Review Toriyamico: Sand Land!

O jeito Toriyama” de fazer mangá!

Olá, jovos e jovas, Hellbolha “indahouse”! E hoje farei um “review braço de anão”: curto e grosso.

Bem, o caso é que na ultima semana estava acontecendo uma feira de livros em Caruaru City e, já nos 45 do segundo tempo, consegui dar aquela visitada rápida lá! Entre um porrilhão de livros de receita, livros religiosos, livros infantis para colorir e livros que eu não queria ler de jeito nenhum…eis que encontro 3 mangázinhos de autoria do senhor Akira Toriyama que, para quem não conhece por nome, é o criador de Dragon Ball! Foram eles: Sand Land, Cowa e Kajika, todos lançados  pela Conrad entre 2006 e 2007. E é sobre Sand Land, minha primeira leitura, que irei falar hoje (como o título bem denunciou…).

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Imagem from Guia dos Quadrinhos.

Lançado originalmente em 2000 na japolândia, Sand Land se passa em um mundo pós-apocalíptico, mas é aquele pós-apocalíptico “segundo Toriyama”, ou seja: nada de clima pesado mas cheio de personagens estranhos mas muito simpáticos em um mundo cheio de vilarejos com casinhas esquisitas e desertos cheios de montanhas rochosas. Neste mundo a água é escassa graças aos conflitos entre os humanos e a pouca disponível é vendida à preços exorbitantes pelo Rei, o qual está sempre acompanhado do decrépito, robótico e cruel Grande General Zeu (“grande general” é um título, não o nome do sujeito, e “Zeu” é sem o “s” no final mesmo).

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Montanhas rochosas, personagens caricatos e monstros gigantes que surgem do nada pra perseguir os heróis. Um Toriyama clássico!

No entanto, lembremos-nos novamente que é um mundo criado por Akira Toriyama, e os personagens “peculiares” PRECISAM estar lá. É aí que entra o protagonista da história, o príncipe dos demônios, Beelzebub. O capetinha vive na região que é governada por seu pai, Satan (que é a cara do Dabura de DBZ, inclusive trajando o mesmo modelito), onde os demônios são os donos da parada. Mas não pense que os demônios são maus não! Eles saqueiam provisões de água do exército SIM, mas JAMAIS matam um humano. Aliás, eles não entendem e abominam a ideia de um humano matar a um semelhante!

Dabura também está no elenco de Sand Land.

Dabura também está no elenco de Sand Land.

Porém, tudo muda quando certo dia um humano chamado Lao, xerife de um cidadezinha próxima dali,  aparece nos domínios dos demônios. O senhor de bigodão, que mais parece o Sam Elliot,  diz que está ali para fazer uma proposta que beneficiará tanto os demônios quanto os humanos. Ele afirma que o exército tem uma fonte de água secreta e que a monopoliza afim de lucrar com sua venda, seu plano consiste em encontrar a tal fonte, desmascarar o exército e o rei e trazer a água de volta aos rios. No entanto, o exército é poderoso demais e Lao não daria conta sozinho, por isso ele pede a colaboração dos demônios nesta jornada. Beelzebub aceita a proposta relutante e diz que irá junto com Lao ao lado de seu amigo, o demônio velhote Thief, por este ser sábio e um ótimo ladrão, o que pode ser uma baita mão na roda. E assim se inicia a história de Sand Land.

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Prestando bem atenção ao Lao, no canto direito da imagem, acho que ele é o mesmo ator que fez o general Blue em Dragon Ball nos anos 80…

Sand Land é um mangá leve, despretensioso e que trás aquilo que Akira Toriyama tinha como proposta inicial para Dragon Ball antes de se tornar unicamente um mangá repetitivo sobre porrada non-stop: humor e aventura. Os personagens são carismáticos, o clima não fica escancaradamente pesado mas tem seus momentos de drama muito bem construídos culminando em algumas reviravoltas bem bacanas. Ah, e eu já ia esquecendo, o tema principal do mangá são tanques de guerra! Então esperem muitos tiros e explosões no que poderia ser descrito como “o mundo de Mad Max encontra Dragon Ball”. Aliás, por ter apenas 14  capítulos, daria um ótimo longa animado!

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Agora, nem tudo são flores nesta edição… e, não, eu não estou falando do roteiro ou dos desenhos. Estou falando do trabalho de diagramação VAGABUNDO da editora Conrad que lançou está edição como sendo “de luxo” na época, pois em 2006 um mangá custar R$14,90 era algo totalmente fora da realidade! São quadros cortados quase pela metade sem dó nem piedade quando ficam perto das bordas das páginas, mutilando a arte do Toriyama e com o texto indo junto pras cucuias. Pra algo “de luxo” o cuidado foi “de lixo”.

No entanto, apesar dos pesares por parte do trabalho da Conrad, Sand Land segue sendo uma leitura recomendada pra você que sente saudades daquela climão mais “aventuresco” da primeira fase de Dragon Ball. É leve, divertido, rápido e fechadinho! Então procurem nos sebos ou fiquem ligados quando houver uma feira de livros em sua cidade pois ele pode estar por lá (e por bem menos que R$14,90).

Nota: 8,0