A Invasão do Americamangá!

Lembra disso?

O título deste post é uma frase que ficou encrustada na minha mente desde o final dos anos 90 e que eu li em alguma revista sobre quadrinhos que eu nem lembro mais. E pra entender o que o termo significa exatamente, vou lhes contar um pouco de minha história pessoal.

Rá-Tim-Bum: Senta Que Lá Vem A História - Versão 2 GIF | Gfycat

O ano era 1996, eu tinha 12 anos e estava prestes a me mudar da cidade onde fui criado, a pequena Santa Cruz do Capibaribe, pra cidade onde nasci, a tão falada em nossos podcasts, Caruaru. O grande problema é que em Santa Cruz eu morava numa rua composta só por familiares e tinha vários primos, ou seja, sempre tinha amigos pra brincar, conversar, jogar bola e essas coisas. Só que em Caruaru eu não conhecia ninguém, e minha natureza tímida me impedia de sair por aí fazendo amizades. Foi um período de isolamento quase total. Pra passar o tempo, eu levei junto comigo uma paixão que havia nascido ainda em Santa Cruz, quando ia pra casa de um amiguinho que tinha antena parabólica em casa. Sim, a Rede Manchete havia parado de ser transmitida em TV aberta em Santa Cruz havia alguns anos e só quem tinha antena parabólica, artigo de luxo na cidade, podia sintonizar a Manchete e, claro, assistir Os Cavaleiros do Zodíaco, que era prioridade pra uma criança dos anos 90.

Em Caruaru a Manchete era parte dos canais abertos e, pra minha alegria, justamente a partir de 1996 a Manchete começou a trazer animações similares, como Shurato, Samurai Warriors (que eu lembro de já ter achado ruim na época) e o nada infantil U.S. Mangá com vários OVA’s barra pesada que a Manchete comprou e mandou Eduardo Miranda, responsável pela edição destes animes, fazer MILAGRES pra poder passar em TV aberta ( o sujeito fez um vídeo explicando o martírio pela qual passou que você pode ver AQUI). Além disso, o SBT passava Dragon Ball, Fly, Guerreiras Mágicas de Rayearth e Street Fighter II Victory. Eu achava aquelas animações maravilhosas, pois ao contrário das americanas, tipo Thundercats e He-Man, por exemplo, os personagens sangravam, usavam armas com balas de verdade e até morriam! Isso era a subversão suprema pra um moleque de 12 anos que era acostumado a ver a guerra dos Comandos em Ação baseada em tiros lasers que nunca acertavam o alvo e explosões que nunca sequer feriam alguém.

Ah, e é claro, Yu Yu Hakusho! Esse é que nem vinho, só fica melhor com o passar dos anos!

Nessa época eu ainda não sabia como esse tipo de desenho se chamava. Foi quando um dia, ao sair com meu pai e esse encontrar um amigo na rua e engatar uma longa e demorada conversa, pedi R$2,00 a ele pra ir a banca comprar algo pra ler (sim, jovens, com R$2,00 você podia comprar um gibizinho na época!). Cheguei a banca procurando alguma coisa do Homem-Aranha, pois tinha conhecido e me apaixonado pelo personagem alguns meses antes. Mas eis que vi uma revista com personagens com traços similares aos vistos nos desenhos que assistia na Manchete. O nome da revista era Animax e foi a janela por onde olhei e vi que aquelas desenhos japoneses se chamavam “animes” e que existiam quadrinhos japoneses de onde muitos deles nasciam e se chamavam “mangás”. Fiquei maravilhado e todo santo mês ia em busca da nova Animax. Mas uma dúvida acabou crescendo eu meu peito: se tínhamos tantos animes na TV porque não tínhamos nenhum mangá nas bancas? Na Animax explicavam vez ou outra que pras editoras brasileiras era muito mais fácil negociar com as americanas do que com as japonesas, sem falar que a editora Abril já tinha contrato garantido com Marvel e DC e não arriscaria um contrato de algo tão incerto quanto um gibi em preto e branco com personagens desconhecidos e um traço nada convencional. Mas os animes e mangás estavam ganhando força nos EUA também, e as suas influências começavam a respingar nos comics.

Eu não lembro exatamente qual foi a primeira Animax que comprei, mas desconfio seriamente que foi essa.

