Review do Dejá vu: Batman por Stan Lee.

Era inicio dos anos 2000 e alguém da DC chegou pro Stan Lee e disse:

DC: Stan..ei, psiu…Stan! Tu não tá fazendo nada, só aquele gibi bosta e sem futuro dos Backstreet Boys…reimagina a DC aí, na moralzinha, vai! Sérião mesmo!

 

Stan Lee: Ora, true believer! É claro que eu faço! Com minhas incríveis habilidades criativas e o incetivo deste cheque gordo que você segura, eu já sinto as ideias fervilharem!

 

DC: SHOW! Então, começa pelo Batman! Pode ser?

 

Stan Lee: Só não pode como deve! E, digo mais! Eu não apenas reimaginarei o Homem Morcego! Eu irei fazer algo nunca dantes visto na história dos quadrinhos! EXCELSIOR!

E então… ele simplesmente misturou o Homem-Aranha com o Luke Cage e o Pantera Negra.

O projeto “Just Imagine Stan Lee’s” da DC levpu o velhinho da Marvel para a casa da distinta concorrência afim de criar uma série de histórias com alguns de seus principais personagens (e com o Robin) e, ao final das histórias solo, Stan faria uma história de reunião da Liga da Justiça e, pra fechar com chave de ouro, daria sua versão a uma das famosas “Crises” da DC. A ideia era interessante. Já a execução…

A primeira vez que tive contato com esse material foi anos atrás, quando encontrei num sebo uma revista sem capa com a  história da Mulher-Maravilha dessa série escrita por Stan Lee e desenhada por Jim Lee. A dupla de Lee’s conseguiu fazer uma das histórias mais desinteressantes e esquecíveis da guerreira amazona, que agora não era uma grega com poderes concedidos pelos deuses, mas uma latina que encontrava um medalhão mágico e ficava estranhamente parecida com uma versão feminina do Lanterna Verde de Reino do Amanhã. Achei que nunca mais veria nada dessa série, tanto por não achar, tanto pela total falta de vontade de procurar e QUERER ler. Isso mudou ontem.

Passei no sebo mais de 10 anos depois percebi que estava organizado. Antes o lugar parecia uma casa de acumulador, cheios de revistas velhas de receita e putaria e paredes adornadas por DVDs, em sua maioria pornográficos. Agora tinha até espaço pra andar dentro! Entrei, o dono me apontou uma pilha de gibis a R$1,00, e entre revistas do Conan, uma do Lobo e a mini em duas partes da Brigada dos Encapotados, todos sem capa, eu resolvi levar a reimaginação do Batman por Stan Lee. Oras, custava apenas R$1,00! Que mal faria? Bem…antes eu tivesse comprado uma pedra de crack que o investimento teria sido melhor!

Capa que minha versão de R$1,00 NÃO TEM.

Antes de mais nada, é preciso esclarecer que o Batman não foi o primeiro título reinventado pelo Stan Lee, disse isso apenas para fins cômicos. Isto posto, vamos a história:

O pai do jovem Wayne Williams (sim, aliteração, primeiro “toque Stan Lee” na obra) era um policial e foi morto em serviço. Agora, o jovem Wayne precisa se virar para  sustentar sua casa, já que é um jovem negro que vive em um perigoso bairro negro que nunca é revelado mas eu tenho quase certeza que é o Bronx. Quando não está ocupado respondendo com a frase “É, e olha o que ele ganhou” quando alguém fala que seu pai era um herói (sério, ele faz isso 3 vezes em DUAS páginas seguidas), Wayne trabalha em um mercado onde o patrão, claro, o trata como lixo. Um dia, um bandido do bairro chamado Mão Horgum ( Handz Horgum no original porque, aliteração, lembra?) está indo ao mercado com sua namorada quando é surpreendido por um carro de rivais que atiram contra ele. Mão se atira atrás de um carro ignorando completamente sua namorada, que ao invés de abaixar e procurar abrigo só consegue ficar parada e gritar. Mas os atiradores são péssimos e não conseguem acertar um único tiro na moça, o que dá tempo de Wayne sair do mercado e atirar-se sobre ele, salvando sua vida.

