Vamos começar com um ponto importante. Area 88 é um drama e é dos anos 80. Significa que não há, em absoluto, garantia de um final feliz. Esse é o aviso.

Isso dito vamos à trama.

A Area 88 é um campo de pouso em um país no oriente médio. Esse país está em uma guerra civil e entre suas forças emprega mercenários de todo o mundo. Esses mercenários são alocados nessa base secreta e sua participação na guerra costuma ser negada oficialmente.

Pra lá vai o Shin Kazama, ex piloto comercial. Mas a situação dele é um pouco diferente da maioria dos pilotos dali.

Enquanto estava bebendo com seu melhor amigo, Kanzaki, Shin assinou, sem saber, pois estava muito bebaço, um termo de alistamento nas forças mercenárias do Reino de Arslan. Os simpáticos recrutadores o sequestram e o despacham pra Area 88.

Mas tem uma pegadinha. Com o contrato assinado, Shin tem que servir por um periodo de 3 anos, ou pagar a multa de um $ 1.500.000,00 de doláres. Tentar sair de outra forma só garante uma morte rápida.

Como são mercenários, os pilotos bancam tudo, desde munição até combustivel. Eles são pagos por alvos abatidos e podem ser multados se recusarem missões. Então manutenção é por conta deles, alimentação, e o sujeito que for abatido vai ter que bancar um novo avião. Se voltar vivo, evidentemente.

Shin está nessa encrenca porque seu melhor amigo precisava se livrar dele, já que Shin estava noivo de Ryoko , a filha do dono da Yamato Airlines, onde ambos trabalhavam. Kanzaki quer se casar com Yuriko, assumir a presidencia e vender a companhia para um grupo americano.  Isso que é parça.

Na Area 88  Shin encontra outros pilotos, cada um com suas razões para estar ali, algumas piores que outras, enquanto tenta voltar a tempo para o Japão e impedir Kanzaki de confortar biblicamente Ryoko . E voltar vivo.

O F-5 de Shin

Há três versões dessa obra (o mangá durou de 1979 até 1986, depois houve três OVAs em 1985 e finalmente a série de 12 episodios em 2004), e há algumas diferenças marcantes entre elas, principalmente sobre os personagens e seus destinos. O mangá é mais dramático e pode ser aconselhável não se apegar a nenhum personagem. Há também um elemento maior de intriga, com Ryoko e sua secretária investigando o sumiço de Shin. Com o tempo o mangá também acaba aparecendo com uns elementos mais scifi, como um porta aviões terrestre, numa vibe parecida com Ace Combat. O anime, com 12 episódios, tem mais personagens, com backgrounds um pouco mais detalhados, do que os OVAs, naturalmente.

As sequencias de ação são muito boas, com combates frenéticos e as missões são bastante variadas. Realismo é a base da coisa, então a munição é contada, o combustivel é um fator importante e tudo mais. É bem mais realista que Top Gun em muitos aspectos.

Só a questão financeira me deixa um pouco perplecto. Os valores me parecem meio baixos, em particular dos aviões. A série se passa no começo dos anos 80 e pode ser essa a razão. Ou posso estar encucando por nada. Enfim.

Há também o muito excelente game para Snes, que ganhou o nome U.N. Squadron na versão americana. É um dos melhores shooters do console (o snes é mais fraco que o Mega nesse quesito) e reproduz bem alguns pontos da historia. Em particular o fato de que você tem que comprar os ataques especiais e os aviões por altos preços.

Area 88 é um daqueles dramas que estão mais raros de aparecer e definitivamente vale o tempo investido, seja no mangá seja no anime. Os dois tem historias distintas o bastante para valer uma olhada.