Uma das primeiras menções a essa influência foi em uma revista sobre quadrinhos dos anos 90, cujo nome não lembro com certeza, (não sei se foi a Comis Generation) mas que falava da fuga do Dentes de Sabre da Escola Xavier onde estava sendo mantido cativo desde que Wolverine havia atravessado seu crânio com uma de suas garras fazendo-o agir como um gato grandão devido aos danos no cérebro. Nessa história era revelada que Victor Creed estava fingindo e que só esperava uma oportunidade pra fugir e matar Wolverine. De fato, ele foge e fere Psylocke gravemente. A revista citava a arte do Joe Madureira e dizia que ele desenhava “no estilo mangá”. O desenho que estampava a matéria é este que está abaixo. Fiquei fascinado por ser tão diferente do que era feito na época, por ser bem mais limpo e menos “Jim Leeneco” do que se via normalmente nas páginas das HQs.

Fui procurar HQs com desenhos do Madureira nas bancas mas não achei. Então um bom tempo se passou e eu já tinha me jogado de cabeça no mundo dos quadrinhos. Continuei não achando nada do Joe Madureira em banca, mas em abril de 1999 encontro na banca uma revista com um traço com uma proposta similar mas com outro desenhista. Era a edição 126 da revista X-Men com desenhos de Carlos Pacheco. Nasceu aí meu amor pelos X-Men e pelos desenhos do Carlos Pacheco.

Eis que na edição seguinte começava a saga Tolerância Zero e tenho uma baita surpresa: a segunda história era desenhada por Joe Madureira! E o melhor, tinha o Homem-Aranha, meu personagem favorito, como um dos protagonistas! Fiquei bestificado e me apaixonei pela arte do Madureira.

Dois meses depois acabei descobrindo que ele estava desenhando as histórias da revista Fabulosos X-Men e comprei as edições 42 e 43 só pra descobrir com tristeza que a partir da edição 44 ele já não desenhava mais o título nos EUA.

Em contraponto, pra minha alegria, MUITOS OUTROS DESENHISTAS adotaram esse estilo nesse período, e foi justamente esse estilo que mesclava o traço dos comics com características dos traços do mangá que recebeu o nome de Americamangá.

“Caramba, Hellbolha! Mas como você pode gostar desse lixo? Esses traços eram muito escrotos!” muita gente pode retrucar hoje em dia. E, sim, eu concordo que é um traço que tem seus problemas, como fato de não casar com todos os tipos de histórias, mas é preciso lembrar que eu era FASCINADO pelo que lia e via sobre mangás nas revistas e isso era o mais próximo de um mangá que tínhamos em banca naquele período. Eu ADORAVA aqueles desenhos mais estilizados com personagens olhudos e com uma arte menos “super-heroíca” (leia-se “uma pilha de músculos com 3 litros de nanquim fazendo hachuras até o cu fazer bico). E apesar do post já estar grande pra caralho, vou deixar ele maior citando algumas das obras e artistas que utilizavam esse estilo e com os quais fui tendo contanto nessa época.

1- X-Men de Carlos Pacheco

Como já disse, meu primeiro contato direto com esse estilo. Os personagens de Pacheco tinham grandes olhos e pés e mãos mais arredondados, sem contar as bocas sempre fazendo bico das garotas. Um detalhe único da sua arte que sempre me chamou a atenção eram as mãos, com dedos desenhados como se tivessem um tipo de “atrofia”,pois eles sempre estavam meio dobrados e a ponta dos dedos eram sempre mais grossas.

Sua arte acabou influenciado outro desenhista que fez muita coisa nos X-Men no inicio dos anos 2000, me refiro a Salvador Larroca. A prova dessa influência pode ser vista na mini-série Psylocke e Arcanjo: Aurora Rubra, lançado em uma edição especial em formatinho pela Abril como X-Men Especial: Psylocke e Arcanjo. Nessa mini-série a tentativa do Larroca de emular o traço do Pacheco é gritante! E ele até que se sai bem.

Carlos Pacheco, ao contrário de muitos artistas por aí (COFCOFROBLIEFELDCOFCOF), evoluiu como desenhista e seu traço mudou muito. Essa mudança pode ser conferida em várias obras Marvel e DC, sendo a que me vem a memória de imediato o especial Ultimate Marvel Thor lançado em 2012. Mas também pode ser conferido no encadernado Lanterna Verde: Sem Medo, lançado em 2019 pela Panini.