Após ver que sua namorada foi salva por Wayne, Mão demonstra toda sua gratidão…reclamando que o garoto encostou em sua “gata”. Ele diz pro Wayne se afastar ou vai acabar como o pai dele, o que deixa Wayne tão furioso que gagueja covardemente que ninguém fala assim  do pai dele e, de brinde pelo comentário, leva uma surra do Mão. Bem, uma surra não…o Mão resolve mostrar porque o chamam de “Mão” e isso se resume ao fato do sujeito ter…mãos fortes de um homem comum. Rola um idiota duelo de mãos e a coisa só para graças a interferência de Nita, a namorada do Mão, que ameaça acabar o namoro caso ele não pare.

No dia seguinte, três assaltantes invadem a loja onde Wayne trabalha e agradecem a Wayne pela “dica” de…vir assaltar no horário comercial, aparentemente. O dono prontamente acredita que Wayne é um cúmplice e toma um tiro no ombro como prêmio. Um dos assaltantes, que na verdade é o Mão, nocauteia Wayne e coloca uma arma em sua mão. Quando a policia chega, prende Wayne e ele é condenado a prisão.

Na prisão, Wayne é colocado pra trabalhar como costureiro por motivos de “porque sim”. Isso, claro, gera piadinhas homofóbicas por parte dos outros presos e dos guardas, além de ameaças contra a integridade de suas pregas. Triste e desolado mas com uma sede de vingança contra o Mão, Wayne não consegue dormir. É quando ele decide distrair sua mente contando…morcegos! Sim, por alguma razão misteriosa e jamais explicada, todas as noites uma revoada de morcegos passam ao lado do presídio. E, por alguma razão ainda mais misteriosa, um dos morcegos vai até sua cela comer migalhas de…sei lá do que, já que nunca ouvi falar de um presidiário que tivesse uma lancheira na cela. Mesmo assim o bichinho acaba indo toda noite pra lá e Wayne acaba adotando-o como bicho de estimação. Mas, um dia, Wayne é mordido pelo morcego e acaba adquirindo alterações de comportamento, confusão mental, desorientação, agressividade, alucinações , espasmos ao sentir água ou vento, hidrofobia, mal-estar geral , aumento de temperatura, náuseas e dor de garganta. Agora ele é o HOMEM-RAIVA! Tá, isso não acontece. Mas bem que poderia…

Enquanto Wayne perde sua sanidade fazendo amizade com um morcego na prisão, o Mão comemora a expansão de seu império do crime. Descobrimos também que Nita está triste e melancólica pelo que o Mão fez a Wayne meses atrás, mas isso não a impede de continuar sendo namorada do criminoso. De volta a prisão, Wayne decide experimentar alguns exercícios físicos pra passar o tempo. Só que um grandalhão chamado Korgo, que é a cara do Homem-Absorvente, não está satisfeito com o peso dos alteres é quer levantar algo mais pesado. É quando ele decide que um senhor de meia-idade mal nutrido é mais pesado que 3 anilhas de 20KG em cada lado de uma barra. Wayne tenta ajudar o senhorzinho a se livrar das mãos do Homem-Absor…AHEM…digo…do KORGO mas obviamente acaba apanhando de novo. O senhorzinho agradece e após aconselhar Wayne a treinar seu corpo na academia e sua mente da biblioteca de uma maneira tão natural que quase gritava “A HISTÓRIA ESTÁ CORRENDO E EU PRECISO DAR UMA DESCULPA PRO BATMAN SER FORTE E INTELIGENTE”, se apresenta como  Frederick Grant (sem aliteração? MILAGRE!), um cientista e inventor que foi preso após tentar quebrar uma máquina de uma grande corporação que estava poluindo um rio. Depois de se apresentar, Grant dá mais um conselho nada forçado em prol do plot dizendo para Wayne estudar o morcego que ele adotou como amigo pois ele tem capacidades bem superiores as dos humanos. Como fazer ninhos em locais de difícil acesso e transmitir várias doenças.

