Duna – por PCB

Pois bem, pois bem! Salve, amiches! PCB na área, pra gente conversar um pouquinho sobre o novo filme do Denis Villeneuve, baseado no livro best seller de Frank Herbert: Duna. 

QUALÉ A TRAMA? Tem um império galáctico, com várias casas poderosas (tipo senhores feudais). Uma destas casas, a dos Atreides, é obrigada a ir para o desértico planeta Arrakis, onde eles sofrem uma baita traição. Paul Atreides, herdeiro da família, é obrigado a sobreviver no deserto, com a ajuda dos fremen, nômades guerreiros que vivem nessa região desolada. Ocorre que lendas diziam que os fremen seriam guiados por um Messias vindo de outro planeta, para lidera-los à conquista do império – será que Paul é esse Messias? 

VALE LER O LIVRO? eu sei que estou aqui pra falar do filme, mas pra quem leu o livro, é inevitável comparar (logo falarei mais sobre isso). Em suma: é um baita livro, com vários temas ricos, interessantes, complexos. O ideal é ler umas 200 páginas e depois ir ver o filme; daí este vai te motivar, e tu volta pra ler o resto. 
(e depois tu caga para as continuações do livro, que são de doer) 

VALE VER O FILME? Vale, mas não é tudo que eu esperava. Basicamente, foi um filme que, pra mim, sofreu pelas expectativas, pois A)  foi feito pelo Villeneuve, que está no meu top 3 de diretores atuais; B) é a adaptação de um baita livro, como já falei… 

…e isso já era um pré-anúncio de problema: como falei, é um livro complexo, com coisas que eu duvidava que pudessem ser bem transportadas pra tela. Algumas foram… outras não. Exemplo: no livro, alguns personagens são treinados a não mostrarem emoções, sendo que nós só sabemos o que eles estão sentindo pois o autor narra seus pensamentos. Já no filme, isso se traduz em algumas cenas em que o ator só parece sem expressões faciais (daí, se você leu o livro, você subentende o que ele está pensando; mas se não leu…). 

É curiosa essa relação: ao mesmo tempo em que você entende melhor o filme, caso tenha a referência literária, você acaba se incomodando por aquilo que foi mal passado pra tela. Um outro exemplo: o livro é sobre o surgimento de um Messias relutante, que por acaso passou por uma traição familiar. Já o filme inverte esse foco, dando ênfase à trama de vingança (uma mudança de foco, ao meu ver, pra tornar o produto cinematográfico mais palatável ao grande público). 

Parece que o diretor quis passar todas as ótimas ideias do livro para o filme, pois são realmente boas, mas são tantas e tantas ideias que ficou tudo um pouco raso – eu até fiquei preocupado com o público que não conhecia nada sobre Duna, pois acho que não entenderam muitos conceitos deste universo (deu saudades do didatismo do Nolan, que repete tudo bem mastigadinho). 

(ex: pergunte pra um leigo que viu o filme: “quem são as Bene Gesserit? Quem é o Kwisatz Haderach? O que ele faz? O Paul quer ou não ser esse Messias?”) 

Por isso que falei: se tu ler umas 200 páginas do livro, vai entender melhor o filme. Mas se ler tudo, vai bater aquele “podia ser melhor, Villeneuve”. 

GOSTINHO DE… guardadas as devidas proporções, deu um baita gostinho de Watchmen do Snyder e de Game of Thrones, a série: produtos visualmente épicos, que tem suas cenas memoráveis, que conseguem reproduzir boas ideias do material original, mas que transmitem mal outros conceitos que mereciam mais cuidado. Adaptações de materiais tão ricos que, ao tentar levar tudo pra telinha, deixam algumas coisas rasas, que talvez o grande público nem compreenda. 

Foi o que eu queria? Não; aquém. É ruim? Não. Aguardo a sequência? Sim. 

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