Tenha medo do futuro.

Seja bem vindo ao novo mundo, ao mundo do futuro. Bem, eu não vou dizer que seja melhor ou pior que o seu, talvez seja apenas um pouco diferente. Você vai encontrar por todos os cantos os velhos, sentados e resmungando sobre como os velhos tempos eram bons, como era incrível ter o céu limpo e estrelado sob suas cabeças ao invés de toneladas e toneladas de terra, concreto e Deus sabe mais o quê! Eu não sou assim, era muito novo quando ocorreu a guerra, não lembro como era a vida lá em cima.

As coisas não são tão diferentes de antes, pelo menos não tanto quanto o que leio a respeito. Nós ainda temos leis, temos comércio, moeda, fronteiras, ainda somos capazes de nos matar por dinheiro ou por diferenças políticas. Nós também somos corruptos, intolerantes, fascistas, preconceituosos, mas também somos  corajosos, acreditamos e lutamos por um amanhã melhor, também somos capazes de nos jogar em uma viajem só de ida pro inferno pelo bem de todos. Ainda lutamos para continuarmos humanos.

Metrô 2033 é uma obra de ficção escrita por Dmitry Glukhovsky em 2007. O livro se passa 20 anos após a guerra nuclear que quase destruiu por completo a civilização e tornou a superfície terrestre inabitável para os humanos devido os elevados níveis de radiação. Por 20 anos a superfície terrestre mudou, o que sobreviveu foi obrigado a se adaptar e os poucos humanos que se arriscam a andar nesse novo mundo precisam usar pesadas roupas protetoras.

Não se conhece outro local que possuam sobreviventes além do metrô de Moscou, que foi projetado para servir de abrigo nuclear eficiente durante a Guerra Fria (e isso é verdade). As estações se transformaram em pequenos países, que se comunicam por meio dos imensos e escuros túneis. A linha vermelha foi (quase toda) tomada pelos comunistas, a Liga Hanseática controla que fica dentro ou fora do anel (ui!) e Polis… ah, Polis…

O protagonista da história é Artyom, um  jovem sem grandes feitos mas que sonha em um dia sair de sua pacata estação, VDNKh, e conhecer um pouco do que se encontra além dos túneis. Um dia, após a visita de Hunter um misterioso amigo de seu respeitado pai adotivo, o jovem inexperiente é incumbido de levar uma urgente mensagem até Polis. Está nas mãos do jovem Artyom agora o fim ou a sobrevivência da humanidade.

Metrô 2033 acaba sendo uma leitura bem envolvente, tanto nos momentos reflexivos do protagonista quanto nos cagaços (e não são poucos!) passados pelo mesmo. Além de Artyom, o livro possui muitos outros personagens interessantes, você realmente se apega a alguns, por menor que seja sua participação na história. Minha única ressalva é quanto à versão lançada no Brasil, os caras fizeram um trabalhinho bem porco, com erros de digitação (eu encontrei uns 2) e desleixo no acabamento, com páginas mal recortadas, unidas e o escambau. Porém, ainda sim recomendo a leitura.