Após pedir dicas de musculação a uma gangue da prisão que, por milagre, não o espanca, Wayne fica mais forte, aprende artes marciais sem tomar porrada dos guardas que, pela lógica, não ficariam muito felizes em ver prisioneiros treinando uns aos outros nas artes do combate, e ainda arruma tempo pra arrumar um shortinho e um coturno pra dançar lamba-aeróbica. Tudo isso é contando em meia página, já que Stan Lee estava com pressa e tinha poucas páginas pra desenvolver a história e até agora nada de Batman. Aliás, o próprio Stan Lee escreve num recordatório da página que está com pressa.

Depois de ficar monstro e começar a usar camiseta regata com alças que cobrem apenas os mamilos e começar a se auto-proclamar um exemplo de superação e um presente de Deus para as mulheres, Wayne recebe a noticia de que Grant vai sair da cadeia e o cientista/inventor diz a Wayne que pode procurá-lo quando sair. Enquanto isso, a mãe de Wayne perece aparentemente de desgosto e um culto misterioso que nada mais é que o plot que ligará todos os personagens do “Stan Leeverso da DC” quando ele for escrever a história da Liga da Justiça, usa seus poderes ocultos para abrir as portas da prisão e libertar os presos, pois a sacerdotisa do culto, por alguma razão, queria Wayne livre pois sabia que ele iria se tornar o Batman. Com os presos agora soltos, Korgo já começa a liderar a galera e planejar sua fuga. Wayne tenta impedir dizendo que eles não passarão pelos postos de vigilância com os guardas armados. Korgo diz que vai usar o diretor da prisão como refém para garantir a fuga. Wayne acaba lutando com os detentos e com Korgo e salva o diretor sem levar um único golpe, mostrando que o Cadeiatê é uma arte marcial extremamente eficaz.

O bicho é tão ninja que faz de um dos presos porrete pra dar nos outros.

Por salvar o diretor, Wayne é perdoado por seus crimes e recebe anistia. Quem não fica feliz em saber disso é o Mão, que teme que Wayne o entregue esquecendo que se ninguém acreditou no sujeito durante o julgamento, dificilmente acreditariam agora. Wayne está nas ruas, cabeludo e barbudo parecendo o Idris Elba. Só que ele quer passar desapercebido pois sabe que o Mão já deve estar atrás dele por motivos de…porque sim. Assim, ele decide se disfarçar afim de executar sua VINGAAAAANÇA e decide raspar a cabeça, fazer a barba e deixar apenas um bigode e de Idris Elba ele acaba ficando parecido com o Steve Harvey.

Wayne começa a pensar num jeito de lutar de igual pra igual com o Mão, e a solução lhe aparece quando ele vê uma…transmissão de  luta livre pela TV? Sério, Stan Lee? Ok…continuando…Wayne resolve que vai entrar para o mundo da luta livre pois, por algum motivo, o narrador parece fazer questão de citar como o salário dos lutadores é alto enquanto narra os combates. Para montar seu uniforme, Wayne se inspira no seu amigo morcego que ele levou da cadeia pra casa, compra um monte de tecido preto e, apenas com esse tecido preto e uma máquina de costura, inexplicavelmente consegue fazer uma máscara de morcego e asas gigantes. Detalhe: A máscara vai até o nariz, o que deixa seu gigantesco bigode aparecendo e fica a coisa mais ridícula do universo DC segundo Stan Lee.

Tentando passar desapercebido pelo Mão, Wayne…se torna a maior celebridade da TV sob o nome de Batman. Aliás, como já deu pra perceber, esse plot é descaradamente copiado da origem do Homem-Aranha. E se tem uma coisa que eu sempre me perguntei nas histórias do Homem-Aranha e voltei a me perguntar nessa foi: COMO DIABOS ALGUÉM CONTRATA UM SUJEITO SEM NEM FAZER QUESTÃO DE  SABER QUEM ESTÁ POR DEBAIXO DA MÁSCARA? ESSA PORRA NÃO FAZ SENTIDO! O QUE TEM NA CARTEIRA DE TRABALHO DELE? BATMAN DA SILVA COSTELLO? E ESSE CORNO, PRA TODO LUGAR QUE VAI, JÁ CHEGA VESTIDO DE MORCEGO? ESSA ROUPA DEVE ESTAR UM NOJO DE FEDORENTA, JÁ QUE ELE NÃO FAZ MENÇÃO DE TER MAIS DE UMA EM NENHUM MOMENTO DA TRAMA! Bem…deixa eu me acalmar e voltar pro que interessa.

