Review Nostálgico: Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal

É como voltar aos bons tempos…

Pois é, negadinha, após amargar muitos longas animados de qualidade duvidosa nesses últimos 6 anos (com pouquíssimas exceções) , em parte por se basear na capenga fase dos Novos 52 e em parte por ter tido uma queda agressivamente visível na qualidade técnica de suas produções. Talvez por isso ela tenha ensaiado tanto uma volta ao básico com filmes como “Liga da Justiça: Deuses e Monstros” e “Batman e Arlequina: Pancadas e Risadas” onde a produção e traço de Bruce Timm voltaram pra dar um gostinho da série da Liga da Justiça de Batman: Animated Series aos fãs saudosos. E é o que volta a acontecer em Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal. Mas, primeiro, uma pequena sinopse:

No futuro, três criminosos conseguem escapar da Legião dos Super-Heróis e tem como objetivo voltar ao passado. São eles Mano, Tharok e Persuasor. O objetivo dos três é encontrar a nova Lanterna Verde do nosso tempo, Jéssica Cruz, pois ela é a chave para um terrível e misterioso plano. O que eles não contavam era que Starboy, um dos membros da Legião dos Super-Heróis, os seguiria até o passado. O que Starboy não contava era que seu remédio para manter sua estabilidade mental não existia em nosso tempo. Agora Starboy está preso no Asilo Arkham sem lembrar qual sua real missão, Jéssica Cruz está na mira de perigosos vilões e está insegura em seu papel como Lanterna Verde e a Liga da Justiça será a  única linha de defesa da Terra contra um plano de destruição que vai além do que imaginam.

Antes de mais nada: COMO É BOM VER UM FILME DA LIGA COM CARA DE LIGA! É como revisitar velhos amigos que não víamos a muito tempo! Muitos dos personagens que formavam a equipe central da série não estão lá, como a Mulher-Gavião, Ajax (ou Caçador de Marte, se preferir) e John Stewart (o Lanterna Verde) mas suas ausência são explicadas no decorrer da trama. Ocupando suas vagas estão Miss Marte, sobrinha do Ajax e meio que em “período de teste” para o cargo para total desgosto do Batman, Senhor Incrível (Mister Terrific, cujo nome em português mata o sentido desse T bizarro na cara do sujeito) e Jéssica Cruz que ainda reluta a se assumir como Lanterna Verde.

A história é básica sim, mas é DIVERTIDO DEMAIS ver os combates super-poderosos dessa galera ( e do Batman) destruindo prédios, jogando carros pra lá e pra cá e dando socos que fazem o inimigo voar longe (e o Batman dando uns murro e uns chute aí…). E os três vilões dão um trabalhão pra Liga! Eu adoro quando os vilões são tão poderosos e inteligentes em combate que parece que não vai ter jeito dessa vez, e essa sensação de “Agora ferrou de vez!” dá a tônica do filme inteiro, sobretudo quando o Quinteto Fatal finalmente é formado.

Quanto a dupla de personagens centrais da trama, Jéssica Cruz e Starboy, são dois pesos e duas medidas. Devo dizer que muito me surpreendeu terem usado uma personagem dos Novos 52 em um filme que não usa a estética dessa fase, como vinha acontecendo até agora. E isso foi um baita acerto! No entanto, o lance da “heroína insegura de seu destino por traumas do passado” soou como ideia requentada e não foi um ponto forte no filme. Já o Starboy dodói da cabeça foi algo que realmente eu gostei! Um herói com problemas de instabilidade mental que se esquece que é um herói por um momento e chega até a fazer amizade com o Duas-Caras no Arkham (dublado por Bruce Timm em pessoa).  E esse lance dele ser meio “maluquinho” e fazer as pessoas duvidarem de que ele é um herói como diz ser, gera um dos momentos mais bonitos do filme quando este está pra acabar.

Agora vamos falar do problema mais recorrente nas animações da DC dos ultimo anos e que eu sempre reclamo nos posts que escrevo sobre elas: A qualidade técnica. Sim, o filme também sofre com uma animação de baixa qualidade em vários momentos, mas de um modo mais aceitável que em produções anteriores, como no medonho Suicid Squad: Hell to Pay, lembrando mais um episódio menos caprichado da série animada e, talvez por isso, não tenha me incomodado tanto assim. Em compensação, os minutos finais dão um salto de qualidade visível e impressionante, com direito a algumas sequencias de combate de encher os olhos e uma cena do Superman perseguindo um objeto em direção ao sol que dá a impressão que a galera da produção disse “Lembra quando a gente fazia bem feito? Vamos fazer de novo?”.

Enfim, Liga da Justiça vs O Quinteto Fatal tem um delicioso sabor de nostalgia e faz você desejar uma nova temporada da série da Liga, ou pelo menos mais filmes nesse universo. Uma diversão descompromissada com gente super-poderosa se batendo e espalhando destruição por onde passa e salvando pessoas no processo. O que mais um fã de quadrinhos poderia querer?

Nota: 8,0