A Queda dos Reinos. Volume I

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Ou o quê aconteceria se Avatar encontrasse As Crônicas de Gelo & Fogo.

Eu sei amiche, você preferia ler uma resenha do nosso cinéfilo convidado Dr. Rubens Ewald Filho Manhattan, repleta de peitinhos e piadas desconexas com referências ao c#$*@ de um certo palhaço da faxina, entretanto meu contrato me obriga a escrever alguma coisa, então azar o seu.

Manda mais resenha Manhattan.

Manda mais resenha Manhattan.

Escrito por Morgan Rhodes, o livro trata de um pequeno continente dividido em três reinos com uma delicada política de coexistência que está prestes a se abalada. O livro é dividido de forma que cada capitulo trate do ponto de vista de alguém de um reino. São os reinos Auranos, Paelsia e Limeros. A muitos séculos tudo era apenas um único reino, até que duas grandes deusas entraram em conflito mortal, que acabou findando ambas. Com isso a magia se foi, restando apenas um resquício que cada vez mais se apaga.  A grande esperança recai sobre uma profecia de que uma jovem feiticeira irá recuperar a relíquia que pode trazer a magia dos quatro elementos de volta e restaurar a paz e o equilíbrio (Aang?).

Ao longo da história somos apresentados a quatro jovens que serão os protagonista numa escalada de eventos que ira culminar numa guerra que irá causar o fim dos Reinos. Temos Auranos, um reino ainda cheio de esplendor, de clima agradável, recursos naturais e riquezas. É o reino que menos sente a decadência do mundo, possui em sua corte, o Rei Corvin Bellos e suas duas filhas, princesa herdeira Emilia e princesa Cleiona (Cleo). Depois ao centro temos o reino de Paelsia, reino cada vez mais pobre que tem visto ao longo dos anos sua economia ruir devido o descaso de seus líderes e pela infertilidade de suas terras. Um lugar marrom, árido e rústico. Tem como líder quase tribal, o suposto feiticeiro Basilius e também os jovens Jonas Agailon e Brion Radenos. E por fim no reino do norte, um lugar austero, branco e gélido Limeros. Limeros é quase uma rússia Czarista. Seu rei Gaius Damora, O Sanguinário, controla a economia, religião e estado com mão-de-ferro, com uma disciplina e humildade forçada a base da porrada por um exército altamente treinado e duro. Lembra muito uma mistura de Senhor do Fogo Ozai com Tywin Lannister.  Tanto nas maneiras praticas, cruéis, manipuladoras e o uso do vermelho como cor das bandeiras. Completa sua corte, seu herdeiro Magnus, a filha mais nova Lucia e a amante do rei (e bruxa) Sabina.

Os três Reinos.

Os três Reinos.

Como eu disse anteriormente, o livro, assim como o primeiro das crônicas de Gelo & Fogo, é mais político. Com as cortes dos três reinos reagindo a situações causadas pelas outras, cruzando caminhos até chegar na violência e destruição desenfreada. Diria que a única pena é que como é mais um livro de origens, ele acaba na melhor parte deixando um forte gancho. Agora que você já teve uma ideia do livro, vou falar dos quatro protagonistas que realmente me conquistaram.

JONAS AGAILON – Com pouco mais de 19 anos é um jovem humilde e simples. Filho de um vinicultor, último oficio que traz ainda algum lucro no reino, muda sua vida quando vê seu irmão mais velho ser morto por um nobre Auranosiano.  Na minha opinião, o irmão dele, Tomas, meio que provocou a situação. Jonas, além de rústico é comunistinha de faculdade e acha que os reinos deveriam se ajudar e dividir tudo igualmente. Nem que seja necessário usar a força pra isso. Nutre ódio vingativo pelo povo soberbo da elite de Auranos. Me lembrou uma mistura de Sokah com Gendry.