Após fazer fortuna na luta livre, Wayne compra uma mansão gigante e afastada em Los Angeles, bem de frente ao letreiro de Hollywood. Lá, ele ocasionalmente coloca o uniforme de Batman sem motivo só pra sentar na varanda de forma dramática e pensar em como pegar o Mão, só para tirar o uniforme e entrar em casa pra assistir TV em seguida. Parece piada mas é sério! Vejam vocês mesmos nas páginas abaixo.

É quando Wayne lembra que o velho Grant disse pra procurá-lo quando saísse e ele o faz. Ao encontrar Grant, Wayne revela que ele é o Batman e que precisa de sua ajuda. O acordo é o seguinte: Grant se passaria pelo dono da fortuna de Wayne enquanto ele se passaria por segurança particular do cientista. Em troca, Grant faria upgrades tecnológicos baseados nas habilidades dos morcegos no uniforme do Batman para auxiliá-lo na sua vingança contra o Mão. Grant mete umas lentes de visão noturna e um sensor para ampliar o som na máscara, transforma as asas em um planador e enfia kevlar no uniforme. Pronto, agora o Batman está pronto para sua VINGAAANÇA!

O Batman chega de helicóptero sob o prédio do Mão e se joga dele confiando inteiramente em suas asas planadoras, mesmo nunca tendo sido treinado para usar  tal aparato o que, pela lógica, resultaria em descontrole e subsequente morte do nosso herói. Mas, ei…é uma história do Stan Lee! E, obviamente, dá certo e o Batman pousa no teto do prédio fazendo certo barulho que um dos capangas diz achar ter sido um pombo. Um pombo de mais de 100kg, mas um pombo! O Batman nocauteia os dois guardas mas sem antes proferir uma das famosas e sombrias frases de efeito do cavaleiro das trevas, então ele diz “Vocês parecem cansados…acho que é hora de fazer naninha” e o coração dos mal feitores é tomado pelo terror de tão ameaçadores dizeres.

Batman e o Mão entram em combate corporal e o Batman diz que o Mão não está mais enfrentando um moleque indefeso. O Mão questiona o significado de tal afirmação ao que o Batman diz que ele logo vai entender. Aí, quando você pensa que ele vai tirar a máscara e revelar sua identidade a um perplexo Mão…ele se defende de uma investida do Mão jogando-o da sacada de seu prédio para a morte, e o bandido vira presunto sem saber quem diabos era o maluco vestido de morcego com o bigode do Danny Trejo e nem porque ele o queria morto. Nita condena a atitude do Batman e diz que usar uma máscara não o dá o direito de matar. Batman caga pra os dizeres da moça e a leva consigo, coisa que Nita não parece estar muito disposta a evitar, pois não tem pra onde ir. Segundo Wayne, ele vai mandar Grant contratá-la como secretária para mantê-la por perto.

“Mãe…no céu tem mão?” e morreu.

A história termina com o tal culto reaparecendo dizendo que uma treta grande vem aí. A sacerdotisa diz que irá destruir o Batman, o que não faz nenhum sentido, já que esta infeliz foi a responsável pelo seu surgimento. Eu não li a Liga do Stan Lee onde os planos do tal culto se revelam, mas desconfio que seja um culto composto unicamente por pessoas bipolares.

E está é a trama da “reinvenção” do Batman pelas mãos do Stan Lee que tem cheirinho de coisa requentada. Como eu disse, é uma mistura de Homem-Aranha, Luke Cage e Pantera Negra. Do Homem-Aranha temos o jovem que só se dá mal na vida, cujo chefe vive destratando e que está sempre preocupado com dinheiro até que um dia cria um disfarce baseado em um animal e vai tentar ganhar dinheiro na luta livre e, em seguida, em aparições na TV. Aí vem a pitada de Luke Cage, com um personagem negro, vivendo em um bairro negro barra pesada, sendo preso injustamente, conseguindo habilidades extraordinárias dentro da cadeia e saindo pra buscar vingança. E finalmente, temos a pitada de Pantera Negra, que é…bem…um negão doido vestido de bicho que não tem poderes reais mas que luta contra brandidos mesmo assim.