2- Fabulosos X-Men de Joe Madureira

Acho que é 100% seguro dizer que Joe Madureira foi o sujeito que criou esse estilo. Não lembro de ninguém fazer isso antes dele mas lembro de ver muita gente emulando seu estilo depois, assim como foi com Jim Lee no inicio dos anos 90.

Seu traço mais limpo e com um estilo mais “angular” era muito diferente. Seus personagens tinham aquela dramaticidade que era tão comum de se ver nos desenhos japoneses que passavam na TV e te fazia imaginar um desenho dos X-Men produzido no Japão, pois o americano, apesar de ser um clássico reverenciado até hoje, tecnicamente é de doer na vista.

Como criador do estilo, Madureira não o mudou até hoje e segue desenhado-o com poucas alterações, o que é um problema em se tratando de quadrinhos pois, como eu já disse, esse traço não se encaixa em muita coisam hoje em dia. Seu ultimo trabalho mainstream mais lembrado nos quadrinhos foi o HORROROSO Supremos 3. Depois disso o sujeito se focou mais no character design de games, sendo seu trabalho mais facilmente lembrado na duologia Darksiders.

3- X-Man de Roger Cruz

Confesso que eu nunca fui fã do personagem X-Man mas gostava de ver o traço de Roger Cruz. Ele emulava o estilo do Joe Madureira mas conseguia imprimir um estilo próprio ao mesmo tempo. Aliás, Cruz seguia a maré, já que o primeiro trabalho dele com o qual tive contato foi na edição 163 da revista O Incrível Hulk e lá ele tinha um traço mais ao estilo Mike Deodato, que estava em alta em títulos como Mulher-Maravilha e Glory.

Arte de Roger Cruz ainda no estilo comic tradicional .
Cruz já adotando o estilo “americamangá” em X-Man.

Cruz não desenhou apenas o X-Man, ele transitou entre muitos, mas MUITOS títulos mesmo! E a coisa mais comum era ver ele desenhar capas exclusivas pra Abril, e muitas vezes elas eram melhores que as originais, como foi o caso de Wolverine 89, que emulava o poster o filme A Outra Face, já que a história era sobre Wolverine e Dentes de Sabre trocando de corpos. A capa da edição X-Men Unlimited 17 desenhada por Tom Lyle era esquisita demais.

Capa original de Tom Lyle.
Capa brasileira exclusiva por Roger Cruz (Fonte da imagem: Guia dos Quadrinhos)

Mas isso nem sempre deu muito certo, pois as capas desenhadas por Cruz para a mini-série A Queda de Murdock, publicada pela primeira vez em formato americano pela editora Abril em 4 partes em 1999, tinham o estilo americamangá de Madureira e as cores vibrantes demais de Donizeti Amorim, destoando do tom realista da arte do David Mazzuchelli e dos tons pasteis e sóbrios da dupla Christie Scheele e Richmond Lewis.

Roger Cruz também evoluiu, o que já era esperado de um cara tão camaleônico. Hoje seu traço pode ser apreciado em suas obras autorais, como a mini-série Xampu e na paródia dos X-Men, Os Fabulosos.

4- Humberto Ramos

Odiado por MUITOS por ser o cara com o “traço feio” nas revistas do Homem-Aranha nos últimos anos, Humberto Ramos começou emulado o Americamangá de Joe Madureira. Meu primeiro contato com a arte do sujeito foi no ano 2000 na edição 30 de Os Melhores do Mundo da editora Abril que trazia uma história fechada focada no trio Robin, Superboy e Impulso que viam os adultos do mundo sumirem misteriosamente. A história era divertida e o traço do Ramos muito me agradou. Como curiosidade, sempre que os adultos apareciam quem assumia os desenhos era Mike McKone, quase como se dissesse “Seu traço não casa com a parte séria da história”.

Em seguida, em 2002, encontro uma revista encalhada na banca e vendida a absurdos R$16,90 (sim, isso era dinheiro pra cacete em 2002). Por ter os desenhos do Humberto Ramos, comprei. tratava-se de Crimson: A Marca do Vampiro, escrita por Brian Augustyn e lançado pela Pandora Books no Brasil. E, velho…FOI UMA DAS PIORES COISAS QUE LI NA VIDA! Sério, que história sebosa! E nem o traço do Humberto Ramos me fez gostar daquilo! Cheguei a escrever uma resenha esculhambando a obra no Baile dos Enxutos mas ela sumiu no buraco negro da internet.

