo and Juliet.

O filme conta a historia do desastrado policial de Nova Iorque, Harry Griswald que por várias razões, é possuido pelo espirito do Kabukiman, um ancestral guerreiro japonês (nããããõooo.. sério?), para lutar contra todo O MAAAALLLL, e impedir a chegada do Evil One. A profecia do Evil One é sensacional, digna do Fiscal das Prassódias.

Ele se tranforma no Kabukiman após um desagradável ritual executado pelo Kabukiman anterior, tenta aprender a usar seus poderes, como conjurar hashis mortais, literalmente fazer sushi de seus inimigos e voar, ao mesmo tempo que combate o crime e a corrupção.

” Who are you?”
“I´m…. Kabukiman.”

A historia de como o filme veio a surgir é tão interessante quanto o próprio filme e explica bem a esquisofrenia de que o filme sofre. Enquanto filmavam Toxic Avenger II no Japão, os diretores ( e donos da Troma)  Kaufman e Herz,  foram contatados por Tetsu Fujimura e Masaya Nakamura, da Namco (é, AQUELA Namco de Pac Man, Tekken, Ace Combat e outros, já deve ter ouvido falar). Os dois estavam interessados em injetar uma grana para  a produção de um filme de um super heroi baseado no kabuki. E colocaram uma grana alta, 500 mil dólares (bwahahahahaha….. bem, o mais alto orçamento da Troma, diga-se de passagem). Só que rolou uma diferença criativa. A Namco e Herz queriam uma comédia mais infantil, PG-13 mesmo, o que ajudaria na distribuição e na criação de outros produtos, como games e desenhos animados. Kaufman queria manter o padrão Troma de violência gore, splatter e sexo.

Diversão pra toda a familia. Tragam as crianças!

E por isso o filme não parece saber para que lado vai. É mais “bobo”, digamos assim, que Vingador Tóxico, principalmente no uso dos seus poderes, lembrando em vários momentos O Máscara (que é de 1994. Kabukiman é de 1991. Tirem suas próprias conclusões). Mas… tem cenas com uns bons peitinhos, incluindo a sempre boa Susan Byun, estrupos, violência sangrenta e tudo mais que faz da Troma, a Troma. E ai que fica o que pode ser o grande problema do filme. Essa falta de rumo, da direção. Isso não prejudica o filme, mas dá a impressão que poderia ser melhor se o filme se decidisse para onder quer ir.

O Kabukiman, ao contrário, sabe para onde quer ir e vai com estilo.

E por favor. É um filme da Troma, não me venham falar em produção, ou como as cenas de vôo tem os fios mais visíveis do mundo levantando os atores e demais lambanças. Eu não achei uma única cópia legendada, mas os dialógos simples e atuações canhestras são o suficiente para entender todas as frases do filme.

Enfim. Sargento Kabukiman é da Troma, é legal, tem menos furos que Homem de Ferro 3 e vale mais a pena.

E fiquem com o trailer do que poderia ter sido a série animada do Kabukiman. Afinal, até o Vingador Tóxico teve uma.