Sausage Party – Resenha

Food porn com outro significado.

 

Do principio. Já há algum tempo, Seth Rogen e seus amigos tem ajudado a manter vivo o cinema de comédia americano. Então quando ele produz alguma coisa, é de bom tom estar atento.

O trailer de Sausage Party – absurdamente chamado aqui de  Festa da Salsicha – já havia deixado um aviso que seria uma animação digamos, pouco convencional.

Claro, é em CG, como convém atualmente, e novamente Seth se cercou da maconheirada costumeira de seus filmes, então temos Michael Cera, James Franco, Jonah Hill, além de Kristen Wiig, Pau Rude, Salma Hayek e Edward Norton. Enquanto isso, no Brasil a dublagem foi cometida pelo Porta dos Fundos, que ainda arrastaram Guilherme Briggs pra isso. Então, legendado é a unica opçao.

Mesmo comida inanimada interpreta melhor que Fabio Porchat e companhia.

Mesmo comida inanimada interpreta melhor que Fabio Porchat e companhia.

Vamos lá. A trama se passa principalmente em um supermercado, onde a comida, antropomorfica, acredita que estão sendo escolhidos e levados pelos deuses, os humanos, para o Grande Além (a porta do lugar) onde terão uma eternidade de bem aventurança.

A salsicha Frank (Rogen) e sua namorada Brenda (Wiig) estão ansiosos, pois finalmente poderão se unir.  Todos estão felizes. As coisas começam a dar errado quando um pote de mostarda com mel é devolvido e chega em pânico e traumatizado. Ele esteve no Grande Além e viu a verdade. Os deuses são monstros.

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Há dois pontos de vista, o dos humanos e da comida. Os humanos não veem a comida com bracinhos e falando, e quando ela se move, eles interpretam como se tivesse caido ou algo assim. Não é como Toy Story, aqui eles realmente não enxergam.

A animação é realmente algo que poderia ter saido da Pixar ou Dreamworks em algum momento, ou seja, muito bonita. Mas é escrita pelas pessoas que escreveram Superbad e A Entrevista. É bom ter isso em mente. Ainda que Rogen possa ter seus delirios a lá Walt Disney.

 

Então sobram para todos os esteriotipos, desde um pão sirio que fica discutindo com um baguel que parece o Woody Allen, um taco chamado Teresa Del Taco e naturalmente uma embalagem de chucrute, parecida com o Hitler, que promete eliminar “all de juice”. A piada deve ser perder na dublagem.

Interessantemente, a maior polemica envolve as acusações de tratamento cruel com a equipe de animação, horas extras intermináveis, não serem creditados e coisa do tipo. Ainda está no nivel “disseram que”, mas não é incomum esse tipo de critica na industria de animação.

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Há uma certa profundidade na forma como surge uma discussão. Frank descobre a verdade e diz que não devem acreditar nos deuses, andando cegamente sem provas de que eles são bons. Brenda diz que não precisa de provas, pois sente a verdade, e acaba presa às regras dos deuses. Ainda que, nesse caso, Frank está correto, a forma como ele afirma isso, com um imenso ar de superioridade e arrogancia, não ajuda a convencer ninguém.

Rogen tentou por anos fazer uma animação para adultos e conseguiu até reunir um pessoal com experiencia em outros lugares, como Alan Menken, que compõe para a Disney. A Pequena Sereia, Alladin e muitos outros são trampos dele. É um cara com fodendo oito Oscars. O diretor é Conrad Vernon, da Dreamworks. E com um orçamento que é quase uma fraçao das grandes animações, é quase um milagre que tenha sido feito.

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A censura está como 16 anos, mas que mal há de levar um guri de 13 para ver uma salsicha fumando um cachimbão de maconha?

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Editado – Como o Comentarista e o Reverendo chamaram a atenção, não coloquei uma conclusão aqui. É o que dá fumar queijo cheddar. Mas enfim, é engraçado pra caralho, mas há de se preparar para um grau de coisas que os caras não fariam num live action.