Post do Amiches – Kung-Fu por PCB

Pois bem, pois bem! Eae, amiches, todos tranquilos? Hoje vamos conversar sobre o episódio piloto de uma nova série da CW: Kung Fu.

Antes de tudo, vale citar que esse seriado de 2021 é um reboot de uma série homônima de 1972, estrelada pelo David Carradine (o Bill de “Kill Bill”). Mas voltemos ao seriado da CW:

SINOPSE: Nicky é uma jovem americana, de origem chinesa, pressionada pela mãe a ser perfeita. Cansada disso, ela foge durante uma viagem à China, e se refugia em um templo shaolim, onde ela fica em paz durante 3 anos, sob a tutela de Pei-Ling Zhang.

Porém, tudo muda quando o monastério é atacado por Zhilan, uma velha aprendiz de Pei-Ling que está atrás de 8 artefatos mágicos (um destes estava sob proteção de Pei-Ling). Resta a Nicky encontrá-la e impedi-la, para isso, ela retorna para sua família, nos Estados Unidos, para buscar mais pistas sobre Zhilan e sobre os 8 artefatos mágicos.

EAE, VALEU? Rapaz, valeu muito não… em parte por uma falha minha: fui assistir com a expectativa errada (vale até um post ou podcast: “séries/ filmes/ leituras que não gostei porque fui ver com a premissa errada”).

Explico: fui esperando ver uma série adulta, com lutas bem elaboradas – tipo “Warrior”, um baita seriado de 2019, baseado em um roteiro escrito pelo Bruce Lee (sendo que este roteiro serviu de base para a versão original de “Kung fu”, de 1972).

Corroborando essa minha expectativa de que esta nova série “Kung fu” teria um clima mais sério, fui ver o episódio piloto da “Kung fu” lá de 1972, e apesar de não ter lutas muito empolgantes, o seriado dos anos 70 tem um clima muito legal: um monge shaolim caladão, sereno, mas que transmite autoridade, rondando pelo Velho Oeste americano enquanto é perseguido por um crime que cometeu na China, se defendendo por meio de suas artes marciais (os flashbacks mostrando o protagonista no templo shaolim são muito bons – passam bem aquela aura mística dos monastérios budistas).

Porém, essa nova versão de “Kung fu” não tem nem o clima sério do seriado clássico, nem as lutas exuberantes de “Warrior”… a real é que essa nova versão de “Kung fu” é a típica SÉRIE PARA ADOLESCENTES, com um pouquinho de kung-fu ali no meio – explico:
Como falei, a série já começa com uma jovem revoltada com a mãe fugindo de casa. Daí, quando a protagonista tem que encontrar 8 artefatos místicos CHINESES, ela resolve SAIR da China e voltar para os EUA, para sua família, achando que lá vai ser mais fácil achar pistas, sendo que metade da sua família a recebe muito mal por ela ter sumido por 3 anos (mais conflitos familiares…).

Claro que, ao voltar para os Estados Unidos, Nicky reencontra seu ex- namorado gatão e um antigo colega nerd que, em seu período de ausência, virou um crossfiteiro bombadão – ou seja: triângulo amoroso! Série de adolescente!
Outro clichê bobo que aparece aqui são os adolescentes/jovens mega habilidosos: quando Nicky precisa de ajuda em sua investigação, por acaso ela descobre que seu ex-namorado é um estagiário da Promotoria, e que por isso parece ter acesso a TODOS OS SISTEMAS POLICIAIS DO MUNDO (FBI, CIA, Interpol e os caramba); sua irmã que tinha uma microempresa de TI é a maior hacker do planeta (Ms. Robot!); e o seu colega crossfiteiro está fazendo mestrado em história da China, e por isso sabe de cabeça tooodas as lendas chinesas, conhecendo cada detalhe sobre os tais 8 artefatos mágicos – muito conveniente, não?

Como cereja do bolo, não poderia faltar personagens tomando decisões burras, como quando o irmão da Nicky, que não luta nem nada, resolve ir enfrentar sozinho uma gangue da Yakuza – só pra ter uma cena da Nicky indo resgatar o coitado…

(quase que me esqueço: como boa série teen, tem que ter aquela trilha sonora cheia de músicas pops)

TEM COISA BOA, PCB? Algumas personagens femininas legais, que interagem bem; trata um pouco da discriminação contra chineses nos Estados Unidos; a trama dos artefatos mágicos até instiga um pouco… mas acaba que os pontos negativos se sobressaem.

RECOMENDA, PCB? Rapaz, recomendo mais Warrior ou a versão de 1972, a menos que você esteja no climão de série teen.

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