LUCIA DAMORA – Com 16 anos, é a filha mais nova do poderoso Rei Gaius. De cabelos negros e olhos claros é a jovem mais bela de todo  norte. Além de ter o dentro de si o poder absoluto da elementia. Esta destinada a ser a nova Feiticeira. Aquela que irá restaurar a glória dos treinos reinos. Mas acaba sendo manipulada pelo pai. É um mix de Sansa com Aang(ou Korah). É gentil, corajosa, carinhosa, honesta mas implacável. Apesar do grande poder, eu tenho minhas dúvidas se ela realmente é a criança da profecia.

CLEO BELLOS – Com 16 anos, dos quatro protagonistas é a que tem maior destaque, muitas vezes sendo o fio condutor da história e responsável por muitas cagadas. Tem um coração enorme, mas é muito emotiva, geniosa e petulante. Acaba com boas intenções piorando todas as situações. É a que mais sofre ao longo do livro. Ao mesmo tempo é que parece ter mais potencial para um dia mudar o jogo. Se tivesse que compara-la, ela me lembra um pouco Daenerys (pausa para sorrir e olhar para o nada… Daenerys, ai ai…) e talvez aquela coisa maternal com os outros personagens estilo a Katara, de Avatar.

JHsXI

Daenerys nunca é demais. E é o que vocês mais gostam mesmo.

MAGNUS DAMORA – Esse eu deixei para o final, pois foi o que mais gostei. Magnus, o principe herdeiro do reino do norte é o anti-herói dentre os POVS. Ele foi a vida inteira desprezado pelo pai que o considera fraco, o que com o tempo o fez se tornar um manipulador e político tão bom quanto o velho.  Ele possui uma relação com o pai, muito parecida com aquela parte de Smallville que era boa, envolvendo os Luthors. Você nunca sabe até onde vai o amor fraternal e onde começa o jogo de interesses, ou um onde o sofrimento é um puro sadismo ou no talvez um deturpado treinamento para o trono. É incrível como o ódio pelos abusos do progenitor, faz o rapaz se tornar cada vez mais parecido com o alvo do seu rancor. Essa relação de raiva com busca por aprovação me lembrou muito do  Zuko, além da semelhança física. O Príncipe possui cabelos negros, é alto e possui uma cicatriz em uma das faces, causadas por um severo castigo do pai. E se essa disputa com o rei já não o tornasse o personagem mais dúbio, ainda o fator interno. Ele tem a pressão psicológica por ser apaixonado pela irmã. Eu sei, também pensei em Jaime na hora, a diferença é que aqui não é reciproco.  E isso torna o caldo ainda melhor. Ele se vê obrigado a permanecer na corte para ficar entre os planos do pai para proteger a irmã. enquanto o simples fato de ficar perto dela o machuca. Acho que é o personagem mais bem desenvolvido. Pois fica aquela dúvida, de será que ele vai partir de vez para o lado sombrio e virar o vilão ou ainda há chances de uma redenção.

Quando o pau finalmente come solto.

Quando o pau finalmente come solto.

Enfim, apesar das comparações, eu gostei muito do livro. O começo é bem rápido, com os eventos e pontos de vistas se intercalando. No meio do livro ficou com medo de ter sido enganado, pois parecia que no final tudo iria rumar para um água com açúcar, quando de repente a autora (sim é uma mulher) me ativou uma carta armadilha George R.R. Martin Com-Sangue-Nos-Olhos. A partir do meio do livro quando os quatro personagens passam a interagir e mais do que tudo, se confrontarem… aí tudo vai pros ares, da forma que todo leitor gosta.  Como livro isolado não vale a pena, pois ele se baseia muito no formato série. Você fica muito preso ao gancho das continuações. Mas se você anda meio livro, talvez valha a pena onde isso vai dar.

Agora vamos ao que realmente interessa.

Vai fundo na missão ou aborta?

Morgan Rhodes: Vai fundo na missão ou aborta?

Coruja
26/03/2014