Sim, temos vários dos vícios de roteiro do Stan Lee aqui, o que torna a história tão facilmente reconhecível como previsível e, muitas vezes, arrastada. Quando o confronto final  vem ele se resolve tão rápido que só torna a coisa toda ainda mais broxante. Não sei se uma das diretrizes dada pela DC pro Stan Lee seguir foi “escreva como se estivesse criando os personagens nos anos 60 e 70 quando você ainda escrevia a maioria dos títulos Marvel pra pegar aquele espirito clássico “, mas no ano de 2001 esse estilo já não colava mais e hoje cola menos ainda. E, sejamos honestos e com todo o respeito pela história do sujeito, mas o Stan Lee nunca foi o mais criativo roteirista do mundo. As histórias do Homem-Aranha, por exemplo, se resumiam a ele tendo dificuldades financeiras, a tia May ficando doente e ele precisando comprar algum remédio e lutar com um supervilão ao mesmo tempo. Personagens diferentes se comportavam da mesma maneira em várias HQs diferentes mas roteirizadas por ele, quase como se ele tivesse um molde de personalidades pré-programadas. Isso sem falar no diálogos expositivos que narravam o que o desenho já estava mostrando, graças ao “Marvel Way” de fazer roteiro (que, caso você não conheça, pode ser resumido a Stan Lee entregando 3 linhas do plot principal ao desenhista, o desenhista desenhado vinte páginas tentando criar uma narrativa visual a partir daquelas 3 linhas, e o Stan Lee pegando as páginas prontas pra, aí sim, começar a invetar os diálogos que casassem com os desenhos). Na época funcionava, mas hoje em dia você só consegue ler essas histórias numa boa se for muito notálgico, se colocar a cabeça no contexto da época ou se adorar esse tipo de narrativa mais “inocente”. E a prova é tanta de que o velhinho batia numa tecla só fazia tempo que o tal gibizinho dos Backstreet Boys, que é quase da mesma época dessa reinvenção da DC, tem os desenhos cartunescos que viraram mania nas HQs dos anos com desenhistas como Joe Madureira e Jeff Matsuda, mas o roteiro parece ter sido roubado de um desenho animado dos anos 60. “Ain, mas Hellbolha, ele era roteirista nos anos 60/70, é o jeito que ele escrevia mesmo! O que você esperava?” vocês podem argumentar. Aí eu respondo: Vocês já leram Surfista Prateado: Parábola? Ele escreveu isso em 1988  e, tirando um momento ou outro, ele escapa totalmente de todos esses vícios e consegue escrever uma das mais belas e lembradas HQs de todos os tempos.

Mas sabem uma coisa que não soou datada nessa HQ? O traço do saudoso Joe Kubert! O sujeito já era veteraníssimo em 2001 mas, ao contrário de outros desenhistas contemporâneos a ele, seu traço continuava consistente. Falo isso porque o John Byrne desenha a HQ do Robin desse universo e o traço do desdentado está HORROROSO! Joe Kubert consegue ser a ancora que ainda prende a atenção nessa HQ xexelenta e olhar seus desenhos é um balsamo pra intoxicação que é o roteiro pobre do Stan Lee.

O Robin por Stan Lee e John Byrne.

Por fim, essa reinvenção do Batman, bem como de todo o universo DC pelas mãos do Stan Lee, foi uma coisas mais cretinas que já vi na vida. Tudo que ele fez foi mudar a etnia de alguns personagens, o sexo de outros e reciclar roteiros velhos (sério, o Shazam e o Aquaman desse universo são vergonhosos). Se você ainda acha que estou sendo chato e injusto com o Stan Lee, peço-lhes que procurem algumas das criações deles do inicio dos anos 2000, seja pra quadrinhos, internet, TV ou animação, em especial um longa animado chamado O Condor, e vão perceber que nada mais são que Homem-Aranha, Quarteto Fantástico, Hulk e demais personagens da Marvel com nomes e roupas diferentes. A criatividade já não era preocupação do velhinho nessa época, pois seu nome era o produto maior.

Nota: 2,0

PS: Para os desenhos do Joe Kubert, nota: 10