Review Rápido: Glorious

Um sujeito sofrendo pelo fim de um relacionamento, um banheiro publico, uma voz numa cabine com um “glory hole” dizendo que é uma entidade dimensional e que precisa de um “favor”. O que pode dar errado?

Sim, essa é a premissa básica de Glorious, uma produção original do canal de streaming americano Shudder que traz J. K. Simmons como uma suposta entidade tentando convencer um sujeito a faze-lo um “favorzinho” através do famoso “glory hole”, o buraco onde as pessoas colocam as “coisas” pra que completos desconhecidos façam “coisas” anonimamente.

Antes de mais nada é preciso dizer que tanto o poster quanto o trailer denunciam que SIM, o personagem de J. K. Simmons É uma entidade dimensional! E o mais surpreendente é que eu achava que seria apenas uma referência as criações de H.P. Lovecraft mas…não! A entidade é, de fato, uma das criações de Lovecraft só que colocada em um contexto um tanto incomun. Calma que isso não é spoiler, a informação é entregue no começo do filme, com direito a tutorial pra pronunciar o nome do bicho direitinho e tudo!

Apesar do que o poster possa sugerir, o filme não é uma sucessão de gore do inicio ao fim. Primeiro acompanhamos um incrédulo Wes (Ryan Kwanten), o sujeito que acabou ali após uma noite de sofrência e bebedeira por causa de um amor perdido, sem levar a sério o sujeito na cabine ao lado da sua tentando puxar papo. Depois passamos pra um confuso Wes que percebe que o sujeito parece conseguir controlar a porta do lugar e saber muita coisa que não deveria. Em seguida passamos pra um aterrorizado Wes após descobrir que o tal sujeito talvez esteja falando MUITO sério! E entao temos o Wes tentando manter a sanidade ao mesmo tempo em que quase desiste de levar a situação a série de tão bizarra que é.

Sim, Glorious é, em boa parte da trama, um terrir! Mas não um terrir pastelão como Evil Dead, por exemplo. As situações engraçadas vem da quebra de tensão de alguns diálogos pelos momentos em que o Wes liga o “foda-se” por alguns segundos e fazer coisas normais durante toda aquela situação completamente fora do normal, como, por exemplo, urinar. Afinal, aquilo é um banheiro. As quebras de expectativas também rendem momentos hilários. Em um dos momentos chaves, segurar a gargalhda é quase impossível ante o constrangimento da própria entidade dimensional diante das atitudes completamente desapegadas do bom senso de Wes.

Porém, apesar de fazer rir, o filme também tem muitos momentos tensos e sombrios, com direito a uma baita reviravolta no final que vai pegar muita gente de surpresa.

Vale citar que o filme, apesar de ter sido dirigido por Rebekah McKendry, que tem majoritariamente filmes de terror pouco conhecidos em seu currículo, o filme poderia tranquilamente se passar no mesmo universo de A Cor que Caiu do Espaço do diretor Richard Stanley e estrelado por Nicolas Cage, pois assim como no filme de 2019, a cor rosa aqui representa a criatura e seus poderes. Inclusive uma cena onde a criatura levanta uma espécie de barreira de energia lembru muito o filme estrelado por Cage. Mas, não, eles não se conectam.

Enfim, Glorious é um filme cujo o trailer eu vi em um dia e resolvi assistir no outro pela premissa absurda mas eu esperava um filmeco imbecil e merdolento. Fui surpreendido! Uma ótima opção pro fãs de terror, horror cósmico, H.P. Lovecraft e de terrir.

Nota: 8,0