Hellboy – A Casa dos Mortos Vivos e Outras Histórias

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Lançado este ano, esse é o décimo volume dos encadernados do Hellboy pela Mythos. Diferente da maioria, este não tem associação com a cronologia do personagem e apresenta histórias de momentos diferentes do demônio. Momentos diferente e artistas diferentes, já que o Mignola largou mão dos desenhos uma época e ficou apenas com os roteiros.

O encadernado abre com O Circo da Meia Noite. A história se passa em 1948, e Hellboy no alto de sua maturidade (ainda como criança, assim como retratado na fantástica Panquecas) resolve fugir das instalações da BPDP. Durante a fuga, o mesmo acaba por encontrar um circo no meio do nada. Ao explorar o local, logo fica claro que o circo só está lá para encontrar o garoto e convencê-lo a abraçar o seu destino: o destino de ser a chave para a desgraça que assolará esse mundo. A arte desta história  ficou por conta de Duncan Fegredo, que lembra  muito a arte do próprio Mignola. Um dos pontos mais fortes da mesma foi a decisão do artista de usar aquarela nos momentos em que o Hellboy adentra ao circo, deixando tudo mais onírico. Outro ponto positivo, não só aqui mas em todas a histórias do Hellboy, são as cores de Dave Stewart, que com o tempo se tornaram parte da identidade visual do personagem.

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A próxima história é a que dá nome ao encadernado. Desenhada por Richard Corben, A Casa dos Mortos Vivos está situada durante a passagem do personagem pelo México. Hellboy está trabalhando como luchador enquanto se embebeda e tenta esquecer a morte de um amigo. E durante uma folga das lutas ele acaba recebendo um estranho desafio, lutar contra um monstro pela vida de uma garota. Sem escolha, Hellboy vai até a mansão de um cientista louco para enfrentar no ringue um morto vivo criado semelhante ao clássico monstro do doutros Frankenstein. Essa é sem dúvida a mais divertida das três histórias presentes no encadernado, e uma bela homenagem aos monstros clássicos do cinema e aos filmes B. A arte de Corben casou muito bem com o clima a história.

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O encadernado se encerra com Ser Humano, que nos apresenta a primeira missão oficial do homúnculo Roger como membro do BPDP. Em uma propriedade abandonada na Carolina do Sul, palco de uma tragédia familiar, os corpos da antiga família dona do local estão levantado e suas tumbas e sentando na mesa do jantar. Hellboy não deveria nem ter assumido uma missão tão simples, mas resolveu ir para levar Roger consigo. O homúnculo estava desconfortável tanto com a sua natureza não humana quanto com os acontecimentos durante a sua descoberta pelo BPDP em Quase um Deus, quando atacou Hellboy e quase matou Liz Sherman. Mais uma vez os desenhos ficaram ao encargo de Corben, e mais uma vez o trabalho ficou excelente. O seu traço característico pode não agradar algumas pessoas, principalmente no que diz respeito aos seus rostos redondos e narizes gorduchos, mas eu gosto bastante.

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Sobre os outros aspectos do encadernado, é apenas a Mythos sendo a Mythos. Papel de qualidade, capa dura, boa encadernação e uma quantidade muito boa de extras. Além de um glossário de 2 páginas para situar o leitor de primeira viagem no final da publicação, a mesma conta com entrevistas do Mignola e dos artistas responsáveis pelos desenhos ao final de cada história, além da arte das capas e uma coleção final com reproduções  da artes originais de Corben e Fegredo. Como nada é perfeito, o preço também o o típico da Mythos, 49 cascalhos, mas pra quem curte o personagem é uma bela aquisição.

Mignola preguiçoso, só desenhou as capas

Mignola preguiçoso, só desenhou as capas

Godoka
18/08/2015