Mês da animação de ação – Galaxy Rangers

No guts, no glory


Galaxy Rangers se apoia num conceito bastante comum anos atrás, o faroeste futurista. Uma boa razão para esse tipo de ambientação era o fato que as organizações de pais e demais desocupados não pegariam muito no pé dos produtores se os personagens usassem pistolas de raio ao invés de Colts e Winchesters.

 

 

A excelente pra caralho abertura explica o básico da trama. Em 2086 dois aliens chegam à Terra e procuram nossa ajuda e em troca oferecem os planos de um hiperpropulsor, o que leva a humanidade para as estrelas. Por várias razões é reunido um grupo de individuos talentosos para preservar a lei nessa nova fronteira.

Quem está ameaçando esses aliens, e quase toda a galáxia, é o escravista Império da Coroa e sua rainha e é contra ela e outros criminosos que os Galaxy Rangers atuam, numa equipe composta pelo lider ciborgue Zachary Foxx, que precisa resgatar a mente de sua esposa, mantida prisioneira da Rainha; o super soldado Shane “Goose” Gooseman, a psionica Niko e o técnico Walter “Doc” Hartford.

 

Uma coisa interessante é como é simples notar as inspirações dos Rangers. Zachary é claramente um John Wayne estoico e controlado, mas perigoso quando se torna emocional, Goose é claramente, até visualmente, Clint Eastwood, embora tenha um nome em comum com o protagonista do clássicão “Os Brutos Também Amam”, enquanto é dificil não perceber que Doc é Billy Dee Williams, o Lando Calrissian verdadeiro, com um nome que lembra o apelido de “Doc” Holliday. E pelo que soube posteriormente, Niko é inspirada na cantora do lendário Velvet Underground, a Nico, com letra “C”.

 

A trilha sonora é excepcional, e não estou falando apenas da abertura. A trilha incidental também é muito boa e tivemos uma boa vantagem por aqui em outro aspecto sonoro, já que a dublagem brasileira tem vozes que combinam mais com os personagens
do que a original.

Produzido em conjunto com o estudio japones TMS Entertainment (algo muito comum na época), tinha uma otima animação, characters designs e algumas das naves mais legais em uma década cheia de naves legais.

 

 

Nem todos os episodios são bem escritos, e alguns são realmente terriveis, como o sexto episodio, com uns alienigenas/passaros/indios por exemplo, e justamente o episodio seguinte, o do roubo de uma escultura psiquica é ótimo. Mesmo episodios bons tem momentos prejudicados por cliches, como a necessidade de terminar com uma risada coletiva. Mas na verdade, cliches eram uma ocorrencia um tanto rara.

Claro que tinha pontos bem ruins, como a infecta presença do robo Buzzwang e o fato que a trama sobre Elisa, a esposa de Zachary, parecia ficar de lado por quase o tempo todo, mas no geral era uma série muito mais bem escrita que a imensa maioria da produçao da época e detalhes que só notei agora, como o que deve ter acontecido depois que a vilã Daisy O´Mega dança com Goose no quarto dela, o pessoal morrendo após ser atingido por raios laser ou mesmo gente levando socos.

 

O que talvez tenha acabado por condenar o show, já que acabou atingindo um publico um tanto mais velho do que o esperado pelos executivos, o resultado foram poucos bonequinhos vendidos, por isso mesmo teve apenas uma temporada, com 65 episodios. Muita coisa, mas era o padrão para distribuição em TV na época.

Não deixa de ser curioso. O show aparentemente era cuidadoso e bem feito o bastante para não deixar na cara que foi feito para vender bonecos, e isso pode te-lo condenado.

 

 

Mas acaba que ainda é um desenho legal e aprovado no teste do tempo.