Batman – Morte Em Família

Algumas histórias não deveria ser relidas.

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Mais um encadernado  da Eaglemoss, mais um encadernado do Bátima. Tá chato isso, já. Porém esse até que me animou, Morte Em Família foi uma das primeiras histórias do Batman que eu li, juntamente com Piada Mortal, emprestadas por um colega de escola lá nos meus 13 anos. Comecei a ler quadrinhos com frequência aos 16-17, mas as primeiras incursões foram um pouco antes. Na época essa história me pareceu muito boa.

Na trama, Jason Todd, o Robin mais chato e com o uniforme mais pedofílico (essa palavra existe? Foda-se) descobre que a mulher que o criou não era a sua mãe biológica. Utilizando os computadores da Batcaverna ele descobre três prováveis mães e resolve partir ao encontro delas. Enquanto isso Bruce Wayne afasta Jason temporariamente de suas atividades como herói por considerar o garoto muito instável.

Batman rastreia o Coringa até o Oriente Médio, onde o Palhaço do Crime procura reerguer suas finanças vendendo armamentos nucleares (como diabos alguém resolve dar uma ogiva para um lunático) e mais tarde, roubo e tráfico de mantimentos e medicações. O restante vocês já conhecem, pé de cabra, explosão e uma criança morta na conta do Morcego, a primeira de muitas pra ser mais exato.

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Alguns dos amiches que nos lêem por acaso assistiram Cavaleiros do Zodíaco na época da falecida TV Manchete e depois resolveu assistir a reexibição muitos anos depois na Band? Sabe aquela sensação de decepção que foi crescendo a cada episódio reassistido, de que foi um erro rever algo que na sua memória era ótimo, mas na realidade e  após anos de bagagem acaba percebendo ser algo que vai  de medíocre a ruim pra caralho?  É essa a mesma sensação que tive aqui.

Aos 13 anos essa história parecia fantástica, com um acontecimento bem marcante e violento, e um bom desfecho. Mas hoje, 13 anos depois, após ler muita coisa boa e ruim, inclusive outras histórias muito boas de Jim Starling, essa revista parece bem nhé. Algumas coisas se salvam ali, a personalidade maníaca e psicopata do Coringa e uma bela página mostrando a impotência de um herói perante assuntos sérios como a fome são realmente muito bons, assim como a cena do pé de cabra é ainda muito bonita, mas no geral é uma história bem mais ou menos. Os  desenhos de Jim Aparo estão bons, melhores até que o material publicado no recente Lendas do Cavaleiro Das Trevas, talvez seja culpa do arte finalista, talvez apenas amadurecimento profissional.

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Como extras temos as capas originais da minissérie desenhadas por um Mike Mignola bastante diferente do que estamos acostumados, uma página da época com o anúncio e os telefones disponibilizados para decidir o destino de Jason Todd e o primeiro número do garoto vestido como Robin em Batman 366, escrita por Doug Moenon (nunca vi mais gordo) e desenhada por Don Newton e Alfredo Alcala.  Pelo menos em termos de desenho essa história é bem mais atrativa que o produto  principal.

Veredito final: história clássica, mas clássico nem sempre significa algo bom, vale pela importância histórica, por conter fatos marcantes na cronologia do herói e pra quem tem transtornos de completar a coleção sem falhas na lombada. Tirando isso, dá pra deixar passar sem remorso.

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Godoka
15/06/2016