Review PUTAÇO- Masters of the Universe: Revelation

PELOS PODERES DE GRAYSKULL!

QUE FANDOM CHATO DA PORRAAAAA!

Se você tem mais de 25 anos e estava em uma caverna, talvez não saiba mas estreou recentemente na Netflix Masters of the Universe: Revelations, ou Mestres do Universo: Salvando Eternia, série que é uma continuação direta do desenho do He-Man que a gente assistia na Globo quando era moleque e que todo mundo tinha pelo menos um bonequinho.

A série, que tem como showrunner Kevin Smith, conta como após uma batalha decisiva entre He-Man e Esqueleto, ambos acabam desaparecendo bem como toda a magia de Eternia. É em meio a esse combate que Teela acaba finalmente descobrindo a identidade de He-Man e se sente traída, mandado todo mundo as favas. A série dá um salto no tempo e anos depois vemos Teela, agora trabalhando como mercenária/ladra ao lado de sua nova amiga (e nova personagem do MOTU), Andra. Certa feita as duas são contratadas por uma velha senhora para buscarem um cálice na Montanha da Serpente, antigo quartel general do Esqueleto. Lá, descobrem que Triclope fundou uma seite de adoradores da tecnologia. Em contraponto, descobrem que com o fim da magia, as criaturas mágicas estão morrendo, como Gorpo. Para trazer a magia de volta (mesmo a contragosto) Teela vai ter que se unir a antigos rivais e buscar a Espada de Grayskull, dividida em duas no último embate entre He-Man e Esqueleto, e fundir essas duas partes. Uma tarefa que não será nada fácil e trará muitos desafios a moça.

Masters of the Universe é, basicamente, uma fan animation! Se você procurar qualquer fan film, fan serie ou fan anime/animation de alguma série famosa, vai esbarrar com um PORRILHÃO delas usando o mesmo plot: Num futuro pós-apocaliptico o herói/os heróis da série sumiram ou morreram e a gente acompanha um personagem secundário andando por aquele universo agora destruído tentando ou encontra o(s) herói(s) desparecido(s) ou um íntem que lhe(s) dava poder afim de trazer esperança e salvação para esse mundo. A diferença é que Masters of the Universe: Revelations é um fan animation com patrocínio e aval da empresa detentora dos direitos dos personagens.

Já tinha até linha de brinquedo antes mesmo de estrear!

O roteiro é mega clichê, o jeito que alguns personagens aparecem já foram mais usados que cueca velha em outros filmes e séries e alguns conceitos, que são novos no universo MOTU são velhos pra qualquer um que tenha TV em casa desde que nasceu. Então, se muita gente DETESTOU a previsibilidade do roteiro, a falta de novidade da trama e a cara de “mais do mesmo”, eu entendo completamente e lhe digo que…você está certo! Agora, se você é parte do fandom que anda acusando a série de “Lacração”…ah, meu amigo rabugento com mais de 30 anos…a gente precisa conversar…

O termo “Lacração” virou sinônimo de uma coisa no meio nerd! Pegarem uma obra e mudarem a cor, o sexo ou orientação sexual de um(a) ou mais personagens apenas pra atrair o publico daquela cor, sexo ou orientação sexual mas sem se preocupar em trabalhar esses novos aspectos no(a) personagem? Já aconteceu, claro, mas…NÃO! No meio nerd o termo lacração é usado quando coisas que mexem com os preconceitos dessa galera aparecem como um aspecto novo na série e eles se sentem ofendidos mesmo que isso não influencie em NADA na trama! O(a) personagem loiro(a) de olhos azuis que é um(a) coadjuvante menor pra qual eles nunca ligaram de verdade agora é negro(a)/asiático(a), gay ou, no caso das personagens femininas, usam roupas que as cobrem como uma pessoa comum e seus cabelos são curtos e não na altura dos calcanhares? LACRAÇÃO! DESTRUÍRAM O(A) PERSONAGEM DA MINHA INFÂNCIA PRA QUAL NUNCA LIGUEI SÓ PRA AGRADAR MILITANTE! E é assim que é, mesmo que essa galera se rasgue tentando defender que não.

Um bom exemplo disso aconteceu quando Mortal Kombat 11 foi lançado e todas as personagens femininas, que nas edições anteriores tinham proporções anatômicas ultra exageradas usavam maiô ou biquíni com fio dental e salto alto apareceram vestindo trajes que cobriam todo o seu corpo, que agora era anatomicamente condizente com um ser humano. Isso fazia alguma diferença pra trama? Não! Fazia alguma diferença pra jogabilidade? Não! Mas fazia total diferença pros fetiches dessa galera, e isso gerou uma fúria incontrolável neles!

Algo parecido acontece com Masters of the Universe: Revelations. Essa galera não está incomodada apenas pelo fato da Teela ser a protagonista dessa série no lugar do He-Man, como argumentam por aí pra tentar sustentar seu ponto de revolta. Essa galera tá incomodada porque a Teela não usa mais o seu maiô e não tem mais o coque sobre a cabeça onde amarrava seu longo cabelo. Eles estão incomodados pelo fato dela usar calças, ter o cabelo curto e raspado do lado de modo “masculinizado” e pelo fato dela ter músculos agora! Muita gente vai chiar e dizer que não, que eu tô falando bobagem, que não é assim. Como eu já disse lá em cima, se isso não te incomodou e muitos outros aspectos de roteiro, animação e coisas do tipo sim, então tudo bem! Você não está nesse grupo e está certo em não ter gostado! Você baseia sua opinião em aspectos técnicos! Agora, veja os comentários dos haters na internet e vejam que muitos deles fazem questão de atestar por escrito o que eu estou dizendo aqui!

