American Sniper


Talvez.
American Sniper é dirigido por Clint Eastwood e trata da historia real de Chris Kyle, um sujeito que é considerado o sniper mais letal da historia militar americana, com números de mortes variando entre 255 e 160. Gente pacas. Ainda muito longe do velho Simo Häyhä (o “Morte Branca” da Segunda Guerra). É um filme bom pacas, como já era de se esperar do Dirty Harry.
Kyle se alistou depois dos ataques contra embaixadas dos EUA em 1998 e fez quatro tours no Iraque depois do 11/9. O filme capta bem a divisão do sujeito, entre o chamado do patriotismo e a dificuldade em se adaptar depois à vida civil, dado ao stress pós traumático.
E quer saber? Foda-se.
Vou apresenta-los a um sujeito realmente hardcore, que não ficou chorando pelos cantos depois de participar do maior conflito armado da história humana. Apresento-lhes Jack Malcolm Thorpe Fleming Churchill.
Como parte da Força Expedicionária Britânica, a tarefa de Jack Churchill era ajudar no reforça da Linha Maginot, que os franceses esperavam que detivesse Hitler. Não ele em pessoa, mas acho que isso está implícito.
E Mad Jack, como era conhecido e isso já dá uma ideia do caráter do cara, ocasionalmente saia em ataques estilo guerrilha contra depósitos de munição. Para isso ele usava sua moto maneira, arco, flechas e uma porra de uma espada. Segundo ele “Em minha opinião, sr, um oficial que vá para ação sem sua espada está incorretamente vestido.”

E não era uma bostinha de espada cerimonial. Era uma porra de espada enorme
Quando ouviu que estava sendo criada uma nova unidade, os Comandos, ele imediatamente se candidatou, a despeito de ter apenas a noção que o trabalho envolvia matar nazistas. E foi aumentando sua lista de fodassidade e assumiu o Segundo Comando.
Durante uma missão anfíbia para destruir uma base alemã na Noruega, Mad Jack, após o desembarque resolveu motivar sua unidade. Para isso sacou sua gaita de fole e mandou ver.
Exatamente essa música. Depois, ergueu sua espada, gritou “COOMAANNDOOOOO!!!!”. Duas horas depois telegrafou ao QG informando a captura da ilha e destruição das artilharias.
Falando na espada, usando apenas ela, Mad Jack capturou 42 soldados alemães e uma unidade de morteiros.
As coisas só pioraram para ele quando sua unidade foi exterminada na Iugoslávia, e Jack, sem munição e sozinho foi capturado pelos nazistas. Enquanto tocava musicas tristes com sua gaita de fole. E por “ser capturado” entenda-se nocauteado com uma granada.
Levado a um campo de concentração, Jack notou que suas chances de matar nazistas eram menores por ali e tratou de escapar. Duas vezes. Seu método de fuga era simplesmente sair pela porta da frente do campo de prisioneiros. Chegou na Inglaterra e se preparou para voltar ao continente, só que os alemães já haviam se rendido.
Ele teria dito, puto da vida, “Se não fossem esses malditos ianques poderíamos ter feito a guerra durar mais 10 anos!”
Jack então resolveu atacar os japoneses. Para sua tristeza, após chegar em Burma (não Bulma nua e pelada, mas o país que fica trocando de nome, Myanmar, Burma, Birmania) os americanos tinham praticamente acabado de jogar duas bombas atômicas no Japão, encerrando a guerra de vez.
Após isso, Fighting Jack lutou na Palestina, do lado da recém criada Israel e se tornou instrutor de combate e surfista na Australia.
Além de um porrilhão de medalhas, Jack Churchill é creditado pela ultima morte em combate usando o famoso arco longo inglês.
Não é muito mais interessante que a vida de um sujeito que fica chorando após matar um sujeito à 300 metros de distancia?