O traço do Humberto Ramos era bem próximo do do Madureira só que com uma pegada mais “arredondada”, sem falar que ele exagerava muito mais no tamanho dos pés e das mãos. Com o passar dos anos Humberto Ramos mudou seu traço e o deixou com um ar mais cartunesco e angular e parece ter perdido o cuidado na proporção, fazendo muita coisa excessivamente torta, o que gera o desgosto de muita gente hoje em dia. Não desgosto totalmente do traço atual dele mas admito que ele já foi bem menos ruim.

Dá pra acreditar que o cara que desenhou esse Wolverine…
…é o mesmo que desenhou essa aberração anos depois?

5- X-Factor de Jeff Matsuda.

Fiquei em dúvida se devia incluir Jeff Matsuda nessa lista, tendo em vista que seu estilo pode ser considerado mais cartunesco. Mas aí parei e pensei “É considerado cartunesco HOJE, mas na época não se tinha esse traço como referencial pra cartoon”.

Mas, no geral, Matsuda seguia o mesmo estilo Americamangá de Joe Madureira, com personagens com grandes olhos, traço mais limpo e cenas mais dinâmicas. Ah, ainda não entendeu o que falei com o “É considerado cartunesco HOJE”? Acontece que Jeff Matsuda deixou os quadrinhos sem segundo plano e se dedicou mais ao mundo da animação sendo responsável pelo character design das séries animadas As Aventuras de Jackie Chan e The Batman. Ou você nunca notou a semelhança do corte de cabelo do Coringa e do Tio?

6- Wolverine e Justiceiro de Pat Lee (e estúdio Udon)

Nos anos 2000 eu fiquei seriamente doente e não podia sair de casa. Minha alegria eram os gibis que minha mãe trazia da rua a pedido meu, e eu fazia minhas listas baseadas nas checklists que a Abril fazia ao final de cada gibi seu ou nos anúncios ao final de cada edição. E foi num anuncio desses que vi dois dos meus personagens favoritos desenhados em estilo mangá em um crossover! Aconteceria na edição 53 de Fabulosos X-Men. Wolverine (em suas medonha fase sem adamantium) e Justiceiro (em sua MEDONHA fase angelical) se encontrariam em uma história que se estenderia até a edição 54. Minha mãe comprou e eu li alucinado pelo visual. Já a história…essa era HORROROSA! Tenham calma que pretendo fazer uma resenha sobre ela em breve.

Pat Lee tinha o traço mais próximo de um mangá que eu já tinha visto em um quadrinho americano. Aliás, pelas cores, lembrava mais um anime, mais especificamente, o longa animado Street Fighter II: The Movie. Só que eu já notava alguns probleminhas no traço do sujeito. A anatomia derrapava DEMAIS com direito a braços ficando muito curtos do nada, as mãos sempre era desenhadas esquisitas, os personagens as vezes ficavam tortos e as dobras nas roupas não tinham um padrão de caimento lógico, eram só um monte de vincos amontoados e seguindo em uma direção só, não importava a posição dos personagens. Ainda assim, na época, eu ADOREI, li e reli até literalmente enjoar. Como eu já disse, a história era ruim e ter o pior Justiceiro (fase anjo) e o pior Wolverine (fase garras de ossos) não ajudava muito. Hoje eu percebo como o conjunto da obra era ruim.

Pat Lee e o estúdio Udon continuaram produzindo muita coisa que saiu no Brasil nos anos seguintes, como os quadrinhos baseados na série X-Men Evolution, a mini-série original Ecos, lançada pela Mythos, as adaptações de Transformers e Robotech e Deadpool/Agente X. Fora isso, o estúdio canadense hoje é conhecido por adaptar as histórias das séries de jogos Street Fighter e Megaman para os quadrinhos nos EUA, nenhuma com o traço de Pat Lee mas com os desenhos de um pessoal BEM MAIS COMPETENTE! Pat Lee ainda desenhou algumas outras coisas anos mais tarde, mas seu traço e seus erros não tiveram grandes melhoras…

Ah, ele também desenhou uma aventura curta estrelada pelo Robin e o Superboy que foi publicada na extinta DC+ Aventura da Panini.