Já apareceu até gente “corrigindo” o visual da personagem.
E gente atestando em imagem o que acabei de dizer.

Eu dou minha cara a tapa se a série, ao invés de seguir a Teela, seguisse o Mentor ao lado do…sei lá…Estratos ou Ariete no lugar da Andra, fazendo a mesmíssima jornada e esse povo não a exautasse! Essa galera ia plaudir de pé e usar frases como “Finalmente vemos uma faceta do mentor que não víamos na série clássica” pra justificar seu novo amor animado! A ausência do He-Man como protagonista? Eles admitiriam o argumento mais lógico que explica a ausência dele como protagonista da série: Ela se chama MASTERS OF THE UNIVERSE: REVELATIONS e não HE-MAN AND THE MASTERS OF THE UNIVERSE: REVELATIONS! Mas pra eles o ponto é “não é o Mentor, é a Teela ‘mulher macho’, então não, brigado”.

Vocês querem saber uma forma dessa série ter sido um sucesso entre essa galera? Se ela, de fato, fosse um produto não comercial, uma fan animation mesmo, pra YouTube! Essa galera iria dizer “Olha, que foda! Eu veria uma série dessas!”. Sabe porque? Porque não seria algo oficial! Porque quando é oficial, é canônico , e quando é canônico “destrói infâncias”, mesmo que a maldita série original de 1983 continue existindo! Ah, e se quiser mais opções, ainda tem As Novas Aventuras de He-Man de 1990 e He-Man e os Mestres do Universo de 2002 que atualiza a história dando um ar mais “maduro” e menos “bobinha” que a série original . Não se ofenda com o “bobinho”, a série era feita pra molecada dos anos 80 comprarem bonecos e ter um teor educativo, então era meio “bobinha” mesmo e percebam que coloquei maduro entre aspas já que o desenho de 2002 também era feito pra vender boneco mas a molecada dessa época já era mais ligada nas coisas, assim como a molecada de hoje em dia. O único problema da série de 2002 é que o visual era ultra-exagerado e a espada de Grayskull parecia um abridor de latas high-tech e o He-Man usava uma pochete na frente do saco. Mas, ainda assim, foi uma boa atualização!

Eu falei, falei, falei mas não disse o que achei da série, né? Pois bem…eu gostei! Sim, reconheço que o roteiro não é um primor de originalidade e coisa e tal, mas o que me ganhou mesmo foram alguns aspectos emocionais que alguns personagens ganharam aqui. Destaco entre eles o arco do Gorpo/Orko, que revela a origem de seu nome que eu achei a coisa mais legal, bonitinha e triste de todas. Também gostei de ver os cameos de personagens que tinham seus bonecos mas nunca apareceram no desenho clássico, como He-Ro e o valiosíssimo entre os colecionadores, Savage “Wonder Bread” He-man, ou o He-Man de cabelo marrom.

Eu não fui com grandes expectativas ver a série pois lembrava que o desenho era bobinho e recentemente acabei revendo um episódio graças a um cliente bêbado da vendinha que me fez assistir e as reações dele a trama, que consistia em He-Man tendo que reunir dois cometas mágicos, um bom e um mal, com a ajuda de um velho mago com dores nas costas, faziam parecer que ele tava vendo um dos filmes da saga O Senhor do Anéis. Então, mesmo sendo clichê e previsível, comparado a série clássica, Masters of the Universe: Revelations tem uma baita roteiro! Mas comparado com qualquer outra coisa, é só um desenho com personagens de um desenho antigo que você pode escolher assistir pra se divertir ou pra se ofender e reclamar. Eu me diverti!

Sério, eu fiquei pensando MUITO se eu escrevia essa resenha ou não, porque o que vai ter de gente dizendo que eu tô errado e fazendo pouco da minha opinião não tá no gibi. O que essa galera esquece é que opinião é que nem cu…então VÃO TOMAR NO SEUS! Não, brincadeira! Opinião é que nem cu, cada um tem o seu. Então pode desgostar da série, achar um lixo ou o que for. Mas o faça com base em aspectos técnicos que o agradem ou não, e não no fato de que você não gosta de produtos que mostre mulheres fazendo coisas que homens fazem e que não dependam de um pra nada ao invés de usarem roupas minímas, falarem e se moverem sensualizando e se derretam ou se curvarem pros personagens masculinos. Cresçam! Tá na hora já!

NOTA: 8,0

Antes que comece a reclamar da nota, EU ME DIVERTI, A RESENHA E A OPINIÃO SÃO MINHAS, EU DOU A PORRA DA NOTA QUE EU QUISER! Por incrível que pareça, eu não dou nota baseado no que VOCÊ acha! Beijos!

PS: A equipe técnica é a mesma de Sangue De Zeus, mas a animação tá tão mais bem feitinha que nem parece.