Review Chicoteador- Castlevania: Noturno

Vampire Hunter D manda lembranças ao character design…

Estreou recentemente na Netflix a nova série animada da saga dos Beto Carreiros caçadores de vampiros, Castlevania: Noturno. Apesar de terminar essa primeira leva de 8 episódios (já que a Netflix tem essa coceira no rabo de lançar 8 e depois os 4 restantes 600 anos depois) e não ver UMA ÚNICA PARTICIPAÇÃO DO X-MEN TELETRANSPORTADOR QUE DÁ TÍTULO A ESSA SÉRIE, eu resolvi relevar essa falha e darei minhas impressões.

Aparentemente o Padre Marcelo “Horse” ficou responsável pelo texto desse poster…

Primeiro, uma sinopse:

Richter Belmont não se chama “Rixiter” Belmont como eu pensava mas, sim, “RIQUITER” Belmont, só que esse é o menor dos problemas. O problema maior é que ainda molecote ele vê sua mãe ser morta por um vampiro que se transforma em dragão e não é o Drácula. Anos depois, crescido mas com uma voz de pré-adolescente, ele assume os negócios da família, que é caçar vampiros, e o empreendimento anda bem…até que a noticia de que um vampiro messias está vindo e vai foder a porra toda! É, Richter, meu velho…por experiência própria eu sei o estrago que alguém com “messias” no nome pode causar. Acerta a facada direito nesse vampiro aí!

Pra impedir essa siribobéia calango de trazer a noite eterna ao mundo e coalha-lo de vampiros e vampetas, Richter vai se unir a personagens coadjuvantes que não deveriam estar ali pois nos jogos em que estrela ele normalmente anda só.

Essa turminha da pesada vai se meter nas mais incríveis confusões e bater de frente com perigosos bandidos!

Agora, meus dois centavos sobre a série.

Antes de mais nada é preciso deixar bem claro que não sou grande conhecedor da mitologia da série de jogos Castlevania. Só joguei três jogos da série na minha vida toda, o primeiro Castlevania pra Nintendinho, o estrelado pelo Richter pra Super Nintendo que também é conhecido como “Dracula X” no Japão (e acho que é “Rondo of Blood” nos EUA, sei lá… como disse, não entendo quase NADA) e, claro, o Castlevania: Sanfoneiro da Noite com o Alucard pra PS1 o qual tive o trauma de perder o save quando estava bem avançado no jogo. Isto posto, eu achei estranho demais ver o Richter ser o coadjuvante da série onde ele deveria ser o protagonista!

Eu até entendo que colocar coadjuvantes ajude nos arcos dramáticos e que o plot “herói vai ao resgate de mocinha” funcione melhor nos jogos mas, mesmo assim, eu senti falta de ver o moleque sentando o chicote em criaturas sobrenaturais de modo mais frenético e desenfreado. Mas isso torna a história da série ruim? Não! Inclusive você até se importa com esses coadjuvantes! Mas fica claro que o Richter teve seu arco dramático eclipsado pela falta de importância com relação ao arco da Maria e de sua mãe, a Dona Maria (não lembro o nome dela), por exemplo.

No jogo, a história gira em torno de um Richter Belmont trabalhado no Crossfit sendo tomado pelo espirito de Rick Martin e invadindo o castelo do Drácula pra bailar salsa e merengue com a Maria sem dar nem um passito pra trás!

Não temos Drácula como vilão principal dessa série. Creio eu que o pessoal responsável achou que ficaria repetitivo usar o personagem após 4 temporadas da primeira série da Netflix. Pra substituir o primeiro dos vampiros meteram uma condessa filha de uma morcega que é a cara cagada e cuspida da Carmila do longa animado de 1998 Vampire Hunter D: Bloodlust. Aliás, o character design de Castlevania: Noturno se baseia fortemente no trabalho da Ayami Kojima, responsável pelas artes da série desde Symphony of the Night, mas fica muito claro que o Yoshiwaki Kawajiri também foi uma influência MUITO forte! As vezes forte até demais…

Carmila de Vampire Hunter D: Bloodlust
Dona Zefinha (não lembro o nome dela, perdoem) de Castelo da Vânia: Nigthcrawler

A qualidade da animação está SOBERBA! Ao contrário da primeira série, cujo a qualidade inicial da animação dava a impressão que tinha sido feita por estagiários manetas e foi melhorando com o decorrer da série. Aqui ela já começa bonita e segue assim ATÉ O FINAL (leia isso no tom da vírgula sonora do Medo e Delírio em Brasília)! As cenas de combate estão belíssimas, apesar de ter um ou outro momento em que os animadores querem mostrar serviço e fazem aquelas cenas com a câmera girando freneticamente ao redor dos personagens que saltam subitamente prum primeiro plano e você não entende bulhufas do que está havendo…mas fica impressionado mesmo assim, imaginando o trabalho que dá pra fazer aquilo.

Como eu disse, o menino Richter tem seu protagonismo reduzido mas como essa é uma história de origem, o momento em que ele finalmente “origina” se torna sensacional porque uma versão de Divine Bloodlines, tema do jogo, toca e arrepia até os cabelos do boga.

O enredo, no todo, não tem grandes novidades e nem grandes surpresas. Ele está ali simplesmente pra colocar os heróis em uma aventura mas é o mesmo velho e batido tema do “seita que tenta invocar um poder místico ancestral ultra poderoso e foder o mundo todo” além do “mataram um parente na minha frente e agora virei fodão/fodona pra me vingar” e também o “esse vilão é tão overpower que eu vou ter que tomar uma coca junto com a suspenção de descrença pra ver se desce mais fácil”. Mas um clichê bem contado é sempre divertido! Ah, e não podemos esquecer o personagem que fica num dilema moral, só que aqui ele é um personagem fugido de um filme da Disney onde canta na primeira oportunidade que aparece.

Enfim, Castelo da Vânia: Noitinha é uma série bonita, simpática e agradável, no entanto fica perdendo tempo com bobagens em um ou outro momento mas nada que ofenda ou deixe o ritmo lento como os dois primeiros episódios da primeira série por exemplo. Gostei e agora espero ver qual personagem de Vampire Hunter D: Bloodlust vão chupinhar nos episódios restantes.

NOTA: Bom, bem legal.