Review No Trabalho: Boy Kills World

Ou “Contra o Mundo” no Brasil.

Estamos e um futuro onde a sociedade está mais dividida que nunca, onde os ricos cada vez ficam mais ricos e os pobres cada vez ficam mais pobres ♪♫ e o motivo todo mundo já conhece, é que o de cima sobe e o debaixo desce♫♪. Em um certo local dos EUA (acho) a família mais poderosa é a Van Der Koy que possui um conglomerado megamilionário midiático que de tempos em tempos promove matanças ao vivo na TV afim de divertir a audiência.

É nesse cenário pra lá de batido que conhecemos Boy! Sim, é isso mesmo, o nome do personagem principal é Boy. A originalidade não tem limites aqui! Boy teve sua mãe e sua irmã, a quem ele adorava mais que tudo no mundo, morta diante de seus olhos pela matrona da família Van Der Koy, Hilda, interpretada por Famke Janssen que parece andar se especializando em fazer o papel de chefona maligna de um conglomerado “maléguino”. Além de presenciar esses execuções, Boy teve a sua língua cortada e seus ouvidos queimados com ferro em brasa, deixando-o surdo, mudo e puto! Ele foi enforcado ao lado de sua mãe e sua irmã mais foi salvo pelo misterioso homem conhecido apenas como o Xamã.

O Xamã passa a treinar Boy para que ele se torne uma maquina sanguinária com sede de vingança, fome de violência e uma larica de psicopatia e mate Hilda, com a qual o Xamã também parece ter uma rixa pessoal. Agora Boy vai ter que enfrentar todo o exército pessoal da família Van Der Koy para chegar a seu objetivo mas, obviamente, vai acabar caindo no sanguinário programa de TV.

Obviamente com essa sinopse fica MUITO CLARO que Boys Kills World ( título que é uma paródia da sitcom noventista Boy Meets World, que foi exibida pelo SBT com o título de O Mundo é dos Jovens) não é nenhum posso de originalidade. Temos um CACETILHÃO de filmes com a mesma temática então já não se espera um primor de roteiro, esse tipo de filme serve mais como um mostruário de cenas de ação, as vezes muito bem elaboradas, as vezes nem tanto, e também serve pra colocar atores mais dramáticos nessas mesmas cenas afim de tentar algo novo. Outro fator que as vezes é adicionado nesse tipo de filme é a comédia de humor ácido. E Boy Meets World é esse tipo de filme.

O personagem de Bill Skarsgard não é o tipico herói casca grossa desse tipo de filme, ele tem sérios problemas psicológicos por motivos ÓBVIOS, sendo o principal enxergar sua falecida irmã o tempo todo lhe dando conselhos absurdos, como se disfarçar de ninja com asas de borboletas, ou seja, uma coisa que uma criança de 8 anos diria de fato. O problema é que alucinação é tão forte que as vezes Boy se pega tentando salvar a alucinação e acaba se metendo em enrascadas por isso. Podemos dizer que o personagem de Skarsgard é um Deadpool reverso, calado o tempo todo e com apenas uma voz na cabeça ( houve uma fase em que o personagem da Marvel vivia conversado com duas vozes na cabeça e eu ODIAVA esse conceito e fico mais que feliz que os filmes tenham ignorado isso).

Aliás, é preciso elogiar o menino Skarsgard que além de ganhar toneladas de músculo pro papel (e que foi aproveitado pra o vindouro e já prevejo, horrível, O Corvo) também se saiu muito bem nas cenas de porradaria chegando a fazer uma cena longa e sem cortes contra o LENDÁRIO Yayan Ruhian sem deixar nada a dever ao eterno Mad Dog (ou, como eu o chamo, o mendigão do filme The Raid).

O elenco de apoio conta com alguns nomes conhecidos mas meio sumidos de grandes produções, como Sharlto Copley de Distrito 9, que aqui praticamente reprisa o papel que interpreta em outro filme de porradaria que saiu esse, Monkey Man de Dev Patel. Temos também Andrew Koji, da série Warrior, que muito me surpreendeu ter sido usado como um personagem mais cômico e ter suas habilidades marciais sendo deixadas de lado. E ele se sai muito bem nesse departamento também, diga-se de passagem! Vale citar também Isaiah Mustafa que, caso eu conhecesse pessoalmente no set de gravação do filme, teria cometido a gafe de chamar de Michael Jai White já que a voz sujeito parece DEMAIS com o velho Black Dynamite. Inclusive o personagem dele protagoniza os momentos mais engraçados ao lado do Boy já que o personagem de Skarsgard lê lábios e como o personagem do Isiah Mustafa provavelmente fala com muitas gírias, pro Boy ele só fala coisas sem sentido e com vergonha de mostrar que não tá entendendo nada, ele simplesmente sorri e concorda. Ah, e pra quem não conhece o Isaiah Mustafa, ele é mais conhecido pelos seus comerciais do desodorante Old Spice.

O filme é divertido apesar não ser uma Brastemp. Confesso que o trailer me enganou pois pensei que o programa de TV com pessoas se matando seria o plot principal mas não é, esse segmento é curto na verdade e acontece no inicio do terceiro ato. Alguns plot twists são previsíveis e o principal não é tão surpreendente assim mas levanta um questionamento no protagonista que é bem legal.

Enfim, Boy Kills World não é inovador ou revolucionário em nenhum dos campos onde se aventura mas consegue divertir e entreter. Se não estiver fazendo nada e não souber o que assistir sem ter que pensar demais, recomendo fortemente.

NOTA: 7,0