7- Ed McGuinness

Quando conheci Deadpool, além do roteiro engraçado do Joe Kelly, outro fator que me ganhou de imediato foi o traço de Eddie McGuinness. Além de extremamente diferente, ele casava perfeitamente com o texto. Seus personagens pareciam saídos de jogos de luta estilo Rival School e a simplicidade com que desenhava os cenários casava perfeitamente com toda a proposta.

Lá fora o personagem ganhou uma coleção especial apenas com as histórias escritas pelo seu VERDADEIRO CRIADOR!

McGuinness não desenhou apenas Deadpool mas teve um run longo no Superman, que dava um ar de “e se As Aventuras do Superman fosse um anime”. Eu costumo dizer que os desenhos do McGuinness dessa fase parecem grandes estampas de camisa.

Ah, e ele também desenhou a revista Superman e Batman de onde saiu a história Inimigos Públicos que até virou animação. Adoro os desenhos do McGuinness nessa fase, pena que os roteiros do Jeph Loeb estraguem tudo…

O tempo passou e o traço do McGuinness mudou, estando bem diferente mas ainda guardando algumas características de outrora. Quem não gostava do traço antigo diz que agora ele está muito bom, quem já gostava diz que ele está melhor.

8- Adam Warren

Eis um sujeito que sempre aparecia como referencia do “estilo mangá” no final dos anos 90 e inicio dos 2000, tanto que acabou lançado a mini-série Gen-13 Mangá pela Wildstorm e depois Titãs Mangá pela DC.

Fonte da imagem: Guia dos Quadrinhos

De todos, Adam Warren era o que mais seguia o traço mangá de perto, quase não usava hachuras, aplicava muito bem a narrativa do mangá com direito as famosas speed lines. Lamento muito não ter encontrado em banca na época as edições Titãs Mangá e Gen-13 Mangá, que podem até ter histórias ruins (não sei, estou chutando, pois nunca li,mas normalmente essas histórias alternativas dessa época o são) mas dei uma olhada em algumas páginas e continuam me agradando os olhos.

No entanto, foi Adam Warren quem me deu o maior susto com relação a quadrinhos no começo dos anos 2000. Foi em um sebo onde encontrei um mangá em formato americano sem capa (nunca entendi porque o sujeito arrancava as capas das revistas) por R$1,00. O nome do mangá era Dirty Pair e eu já tinha visto ilustrações da dupla de garotas que protagonizavam a história em algumas revistas de anime. Comprei, li, achei a história meio bosta meio merda (não gosto de mangás com personagens femininas trajando roupas apelativas ou se colocando em situações eróticas de maneira gratuita ) mas fiquei impressionado por um mangá ter sido finalmente lançado no Brasil pela Mythos. Acontece que não era um mangá original, era uma adaptação do Adam Warren de Dirty Pair, mas o cara emulou tão bem que, sem capa, não tinha como saber!

Ainda no começo dos anos 2000 as editoras americanas tiveram uma ideia louca: E se contratassem desenhistas japoneses DE VERDADE para desenhar seus personagens? Olha, que louco! E foi assim que Kia Asamiya desenhou Batman, X-Men, Star Wars e Hellboy que Tsutomu Nihei desenhou o Wolverine e que Katsuhiro Otomo fez uma história curta do Batman, entre outros artistas japoneses que não me lembro mas desenharam historietas curtas de personagens como Homem-Aranha e Inumanos, por exemplo. Hoje é comum vez ou outra um artista de mangá do momento desenhar capas ou ser contratado pra desenhar um mangá com personagens Marvel ou DC e o “Americamangá” acabou se tornando um estilo quase totalmente esquecido, com um ou outro artista ainda mantendo poucas características desse estilo que foi tão comum na virada do século.

E você? Lembra algum desenhista que desenhava no estilo “Americamangá” e que não foi citado no post! Deixe nos comentários pra dividir com os amiguinhos! Então é isso! Peço perdão pelo tamanho do post (comecei a escrever de manhã acabei de tarde e todo dolorido devido a estrutura merda que tenho pra escrever) e agradeço se chegou até o final. Até a próxima!